Agricultor retira 70 toneladas de coco de lixões no DF e reaproveita em fibra de coco para melhorar plantações

  • Transformando resíduos em soluções: a história de Cristiano e a SustentAgro

Aqui no Distrito Federal, um agricultor está mudando o destino de toneladas de coco que antes iam parar em lixões. Cristiano, fundador da startup SustentAgro, desenvolveu uma técnica inovadora para transformar esses resíduos em fibra de coco, melhorando o cultivo de plantas e contribuindo para a sustentabilidade ambiental.

Cristiano fez parte do AgroHack Ideias, um programa que acelera startups voltadas para o agronegócio no Distrito Federal, organizado pelo Instituto Multiplicidades e pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Inovação do Distrito Federal. Essa iniciativa promoveu uma maratona de inovação, selecionando os
primeiros negócios da região em várias fases de desenvolvimento. Atualmente, a SustentAgro está sendo
acompanhada por três meses com uma metodologia específica para pré-aceleração, ajudando a
impulsionar ainda mais o projeto.

A ideia surgiu quando o agricultor percebeu a grande quantidade de cocos descartados inadequadamente em aterros sanitários. Segundo ele, o produto já foi validado com laboratórios e empresas como a Rota da Fruticultura, em São Paulo, evidenciando uma oportunidade de transformar esse desperdício em algo útil.

A SustentAgro começou a coletar cocos descartados, processando mais de 70 toneladas em dois anos.
O processo de transformação do coco em fibra é detalhado. Primeiro, os cocos são coletados e limpos. Em seguida, passam por um maquinário específico que separa a fibra do restante da fruta. A fibra é então
tratada para garantir que mantenha suas propriedades benéficas. Cristiano explica que a fibra e o pó de
coco são usados como substrato, similar ao adubo, para garantir um melhor crescimento das plantas,
especialmente mirtilos e outras frutas vermelhas.

A fibra de coco tem múltiplas aplicações. Além de ser um excelente substrato para plantas como
orquídeas, suculentas e cactos, ela também é utilizada na construção civil e na indústria têxtil. O
empresário menciona que já existem protótipos de tijolos ecológicos e que estão explorando a fabricação
de linhas e tecidos com esse material. Segundo Cristiano, a fibra de coco retém mais água do que a palha
de arroz, resultando em economia de água e fertilizantes para os agricultores.

Benefícios Econômicos da Fibra de Coco: Embora a fibra de coco seja um pouco mais cara do que outros
substratos, como a casca de arroz, os benefícios a longo prazo compensam o investimento inicial. De

acordo com Cristiano, a fibra de coco ‘retém 40% mais água, o que reduz a necessidade de irrigação e
fertilizantes.’ Além disso, sua decomposição é mais lenta, oferecendo um substrato duradouro e eficiente,
resultando em economia significativa para os produtores ao longo do tempo.

Cristiano e a SustentAgro não querem parar por aí. Eles estão em processo de abertura de uma
cooperativa para expandir o projeto, agregar mais pessoas e desenvolver novos produtos. O empresário
está buscando parcerias, investidores e subsídios governamentais para aumentar o maquinário e
diversificar a produção. Além disso, estão trabalhando com resíduos de outras fontes para criar soluções
sustentáveis.

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