Créditos – Foto: Divulgação
A ISI Society, uma das mais restritas sociedades de alto QI do mundo, com sede na Europa, vem a público esclarecer informações incorretas veiculadas por mídias e redes sociais sobre supostos recordes de inteligência atribuídos a indivíduos que não integram sua atual estrutura ou que se utilizam de seu nome indevidamente.
Recentemente, foi amplamente divulgado que o sul-coreano YoungHoon Kim detém o “maior QI do mundo”, supostamente atingindo 276 pontos, com base em um desvio padrão de 24. Essa pontuação, que equivaleria a cerca de 210 pontos em testes padronizados com desvio padrão 15, foi vinculada à ISI Society, gerando preocupação entre membros, pesquisadores e profissionais da área.
Testes sem validade científica
A alegação de Kim baseia-se em instrumentos como o VNPT-II, um teste não reconhecido por comunidades científicas internacionais nem aceito por sociedades sérias de alto QI. Tais exames carecem de validação estatística rigorosa, supervisão profissional e publicação científica indexada. Sociedades comprometidas com o rigor psicométrico, como a ISI Society, não aceitam resultados de testes não supervisionados, online ou sem normas técnicas claras.
Além disso, mesmo dentro dos modelos estatísticos de testes com desvio padrão 24, a extrapolação acima de 196 pontos já é estatisticamente implausível. Em testes com desvio padrão 15, a extrapolação além de 160 a 164 pontos já ultrapassa a margem confiável de medição.
YoungHoon Kim não é membro da ISI Society atual
Embora Kim tenha feito parte da antiga Isi-s, em um período anterior à reestruturação da sociedade, ele não integra mais o corpo de membros da atual ISI Society, cujos critérios de admissão foram revisados com base em evidências científicas e feitos criativos verificáveis. Kim não atenderia aos critérios vigentes, no que tange à comprovação de feitos intelectuais e criativos, um requisito indispensável desde a reestruturação da organização.
Conduta incompatível com os princípios da sociedade
Além da ausência de critérios técnicos, há registros de condutas hostis e ameaças direcionadas a membros, o que infringe os princípios éticos da ISI Society. O uso reiterado e não autorizado do nome da sociedade em perfis pessoais, declarações públicas e veículos de mídia representa uma afronta à integridade da organização e à comunidade científica.
Casos similares no Brasil
Outro caso amplamente divulgado é o de Hindemburg Melão Jr., que alega possuir QI de 230 pontos e tem sido indevidamente vinculado à ISI Society. Embora tenha integrado a antiga estrutura da sociedade, seu nome não faz parte da base de membros da atual ISI Society, que passou por uma reestruturação completa. Os testes anteriormente aceitos, muitos dos quais não supervisionados, elaborados por indivíduos sem validação científica reconhecida e aplicados sem rigor psicométrico, foram descartados como critérios válidos. Assim, declarações baseadas nesses instrumentos não têm respaldo técnico ou institucional e não são reconhecidas por esta sociedade.
Sobre a ISI Society e sua nova gestão
A ISI Society foi fundada em 2002, nos Estados Unidos, por Jonathan Wai, com a missão de reunir indivíduos de alto desempenho intelectual e criativo, baseando-se em critérios psicométricos rigorosos. Atualmente, somente são aceitos candidatos com QI mínimo de 148 (DP 15) ou 151 (DP 16), medidos por testes reconhecidos internacionalmente, aplicados sob supervisão profissional. Também é exigida comprovação de feitos criativos relevantes como critério adicional de admissão.
Com a reforma estatutária, uma nova cúpula assumiu a liderança da sociedade, alterando os critérios de ingresso e eliminando do quadro mais de 1.200 membros que não se adequavam aos novos padrões. Essa medida foi motivada pelo compromisso com a verdade, a justiça e a conformidade com os Conselhos de Psicologia dos países em que a sociedade atua.
“Maior QI do mundo”: um mito estatístico
É importante destacar que não existe um “maior QI do mundo” em termos absolutos. A escala de QI é construída para comparar indivíduos dentro de uma curva normal, com uma média de 100 e um desvio padrão (DP) de 15. Valores acima de 160 (DP15) ou 196 (DP24) são estatisticamente raríssimos e, mesmo assim, sujeitos a grande margem de erro. Pessoas com pontuações similares nesses extremos são consideradas empatadas, pois os testes perdem precisão em faixas tão distantes da média.
Um exemplo emblemático é o da norte-americana Marilyn vos Savant, que deteve o título de maior QI do mundo no Guinness Book durante os anos 1980. Ela obteve pontuações elevadas em testes como o Stanford-Binet, mas, justamente por questões metodológicas e pela ausência de padronização entre os testes utilizados por candidatos, o Guinness deixou de reconhecer oficialmente pontuações de QI a partir dos anos 1990.
Compromisso com a ciência e a justiça
A ISI Society repudia veementemente qualquer alegação de pontuações que extrapolem os limites psicométricos estabelecidos e reforça seu compromisso com a integridade científica, com a valorização da verdadeira superdotação e com o respeito à comunidade acadêmica.
A sociedade também apoia os Conselhos de Psicologia e entidades profissionais que combatem o uso indevido de títulos, certificados e afirmações falsas no campo da avaliação cognitiva.
Para mais informações e critérios oficiais de admissão, acesse: www.isi-society.org
ISI Society
Centro Internacional de Estudos Cognitivos e Criatividade Avançada
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