Coletivo Julho das Pretas que Escrevem realiza, no Festival

by Amarildo Castro
  • Latinidades, em Brasília, encontro anual para celebrar a palavra As escritoras Andressa Marques e Ramila Moura, a jornalista Juliana Cézar Nunes e a e a compositora e Mestra Martinha do Coco são as homenageadas da edição

No mês em que a Academia Brasileira de Letras (ABL) elege a primeira mulher negra
de sua história, o coletivo Julho das Pretas que Escrevem no DF realiza a quinta edição
de seu encontro anual, com o tema “Escrever o afrofuturol”. O evento ocorre no
sábado, 26 de julho, de 14h às 18h, no Museu Nacional da República, como parte da
programação do Festival Latinidades. A atividade celebra o Dia da Mulher Negra
Latinoamericana e Caribenha, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher
Negra.

A inscrição é gratuita e feita por formulário disponível na página do coletivo nas redes
sociais (@julhodaspretasqueescrevemdf). Já o público em geral, deve seguir as
orientações do festival para retirada de ingresso.

A idealizadora do evento, a escritora e jornalista Waleska Barbosa conta que a ideia do
encontro, que teve sua primeira edição em 2021, é unir mulheres, todas que assim se
sintam representadas, que escrevem ou querem começar a escrever. “Mesmo aquelas
que não chegaram a publicar são bem-vindas. Queremos fortalecer suas iniciativas e
encorajar a realização do sonho de escrever, declamar ou publicar”, afirma. Também
são bem-vindas profissionais da cadeia produtiva do livro como editoras, ilustradoras,
capistas, revisoras. Compositoras e slammers também.

A reunião de escritoras tem o objetivo de exaltar sua produção literária e/ou editorial,
aproximar as pretas que escrevem no DF, dar a oportunidade de que se conheçam, se
reconheçam e às suas obras e projetos, fomentando as trocas e as atividades em rede.
Por outro lado, propõe uma visibilidade maior do seu trabalho para o grande público,
para evitar apagamentos e romper com a invisibilização histórica. Também reforça a
formação de leitores, demonstrando que o DF tem suas próprias autoras, em todos os
gêneros e para todos os gostos.

Seguindo a tradição de homenagear mulheres que atuam com a palavra, em 2025 o
evento destaca a trajetória das escritoras Andressa Marques e Ramila Moura, da
jornalista Juliana Cézar Nunes e da mestra e compositora Martinha do Coco.
A programação inclui ainda sarau, rodas de conversa, exposição e venda de livros e o
lançamento de obras como a coletânea Oralidade agora se escreve, que tem a
matriarca Lydia Garcia, como imagem de capa e homenageada e reúne textos de
autoras de vários lugares do Brasil, sob a organização de Lia Vieira (Revista África e
Africanidades; 2024). Ananse, de Nanda Fer Pimenta, e Ipês não são domesticáveis,
da própria Waleska Barbosa.

Waleska acrescenta que chegar ao quinto ano do que considera uma grande
celebração literária entre autoras fora do eixo Rio-São Paulo, é um feito e tanto. “Desta
vez, trazemos um olhar voltado também para as meninas, por isso, a escolha do tema,
em uma contribuição para incentivar o potencial de cura e empoderamento que existe
na leitura, na literatura, como um caminho perfeito para que se sintam convidadas a
visitar sua ancestralidade e a força da palavra – da oralidade à escrita”, diz a autora.
Para a poeta Kaju, que participa do encontro desde a primeira edição, o Julho das
Pretas que Escrevem é um momento para se viver a força de estar juntas. “Faz a gente
se sentir menos sozinha como escritora negra. Pelo menos eu, saio de lá nesse clima

maravilhoso sempre presente no nosso encontro que é de autoestima, coletividade,
mulheres pretas juntas saindo da solidão, da escrita solitária Eu amo, me sinto viva e
próspera”, conta.

Histórico
Criado em 2021 com cerca de 20 integrantes, o Julho das Pretas que Escrevem no DF
reúne hoje 70 mulheres com produção literária em gêneros como poesia, crônica,
romance, conto e infanto-juvenil. Além daquelas que publicaram livros que adaptam
trabalhos acadêmicos como teses e dissertações.

A primeira edição do encontro ocorreu na Banca da Conceição e as demais integraram
a programação do Festival Latinidades. Já foram homenageadas: Lydia Garcia,
Rosane Garcia e Jacira Silva (2021), tatiana nascimento, Cristiane Sobral e Nanda Fer
Pimenta (2022), Sarah Benedita, Verenilde Pereira e Meimei Bastos (2023), Lourdes
Teodoro, Jovina Teodoro, Norma Hamilton, Conceição Freitas, Adelaide Paula e Elisa
Mattos e Ailin Talibah (2024).

Serviço
Julho das Pretas que Escrevem no DF
Dia: 26 de julho de 2025 (sábado)
Local: Festival Latinidades (Anexo II – Museu Nacional da República)
Hora: 14h às 18h
Informações e inscrições: @julhodaspretasqueescrevemdf

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