GUARÁ – 4ª DP prende líder religioso suspeito de explorar sexualmente crianças que frequentavam igreja evangélica

by Amarildo Castro
  • Operação Pensilvânia, sob o comando do delegado Herbert Léda prende homem acusado de pedofilia usando de sua função de prestígio dentro de igreja no Guará

A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da 4ª Delegacia de Polícia, deflagrou na sexta-feira, 19/12/2025, a Operação Pensilvânia, que resultou na prisão temporária de um investigado de 30 anos, líder de uma igreja evangélica de prestígio no Guará. Ele é suspeito de crimes de estupro de vulnerável contra múltiplos adolescentes do sexo masculino.

A operação, coordenada pelo delegado Herbert Léda, lotado na 4ª Delegacia de Polícia, culminou em uma das mais importantes ações de combate ao abuso sexual infantojuvenil no Distrito Federal nos últimos anos, revelando um padrão sistemático de crimes que teria se estendido por pelo menos seis anos dentro de uma instituição religiosa.

Uso de posição de liderança

O caso chocou a comunidade local após a descoberta de que G.S.C., filho de pastores da igreja utilizava sua posição de liderança no grupo de adolescentes para ter acesso privilegiado às vítimas, explorando a confiança depositada pelas famílias para cometer os abusos de forma recorrente e premeditada.

As investigações iniciadas em novembro de 2025 confirmaram até o momento quatro vítimas formalmente identificadas: M.D.C.S., cujos abusos teriam iniciado quando tinha apenas 10 anos de idade em 2022, perdurando por aproximadamente cinco anos; N.S.G., abusado aos 12 anos durante uma festa do pijama realizada nas dependências da igreja em 2023; L.F.L.T., que aos 15 anos, segundo investigadores, foi atraído à residência do investigado sob o pretexto de um encontro com outros jovens que nunca compareceram; e E.A.D., violentado em duas ocasiões distintas, a primeira aos 13 anos em 2019 e novamente aos 17 anos em 2024.

Suspeita de várias vítimas

A gravidade do caso se amplia com a identificação de pelo menos oito outras possíveis vítimas ainda em processo de oitiva pela equipe de investigação, o que pode elevar significativamente o número de crimes apurados. O modus operandi empregado pelo investigado demonstra requintes de manipulação psicológica e planejamento meticuloso. G.S.C. utilizava sua função como instrutor de um curso de “integridade sexual” oferecido pela igreja para adolescentes de 12 a 15 anos, obtendo informações íntimas sobre as vulnerabilidades emocionais dos menores, especialmente aqueles com problemas no relacionamento paterno, para posteriormente explorá-las em seu favor.

Os convites para assistir filmes em sua residência, segundo investigação, eram sempre individualizados, com a falsa promessa de que outros jovens também estariam presentes, deixando o adolescente sozinho com o abusador. A progressão dos toques seguia um padrão identificado em todos os casos: começava com aproximações aparentemente inocentes, evoluindo gradualmente para toques em regiões íntimas durante sessões de filmes enquanto sua esposa estudava em outro cômodo.

Dependência emocional

Esse método calculado criava uma dependência emocional nas vítimas, que passavam a enxergar G. como uma figura paterna substituta. A condução da investigação pelo Delegado Herbert Léda demonstrou a excelência técnica e o compromisso institucional da PCDF com a proteção de crianças e adolescentes. Sob sua coordenação, a Seção de Atendimento à Mulher (SAM) da 4ª DP realizou procedimentos especializados de oitiva das vítimas menores de idade conforme determina a Lei nº 13.431/2017, garantindo ambiente acolhedor e minimizando o trauma secundário do processo investigativo.

Operação foi comandado pelo delegado Herbert Léda

Apreensão de dispositivos eletrônicos

Com os dados em mãos, a PCDF apreendeu dispositivos eletrônicos que passarão por perícia forense para identificação de possíveis novos elementos probatórios e eventual localização de outras vítimas. Um dos aspectos mais perturbadores revelados pela investigação foi a conduta da liderança da igreja onde o investigado atuava no Guará após as primeiras denúncias.

Após a longa investigação, os agentes da 4a DP fizeram a prisão do investigado suspeito dos abusos, onde está à disposição da Justiça.

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