Poucos políticos no Distrito Federal têm uma história tão particular no badalado e polêmico meio como o policial aposentado e empresário Carlos Tabanez. Depois de muito criticar políticos e chegar até acreditar que todos só tinham interesses próprios, e que pouco faziam pela comunidade, foi convencido em por um amigo que para mudar o quadro e fazer com que os moradores acreditassem mais na classe política local, precisaria sair dos bastidores e ser o próprio responsável por projetos que visassem alguma mudança para a sociedade. Em outras palavras, precisaria ser ele mesmo o agente de mudanças por dias melhores para a sociedade.
Antes, sem intimidade com a política, conta que sua base sempre foi a família, que veio para o Distrito Federal ainda na sua construção. O avô, Sr. Claudemir Santos Rodrigues era pioneiro, chegou à cidade em 1958 para ajudar a construir Brasília. Os pais, Ary Tabanez e Dona Iza Maria Tabanez deram ao garoto a melhor educação possível, mas também não tinham muito interesse por política. Mesmo assim, o caminho de Tabanez parecia que após cumprir longa jornada na Polícia Civil do DF e como professor de Química, ainda sim, poderia ser outro, a política.
“Eu não acreditava, achava que todos os deputados só queriam se dar bem, mas de tanto discutir isso com um amigo, e às vezes até xingava quem estava lá no poder, ouvi a seguinte frase um dia em um happy hour no Sudoeste: vai lá, prova que é capaz de trazer mudanças, faça algo pela nossa sociedade, seja você o candidato, o nosso deputado”. Assim, depois da frase que mexeu com a cabeça do então policial Carlos Tabanez, ele nunca mais tirou as palavras da memória e começou por conta própria, procurar meios para se filiar a uma legenda e se candidatar a distrital em 2018.
Tabanez conta que não tinha nenhuma experiência e nenhum apoio de políticos conhecidos. No dia seguinte depois da conversa com o amigo, fez uma pesquisa na internet sobre partidos políticos, e com o endereço de um deles, o Pros, à época com sede no Lago Sul, foi lá e quis saber como se fazia para ser candidato. Deu sorte porque à época, o Pros tinha como secretário Edmilson Boa Morte, que estava selecionando pré-candidatos para o partido. “Pensei, gente, mas um cara com esse nome de Boa Morte, isso vai dar certo?” Mas deixou a superstição de lado e foi em frente. Já Edmilson, sem problemas, só queria ajudar Tabanez.
Apoio
Embora no início teve alguma dificuldade por apoio, conseguiu convencer alguns colegas dentro da Polícia Civil. Mas sua força maior veio de um grupo de amigos que criaram o slogam ‘Tabanez, o incansável’. Assim nascia também nas redes sócias o grupo dos Incansávies, em referência ao trabalho de Tabanez.
Já com as ‘coisas’ encaminhadas, em abril de 2018, nas convenções, o grupo foi à sede do partido todos vestidos de branco para apoiar Tabanez. Mas segundo o próprio Tabanez aquele figurino não ficou bom porque parecia um pedido de paz, enquanto a atual política daquele momento era mais para uma questão de luto. Então o grupo adotou o ‘black’ como vestimenta oficial nos eventos.
O trajeto até as eleições foi longo e trabalhoso, porque era a primeira eleição de Tabanez. Ao fim, com mais de oito mil votos, ele ficou na suplência da coligação do Pros. Mesmo não ficando com a vaga na CLDF, diz que foi uma grande vitória para quem tinha acabada de entrar para a política no mesmo ano.
Pré-candidato
Passados pouco mais de dois anos após as eleições de 2018, Tabanez é um dos poucos políticos que se declaram pré-candidatos assumidos a distrital e trabalha o tempo todo para isso. Para tal, além de sua incansável agenda de empresário, é uma das lideranças que mais cobram do próprio governador local por resultado em prol da comunidade. “A minha questão não é apoiar ou ser oposição ao GDF, e sim, cobrar por ações em benefício da sociedade, porque se está ruim a gente não pode concordar, se está bom, a gente agradece em nome dos moradores, porque o que queremos é qualidade de vida para quem mora aqui no DF”, resume.
Trabalho diário
Outra vertente do trabalho de Tabanez diz respeito à Educação. Atualmente, por meio de parceria com o Sebrae e o Ministério Público, suas empresas oferecem cursos de auxiliar administrativo para menores infratores que passam por ressocialização em centros do DF.
Em tempos de pandemia, o grupo criado por Tabanez, os Incansáveis continua na ativa, sempre com ações sociais e discussão sobre a política.
Tabanez vem fazendo também constantes cobranças ao governo local por atenção maior à pandemia. “A gestão da pandemia precisa melhorar e muito porque a gente sabe que há problemas na área de saúde e a vacinação precisa atingir mais gente o mais rápido possível, por isso, morre tanta gente. E isso precisa acabar”, relata.
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