Antes de perder luta contra câncer, Jofran quis reformar HRGu e construir Interbairros entre 2019/22

Médico, ele estava internado em um hospital particular e morreu após longo tratamento contra um câncer

Brasília lamenta a morte do médico, ex-secretário de Saúde e ex-deputado, Jofran Frejat, de 83 anos. Depois de concorrer ao GDF em 2014, indo para o segundo turno contra Rodrigo Rollemberg, Jofran chegou a ensaiar uma nova candidatura em 2018, mas desistiu sem uma explicação muito convincente. Amigos próximos afirmam que a questão de sua saúde pode ter sido o fator determinante pela desistência.

Desde então, travou uma luta contra um câncer, mas não conseguiu superar a doença o morreu no início da noite desta segunda-feira.

Nas redes sociais, amigos e políticos publicaram várias mensagens de força à família. “

“Foi com muita tristeza que recebi a notícia da morte de Frejat, amigo e mestre.  Um exemplo de ser humano. Jofran Frejat médico, Jofran Frejat deputado, Jofran Frejat gestor público era sempre o mesmo Frejat, aquele que fazia o bem sem olhar a quem. Dedicou a maior parte de sua vida ao nosso Distrito Federal como médico, deputado federal e Secretário de Saúde. Para nós que aqui ficamos, o que nos consola é que ele sempre estará presente no imenso legado que deixa pela sua história de vida, trabalho, honestidade e amor ao próximo”, publicou o senador Izalci Lucas (PSDB).

Em junho de 2018, em entrevista para o Blog do Amarildo sob a coordenação da jornalista Zuleika Lopes, hoje com o seu próprio Blog, Jofran chegou a ensaiar projetos para o DF na condição de pré-candidato a governador, mas em seguida, desistiu.

Em memória, o Blog do Amarildo traz de volta a entrevista concedida à época, onde afirmou que reformaria o Hospital do Guará e construiria a Via Interbairros.

POR ZUILEIKA LOPES (Junho de 2018) – Pré-candidato ao Palácio do Buriti nas eleições de 2018, o médico Jofran Frejat (PR), cumpre uma agenda apertada de contatos e eventos externos, diariamente, mas deu uma parada para conversar com a jornalista Zuleika Lopes, do Blog do Amarildo a respeito de sua pretensão em governar o Distrito Federal e rebate as ilações de seus concorrentes de que sua idade avançada seria um empecilho para governar por quatro anos. Saúde, mobilidade e educação são seus grandes temas.

Blog do Amarildo – Gostaria de saber sua opinião sobre a Interbairros, já rebatizada de Transbrasília?

Para chegar ao Plano Piloto é muito importante e está no meu plano de governo. Não se aguenta mais tantas dificuldades de ir e vir. Tanto para se locomover quanto para estacionar, mas estamos planejando outros formas de desafogar o trânsito como novas alternativas para os transporte coletivo, como o Veículos Leves sob Trilhos, o VLT. Estamos conversando com o candidato a governador por Goiás, nosso estado vizinho, o Ronaldo Caiado, no sentido de melhorar as condições de quem mora no Entorno Sul e trabalham no Distrito Federal. Um transporte de Luziânia de trem até Brasília. Temos uma proposta pronta.

 Do Núcleo Bandeirante ainda viria até o Guará. Por que no Guará existe uma estação de metrô onde a pessoa desce do trem, entra no metrô ou em um ônibus e se desloca para qualquer lugar que desejar. Ronaldo Caiado ficou encantado com o projeto quando fomos na Agencia Nacional de Transportes Terrestres, a ANTT, e colocamos no vídeo para todos os técnicos verem. Eu e Caiado, somos dois pré-candidatos ao governo de estados vizinhos que temos uma grande similaridade na trajetória de vida: somos médicos. E, por força da profissão, escutamos as pessoas com atenção. Na Europa e no Japão já existem trens de várias qualificações. Nosso pessoal está trabalhando neste sentido da nossa mobilidade. Falamos também sobre Corumbá IV.

Na sua opinião é possível a construção de um hospital no Guará? O deputado Rodrigo Delmasso está tentando.

Nós vamos ter que reformular todo nosso trabalho. O Guará cabe um hospital perfeitamente. Pegar uma área e construir um hospital que atenderia toda a região em volta como Candangolãndia, Núcleo Bandeirante, até o Riacho Fundo. E vamos construir mais hospital em outras regiões como a Ceilândia. Não tem como aquela cidade daquele tamanho ficar com um hospital só. Fiquei muito preocupado ao saber que o Hospital de Base que era líder no transplante renal em todo país foi descredenciado. Estão descontruindo tudo. Uma lástima. Uma tristeza. Éramos referência nacional. Uma luta para conseguir. A saúde pública todos tinham acesso. Meus filhos todos nasceram na L2, hoje HMib. Antigamente as pessoas saiam do Entorno de Brasília para se tratarem aqui. Hoje o caminho é inverso. A população do DF correndo para Goiás em busca de melhor atendimento. É coisa de doido. Somos a capital do país. Modelo para ser exemplo. Não podemos sair disso.

O que te impulsiona a ser pré-candidato a governador?

Eu não tinha mais nenhuma pretensão. Mas meu nome tem um recall bom junto à população e tenho a ficha limpa. Já prestei um bom trabalho à comunidade da saúde pública. Creio que posso fazer um bom governo.

Qual sua mensagem para quem está decepcionado com a política. A mudança deve ser comportamental do eleitor?

Você tocou num ponto fundamental. Já estamos acostumados com este comportamento de que só voto se ganhar alguma coisa. Se levar vantagem. E um tremendo erro. Não é que um político se torne um bandido. As pessoas acabam votando em pessoas que se dizem políticos mas que já são bandidos. E vão parar no parlamento. Precisamos de ter um cuidado muito grande. Ao votarmos estamos dando uma procuração em branco para que este político nos represente em decisões muito importante. Temos que escolher pessoas que tenham compromisso com a população. Se você trocar seu voto por um café da manhã. Foi sua escolha. Depois não adianta reclamar. O toma lá dá cá é uma política malfeita. Vamos ter um pouco mais cuidado. Estão desmoralizando os políticos no país inteiro.

Você acredita que conseguirá reverter o desânimo dos eleitores com a política?

Eu acho que é um grande equívoco as pessoas dizerem que não vão votar. Que não querem mais votar. Que se cansaram de votar errado. É um erro. Quando o bem se afasta o mal entra. E acabamos por colocar pessoas que não possuem nenhum compromisso com a população. E nada muda. O político é mais ou menos como um médico. Você tem que saber qual é o problema da pessoa, qual sua dificuldade e sofrimento para poder fazer o diagnóstico e tratar. Este é um elemento fundamental e é um compromisso que eu tento. Até porque eu sou médico. Só sei fazer deste jeito.

Como você rebate os opositores da sua pré-candidatura que dizem que sua idade não é a ideal para governar o DF?

Eu gostaria de saber o porquê. Eu não tenho nada. Não sofro de nenhuma doença. Tem uma coisa curiosa. Quando o Arraes fez 80 anos de idade e foi se candidatar a governador novamente em Pernambuco, as pessoas perguntaram se ele não se achava velho. Ele respondeu que não sabia. Que ia perguntar para a mãe dele. Então eu vou aproveitar esta oportunidade que você está me dando e perguntar para meu irmão que tem 94 anos e mora no Rio de Janeiro. Foi duas vezes deputado federal e em 2018 está pré candidato a deputado estadual. Isto é uma bobagem. Nero colocou fogo em Roma com 30 anos. E Churchill foi herói da Segunda Guerra aos 80 anos. A experiência é muito importante, fundamental. Minha cabeça está ótima. Tem muito jovem que não faz o que faço.

E as alianças políticas?

Frejat- Conversando, conversando sempre. Queremos unir pessoas que tenham compromisso com Brasília Não devíamos estar passando por isto. Só não vou transformar minhas atitudes em balcão de negócios. De maneira alguma. Não me canso de conversar.

A saúde é o seu maior desafio se for eleito para o Palácio do Buriti?

É um deles. O desemprego é também. Mas sem saúde a pessoa não consegue emprego. Estamos com quase 400 mil desempregados numa população de três milhões de habitantes. Esta meninada de 18 a 20 anos não consegue fazer um curso universitário por não ter condições de pagar. Estes jovens precisam ter uma oportunidade. O Centro Administrativo lá de Taguatinga será uma excelente universidade para quem precisa. Perto do metrô e das cidades de mais desempregos como Ceilândia, Taguatinga Samambaia, Recanto das Emas, Riacho Fundo e Brazlândia. Faculdades de Direito, engenharia e outras. É minha pretensão dar esta utilização para aquele local construído e desocupado.

A foto publicada é da assessoria de Jofran de 2018.

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