Celulares serão maior alvo da marginalidade no final do ano. Saiba como se proteger, ensina polícia de SP

Se antes o objetivo era somente o aparelho em si, hoje marginais também visam informações dos proprietários para golpes e fraudes, além de transferências via PIX
A retomada das atividades com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a aproximação do final do ano farão com que muitas pessoas que estavam evitando sair de casa retornem para as ruas. Essa retomada virá acompanhada de uma precaução que precisará ser redobrada, especialmente em áreas com muito fluxo de pessoas: o cuidado com celulares.

“Os celulares já eram muito visados pelo comércio ilegal de aparelhos roubados e para uso dentro dos presídios, mas agora eles ganharam um novo atrativo para os marginais, já que as pessoas hoje concentram toda variedade de transações financeiras e informações pessoais nos smartphones”, alerta a delegada Raquel Kobashi Gallinati, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp).Com o roubo ou furto de um celular, marginais acessam dados pessoais dos proprietários e realizam uma infinidade de golpes, como pedidos de dinheiro por whatsapp, compras em aplicativos e até acesso ao cartão de crédito do dono do aparelho.“Após a criação do PIX, os bandidos perceberam rapidamente que abordando a vítima, eles conseguiriam fazer transferências vultuosas de valores para contas de laranjas em questão de minutos”, explica Raquel.

Apenas no primeiro semestre de 2021, mais de 150 mil aparelhos foram roubados ou furtados no estado. Os casos ocorrem com maior frequência nos horários de trânsito, como entrada e saída do trabalho, e em áreas movimentadas.“Além do aparelho em si, valorizado no comércio ilegal e cobiçado por facções criminosas, os dados pessoais e bancários utilizados em golpes causam problemas às vítimas por longos períodos, porque elas se veem envolvidas em diversas fraudes com o nome e os documentos delas”, explica Raquel.

A limitação de R$ 1 mil de valor nas transferências via PIX entre 20 horas e 6 da manhã é uma tentativa de conter os crimes cometidos no período noturno, mas que também pode ter efeito contrário, com as vítimas mantidas sob controle dos marginais durante toda a madrugada.“O ideal é não ter aplicativos de bancos ou lojas no celular e nunca guardar nele dados como senhas, números de documentos ou cartões”, explica Raquel. “Como hoje muita gente tem no smartphone um instrumento de trabalho e precisa desses apps, uma possibilidade é ter dois aparelhos, um para uso diário, sem nada, e outro com os aplicativos, que deve ficar sempre muito bem guardado e só ser usado em situação segura”. 

Como tentar prevenir
O Sindpesp relacionou algumas dicas que podem ajudar a prevenir roubos, furtos e o posterior uso dos dados pessoais e bancários.Para dificultar o roubo ou furto 1. Não fique com o aparelho à mostra na rua ou em lugares públicos como bares, casas noturnas e restaurantes. O marginal vai aguardar uma distração para cometer o furto2. Se você estiver andando na rua, prefira levar seu smartphone no modo vibração pra evitar toques.3. Se precisar atender, entre em algum estabelecimento comercial.4. Nunca deixe um celular à mostra dentro de veículos.5. Em carros ou coletivos, não use seu celular perto das janelas, onde marginais poderão pegá-los por fora6. Use fones de ouvido sem fio.7. Não ande com o celular na mão, bolso de trás da calça ou com a bolsa aberta8. Não deposite dinheiro solicitado por mensagens9. Não mantenha fotos de documentos e cartões bancários no aparelho10. Não guardar senhas e cartões na capa do aparelho 

Teve o celular o roubado? Vejas as dicas de segurança:
1. Ligue para o banco: Em caso de perda, roubo ou furto de celulares com aplicativos de bancos instalados é essencial comunicar seu banco sobre o ocorrido.

2. Tenha um backup:Realizar uma cópia virtual de suas informações com periodicidade pode evitar a perda de dados e até ajudar em uma restauração do aparelho celular.

3. Troque senhas:Altere senhas de acesso. Prefira sempre senhas complexas, que misturem caracteres especiais. E não repita senhas.

4. Remova os aplicativosDesconecte remotamente as contas de aplicativos instalados no celular – através dos sites dos aplicativos ou do Facebook, caso tenha utilizado a rede social como login para cadastro em aplicativos diversos.

5. Registre um B.O. Registre um Boletim de Ocorrência, que pode ser feito de maneira virtual.

6. Deixe sempre seu celular bloqueado por senha.

7. Não utilize recurso de “lembrar senha” em navegadores e sites.

8. Não deixe senhas importantes em blocos de nota, e-mails, mensagens de WhatsApp ou outros locais em seu celular.
Delegada Raquel Kobashi Gallinati – presidente do Sindpesp (Foto: Sindpesp)
Foto principal é de pixabay.com

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