- Edilmar Lima, ou, Detetive Lima, levou quatro tiros fatais após, de acordo com o 4º Batalhão da PM, revidar abordagem de policiais militares na QE 38, onde morava. Ele era conhecido também por um churrasquinho que mantinha na garagem de casa. Apuração é do Jornal do Guará
Conhecido como “Detetive Lima”, o homem que morreu em confronto com policiais militares na madrugada da última segunda-feira, dia 30, na QE 38 tinha mais de 30 anos de atuação na profissão e era também Caçador, Atirador Desportivo e Colecionador (CAC), uma permissão muito difundida no Governo Bolsonaro e que está sendo restringida no Governo Lula pela deturpação que acabou tomando. Edilmar Pereira Lima, 49 anos, foi atingido por quatro tiros após, segundo o comando do 4º Batalhão da PM, disparar contra policiais, que foram à casa dele após ser acionados por vizinhos.
O detetive foi denunciado após efetuar disparos dentro de casa. A apuração é do Jornal do Guará. Ao Blog do Amarildo, o comandante do 4º, tenente coronel Passos, disse que material apreendido durante o crime está em perícia; abriu ainda inquérito interno, mas acredita em legítima defesa de seus policiais, diante das circunstâncias do crime.
Edilmar Lima se apresentava, segundo a reportagem do JG, nas redes sociais como consultor em tiro esportivo para emissão do Certificado de Registro de CAC. Durante à noite e nos finais de semana, ele cuidava do Espetinho do Zoguel, que funcionava na garagem da residência onde morava na QE 38.
A reportagem conta que os vizinhos de Edilmar Lima acionaram a Polícia Militar às 2h da manhã, na madrugada da última segunda-feira, dia 30, quando ouviram o detetive supostamente fazer disparos de arma de fogo dentro de casa. Assim que um dos policiais bateu no portão, Lima teria começado a atirar na direção deles. Vídeo gravado por um vizinho mostra o momento da abordagem, em que o policial teve que se abrigar atrás de carros estacionados para não ser atingido. Sem alternativa, os policiais que estavam na missão começaram a disparar na direção à casa de Lima, até que a esposa dele abriu a porta e gritou que ele estaria caído na sala e ferido. O detetive não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Surtos de violência
De acordo com alguns vizinhos em depoimento à polícia, Detetive Lima seria usuário de entorpecentes e quando ingeria bebida alcoólica ficava atirando, inclusive na rua. Eles contaram aos policiais que o homem, quando perdia o controle, ameaçava a companheira e os próprios vizinhos, sempre com arma de fogo. Entretanto, essa versão é contestada pelo vizinho dele, Cláudio Márcio, de quem era amigo. “Isso é calúnia de uma pessoa que não gostava dele. Lima não era usuário de droga e apenas bebia de vez em quando. E nem era violento com ninguém”, garante.
Cláudio afirma que a polícia pode ter sido precipitada na abordagem, por ter batido no portão e não ter se identificado. O vizinho afirma também que as chegadas das equipes do Corpo de Bombeiros e do Instituto Médico Legal (IML) foram muito rápidas, logo depois a morte, e que a polícia não permitiu que ninguém se aproximasse do corpo. Outra vizinha, que prefere não se identificar, descreve Lima como “uma pessoa calma, inteligente, e profissional competente e dedicado”. Ela também garante que nunca viu o detetive ficar atirando na rua.
A 4ª Delegacia de Polícia do Guará investiga o caso.
No momento da abordagem e da morte, estavam na casa a esposa e dois filhos pequenos dele. Lima foi atingido por quatro disparos dos policiais, no peito e nos braços.
Armas apreendidas e períciadas
Na casa do atirador CAC, policiais apreenderam 4 armas de fogo: uma pistola, usada pelo suspeito para supostamente atirar contra os militares, um revólver, que estava na cintura dele, e duas espingardas, que estavam em um cofre.
Ao Blog do Amarildo, o comandante do 4o Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, tenente coronel Passos, confirmou a apreensão das armas, e das agressões que os PMs teriam sofrido. “Abrimos o inquérito policial interno para apurar os fatos, mas tudo leva a crer que nossos comandados agiram em legítima defesa, mas quem vai melhor responder isso, é o resultado dos exames de criminalística, e assim, tirar todas as dúvidas”, disse Passos, que ainda afirmou lamentar os fatos.
A reportagem do Blog do Amarildo vai apurar melhor os fatos, e inclusive, quer ouvir seus familiares, mas respeita, neste momento de dor (hoje é o velório) a situação.