*Alvaro Cuccolo
Nos últimos anos, a popularização dos drones trouxe benefícios incontestáveis, como inspeções industriais, entregas rápidas e registros fotográficos de alta qualidade. Contudo, a expansão do uso desses veículos aéreos não tripulados também trouxe novos desafios, especialmente para a segurança dos aeroportos. A presença indesejada de drones não-colaborativos em áreas próximas às operações de pouso e decolagem ameaça a integridade das operações aéreas, resultando em atrasos, prejuízos econômicos e, em casos extremos, riscos à vida humana.
A proximidade não gerenciada de drones a aeroportos representa riscos graves à segurança do transporte aéreo. Esses veículos podem obstruir rotas de voo, causar colisões com aeronaves durante fases críticas como decolagens e pousos, além de interferir nos procedimentos do controle de tráfego aéreo. Casos recentes no Brasil e em diversos países demonstraram a vulnerabilidade dos aeroportos às invasões de drones, muitas vezes conduzidas por operadores amadores ou desavisados. As consequências de tais incidentes vão desde atrasos logísticos até acidentes com consequências catastróficas, tornando imprescindível o desenvolvimento de soluções eficazes.
Desafios na detecção e neutralização
A detecção de drones apresenta dificuldades técnicas consideráveis, uma vez que, por serem pequenos e realizando trajetórias erráticas, necessitam de tecnologia específica para sua detecção e rastreamento. Além disso, sua operação em ambientes aeroportuários, naturalmente complexos, exige sistemas capazes de distinguir drones de outros objetos ou mesmo aves. A neutralização desses veículos também representa um desafio, uma vez que métodos tradicionais não são efetivos e podem colocar em risco a segurança da operação aérea ou causar danos colaterais indesejados. Assim, há uma clara necessidade de tecnologias avançadas que possam identificar e responder às ameaças de forma eficiente e segura.
A tecnologia Eagleshield da Thales
A Thales desenvolveu o Eagleshield para lidar precisamente com esse desafio. Solução inclusive que já está em operação em aeroportos da Europa. A tecnologia integrada combina múltiplos sensores, incluindo um radar holográfico 3D, o Gamekeeper, com alcance de até 18 Km, câmeras ópticas e infravermelhas, além de sistemas de radiofrequência, para realizar a identificação dos drones. Essa abordagem garante alta precisão na detecção, identificação, classificação e rastreamento de ameaças, contribuindo para uma resposta rápida.
O sistema ainda permite a integração com sistemas atuais de Gerenciamento do Tráfego Aéreo de Aeronaves Não-Tripuladas (UTM) ou sistemas de autorização de acesso ao espaço aéreo, como o SARPAS, sistema do Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA, garantindo assim um sistema integrado para um aumento da consciência situacional dos drones no espaço áereo.
Quando aplicável e em consonância com a legislação, o Eagleshield pode incorporar sistemas de neutralização, com respostas automatizadas para uma rápida atuação e minimização dos riscos.
Benefícios para a segurança aeroportuária
A implantação do Eagleshield traz diversos benefícios para a segurança aeroportuária, incluindo o aumento da segurança operacional ao prevenir colisões e ameaças que possam comprometer aeronaves durante pousos e decolagens, além de reduzir atrasos e prejuízos econômicos ao impedir interrupções nas operações, promovendo maior eficiência operacional; também auxilia os aeroportos a cumprirem regulamentações internacionais de aviação civil, fortalecendo a confiança pública ao demonstrar o uso de soluções avançadas para proteger vidas humanas e assegurar a integridade do transporte aéreo.
Perspectivas futuras
Com a evolução contínua da tecnologia de drones e da inteligência artificial, espera-se que plataformas como Eagleshield se tornem essenciais na infraestrutura aeroportuária global. A cooperação entre entidades reguladoras, aeroportos e fornecedores de tecnologia será fundamental para criar políticas eficazes e sistemas integrados de proteção contra ameaças aéreas não autorizadas. Investir na capacitação de operadores e na conscientização pública também é uma estratégia importante para reduzir incidentes causados por operadores de drones amadores.
A presença de drones não autorizados em áreas próximas aos aeroportos representa uma ameaça emergente que exige soluções tecnológicas sofisticadas. A plataforma Eagleshield da Thales emerge como uma resposta eficaz, oferecendo detecção, classificação e neutralização de ameaças de forma segura e regulamentada. Investir em tecnologias como essa é fundamental para garantir a continuidade e a segurança do transporte aéreo diante de um cenário de desafios crescentes.Parte superior do formulário
*Alvaro Cuccolo, Key Account Manager da Thales