Inseminação Artificial x Fertilização In Vitro: Qual a Diferença e Quando Cada Uma É Indicada?

by Amarildo Castro
  • Apesar de parecerem semelhantes, os dois métodos de reprodução assistida têm processos, custos e indicações bem diferentes. Entenda o que muda — e como escolher o melhor caminho com ajuda médica especializada.

Nos últimos anos, os avanços da medicina reprodutiva abriram novas possibilidades para casais que enfrentam dificuldades para engravidar. Entre os métodos mais conhecidos estão a inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV), dois nomes que, embora pareçam sinônimos para muita gente, representam abordagens bem distintas.

O ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, Dr. Orlando Monteiro, explica que saber a diferença entre os dois é fundamental para entender qual procedimento é mais adequado em cada situação. 

Como funciona a inseminação artificial?

Também chamada de inseminação intrauterina, esse é um procedimento mais simples e menos invasivo. O processo envolve a introdução do sêmen (previamente preparado em laboratório) diretamente no útero da mulher, no período ovulatório.

Etapas básicas:

  1. Estímulo leve dos ovários com hormônios para melhorar a ovulação (em alguns casos).
  2. Coleta do sêmen do parceiro (ou doador).
  3. Preparação e seleção dos espermatozoides mais saudáveis.
  4. Introdução do sêmen no útero com auxílio de um cateter, em consultório médico.
  5.  

Importante: a fecundação acontece de forma natural, dentro do corpo da mulher.

Indicações mais comuns:

  • Casais com infertilidade leve
  • Alterações discretas no sêmen
  • Problemas leves de ovulação
  • Casais homoafetivos femininos ou produção independente com sêmen de doador
  • Casos em que a mulher tem até 35 anos e trompas saudáveis

Custos e chances: É um procedimento mais acessível financeiramente, mas as taxas de sucesso variam entre 10% e 20% por ciclo, dependendo da idade da mulher e do diagnóstico do casal.

Como funciona a fertilização in vitro (FIV)?

A FIV é uma técnica mais complexa, porém com índices de sucesso significativamente maiores. Aqui, a fecundação acontece em laboratório: o óvulo é coletado, fertilizado com o espermatozoide fora do corpo, e só depois o embrião é transferido para o útero.

Etapas básicas:

  1. Estimulação ovariana com hormônios para produzir múltiplos óvulos.
  2. Coleta dos óvulos por punção folicular (com sedação).
  3. Fertilização em laboratório com o sêmen do parceiro ou doador.
  4. Cultivo dos embriões por alguns dias (geralmente até blastocisto).
  5. Transferência do embrião saudável para o útero.

Importante: a FIV permite testar a qualidade genética dos embriões antes da implantação.

Indicações mais comuns:

  • Trompas obstruídas ou ausentes
  • Endometriose moderada ou grave
  • Infertilidade masculina significativa
  • Falhas em outras técnicas de reprodução
  • Casais com doenças genéticas
  • Casos de idade materna avançada
  • Casais homoafetivos ou produção independente com óvulo e sêmen de doadores

Custos e chances: Por ser mais complexo, o custo é maior, mas as taxas de sucesso podem chegar de 40% a 60% por ciclo, especialmente quando a mulher está abaixo dos 37 anos e embriões de boa qualidade são transferidos. Já quando os embriões são analisados geneticamente ( PGT- A ), as taxas de gravidez giram em torno de 70% a 80% , por transferência embrionária. Com o embrião euplóide, padrão cromossômico normal, os índices de aborto são bem menores e o risco de ter um filho com síndrome diminui drasticamente, ou seja, com a FIV o casal tem mais segurança quanto ao seu futuro reprodutivo. Até o sexo do embrião podemos saber antes da transferência embrionária. 

Como escolher o melhor caminho?

Não existe um procedimento “melhor” em termos absolutos. A escolha entre inseminação e FIV deve levar em conta:

  • Idade da mulher
  • Diagnóstico de fertilidade do casal
  • Tempo tentando engravidar
  • Histórico de saúde
  • Condições emocionais e financeiras

Por isso, o acompanhamento com um especialista é essencial. Somente uma avaliação detalhada e personalizada pode indicar a melhor estratégia, com base em exames e histórico do casal.

O Dr. Orlando Monteiro conclui: “A medicina reprodutiva oferece caminhos diferentes para um mesmo desejo: a realização do sonho de ter um filho. Entender as diferenças entre inseminação artificial e fertilização in vitro é o primeiro passo para fazer escolhas mais conscientes, com segurança, acolhimento e informação de qualidade.”.

Dr. Orlando Monteiro (CRM/SP 73806 | CRM/MS 3256)

Ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana

Há mais de 25 anos ajudando mulheres a realizarem o sonho da maternidade. Referência em FIV, inseminação, congelamento de óvulos, histeroscopia e tratamento da endometriose, une experiência, empatia e alta tecnologia para cuidar da fertilidade de forma completa e acolhedora.

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