José Pedro Fernandes – Sisqual
Divulgação/Sisqual
Por José Pedro Fernandes*
Nos últimos meses, o Brasil tem acompanhado os debates sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe a redução da carga horária semanal máxima de 44 para 36 horas e o fim da tradicional escala 6×1, modelo no qual o trabalhador tem direito a um dia de folga a cada seis dias de trabalho.
É inegável que a discussão traz impactos importantes para os mais diversos setores da economia, especialmente aqueles que dependem de operação contínua, como saúde, alimentação, varejo e serviços em geral. Segundo pesquisa recente do Instituto Quaest publicada pelo jornal O Globo, 71% dos brasileiros se dizem favoráveis ao fim da escala 6×1, indicando uma tendência social e cultural em direção a modelos de trabalho que priorizem mais equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, como já realizada por outros países.
Sabemos que a escala 6×1 é amplamente utilizada em setores que exigem alta disponibilidade de colaboradores. Por isso, o eventual fim desse regime trará a necessidade de repensar completamente a forma como as jornadas são distribuídas.
Diante desse cenário, que traz consigo a ruptura de paradigmas no Brasil, é natural que empresários, gestores de RH e lideranças operacionais se sintam apreensivos. Reduções de carga horária e mudanças no regime de escalas impactam diretamente em custos, produtividade, estrutura de turnos, entre outros pontos. Nesse viés, a grande pergunta que muitos fazem agora é: como adaptar o negócio sem comprometer a sua eficiência e competitividade?
Esse é justamente o ponto em que a tecnologia pode — e deve — assumir um papel protagonista.
Enquanto a PEC segue em tramitação no Congresso Nacional, com votações previstas em dois turnos na Câmara e, posteriormente, no Senado, o momento é de preparação. Ainda que o desfecho da proposta seja incerto, antecipar-se às mudanças é o caminho mais seguro para reduzir riscos e aproveitar as oportunidades que o novo cenário pode trazer.
Acompanhamos de perto as mudanças legislativas e os desafios que elas impõem às empresas. Nesse sentido, temos percebido a relevância de plataformas de Workforce Management (WFM), por exemplo, que permitem simular cenários com diferentes jornadas, prever impactos operacionais, otimizar escalas e garantir a conformidade com as regras vigentes ou futuras.
Independentemente do desfecho da PEC, é fundamental que as organizações se antecipem e invistam em inteligência para a gestão da força de trabalho. Com a ajuda da tecnologia, é possível realizar análises detalhadas sobre custos, horas extras, necessidades de reposição, folgas e até prever o impacto de novas escalas na produtividade da equipe. Mais do que uma ferramenta de controle, essas ferramentas são estratégicas na tomada de decisões, oferecendo aos líderes dados concretos para agir com segurança, mesmo diante da incerteza.
Empresas que se antecipam às mudanças, adotam soluções tecnológicas e investem em planejamento estratégico estarão mais bem posicionadas para lidar com qualquer cenário que venha a se concretizar. E, principalmente, estarão mais preparadas para oferecer aos seus colaboradores jornadas mais justas, humanas e compatíveis com a realidade atual.
A transformação do mercado de trabalho já começou. Cabe a nós, enquanto gestores e líderes, conduzir esse processo com inteligência, responsabilidade e foco no futuro.
*José Pedro Fernandes é vice-presidente global da SISQUAL® WFM.
Sobre a SISQUAL WFM
A SISQUAL ® WFM é líder de mercado no desenvolvimento de soluções de gestão de força de trabalho (Workforce Management – WFM). Fundada em 1992, no Porto, em Portugal, é uma das principais soluções de RH para o setor do varejo e de saúde a nível mundial. A SISQUAL ® WFM está empenhada em ajudar as empresas a melhorarem a produtividade e a qualidade de vida dos seus colaboradores, cumprindo a legislação laboral local e a cultura interna.