“Devolução” de crianças adotadas é tema de documentário inédito

by Amarildo Castro

que inicia filmagens em outubro no Rio de Janeiro e Curitiba

Por que alguns casos de adoção dão certo e outros não? O documentário E se você não me quiser?, dirigido por Ana Azevedo, com produção de Eliton Oliveira, da Desatino Filmes (PR), mergulha em um tema delicado e pouco debatido: os casos de “devolução” de crianças adotadas, quando famílias interrompem o processo e devolvem as crianças ao sistema de acolhimento.

A produção começou a ser filmada no Rio de Janeiro, em 3 de outubro, e depois segue para Curitiba, em 15 de outubro, acompanhando histórias de adoções interrompidas, as dificuldades de uma nova adoção após a devolução e a resiliência em manter uma adoção mesmo com fortes motivos para interromper o processo. O objetivo principal é mostrar as consequências desse rompimento para todos os envolvidos e questionar a romantização da adoção no Brasil.

No Rio, o documentário registra as trajetórias de Bruno e Pedro. Bruno viveu nas ruas com a mãe antes de ser levado a um abrigo, foi adotado e devolvido, até conseguir uma segunda chance – em meio a muitas perdas e dificuldades. Já Pedro foi adotado por um casal de mulheres, mas a ausência da figura paterna que ele idealizava tornou a adaptação dolorosa e cheia de traumas.

Em Curitiba, a equipe filma a história das irmãs Beatriz e Maria Fernanda, que viveram uma infância marcada por abusos até a adoção. Com medo de serem rejeitadas novamente, as meninas enfrentaram dificuldades de adaptação, enquanto os pais adotivos também lidavam com a insegurança de não corresponder às expectativas. A filmagem em Curitiba acontece de 15 a 19 de outubro.

A devolução é um tabu, mas existe, e suas consequências são devastadoras. Eu precisava enfiar o dedo na ferida e colocar o público em contato com essas histórias tão dolorosas”, explica o produtor Eliton Oliveira, que já abordou em documentários anteriores a violência contra a mulher e o abuso infantil.

A ideia do filme nasceu em 2011, quando Eliton leu uma reportagem sobre devoluções de crianças e decidiu transformar aquele impacto em projeto de vida. Ao longo dos anos, pesquisou o tema e ouviu especialistas – médicos, psicólogos, advogados e representantes do Conselho Tutelar – até chegar às histórias que compõem o documentário, que tem roteiro de Ana Azevedo e Eliton.

Além de acompanhar de perto os protagonistas, o filme abre espaço para pessoas que convivem com as famílias das crianças adotadas, funcionários de instituições de adoção, especialistas e conselheiros, para uma reflexão sobre a necessidade de políticas públicas de acompanhamento familiar, antes e depois da adoção.

Previsto para estrear em festivais em 2026, E se você não me quiser? propõe um debate urgente: como transformar a adoção em um ato de afeto e responsabilidade, sem ilusões ou idealizações que possam gerar ainda mais sofrimento?

O projeto foi contemplado no edital de produção de documentários de longa-metragem da Lei Paulo Gustavo, Secretaria de Estado da Cultura (SEEC), Governo do Paraná, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Sobre a Desatino Filmes [www.desatinofilmes.com | @desatino.filmes]

Conduzida por Eliton Oliveira, a Desatino Filmes é uma produtora audiovisual com sede em Maringá, no Paraná. Entre as suas produções, estão os documentários O Silêncio das Rosas (sobre violência doméstica, disponível no Prime Video), A Menina Sob o Véu (sobre abuso infantil, inédito) e o longa de ficção O Armário Mágico (disponível no Prime Video). E, ainda, em fase de produção, o thriller psicológico Irmãs de Sangue e o drama Não Volte Para Casa, além de E se você não me quiser?.

Serviço de imprensa

  • Filmagens no Rio de Janeiro: 3 a 12 de outubro
  • Filmagens em Curitiba: 15 a 19 de outubro
  • Estreia prevista: circuito de festivais em 2026, seguido de lançamento nos cinemas

Motivos para cobrir as filmagens de E se você não me quiser?

1.      Tema tabu e urgente – a “devolução” de crianças adotadas nunca é debatida, mas impacta vidas em todo o país.

2.      Histórias reais e emocionantes – crianças e famílias falam pela primeira vez sobre experiências de adoção interrompida.

3.      Acesso exclusivo às filmagens – oportunidade de registrar cenas documentais de forte carga humana e visual.

4.      Debate social e político – o filme provoca reflexão sobre políticas públicas, acolhimento e o sistema de adoção no Brasil.

5.      Diretor com trajetória em temas sensíveis – Eliton Oliveira já abordou violência contra a mulher e abuso infantil em documentários premiados.

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