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Imobilidade, idade acima de 40 anos, obesidade, varizes, uso de anticoncepcional, doença cardíaca e histórico familiar são alguns dos fatores de riscos para o desenvolvimento da doença A trombose venosa profunda (TVP) é a formação de um coágulo dentro de um vaso sanguíneo, geralmente nas veias da perna, que bloqueia o fluxo de sangue e pode causar dor, inchaço e outros sintomas locais. A doença foi responsável por 489 mil internações no país, de janeiro de 2012 a agosto de 2023, de acordo com dados mais recentes da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Segundo o cirurgião vascular da Rede D’Or em Brasília, Thiago Osawa, a trombose venosa pode evoluir para embolia pulmonar, insuficiência venosa crônica, endurecimento da pele, feridas de difícil cicatrização, edema persistente e síndrome pós-trombótica, se não for tratada. “Aproximadamente de 5 a 15% dos pacientes com trombose venosa profunda não tratada podem ir a óbito por embolia pulmonar. A insuficiência venosa crônica sintomática ou síndrome pós-trombótica pode ser observada em até 50% dos pacientes com trombose venosa profunda extensa. Esta síndrome tem gravidade variável, desde inchaço leve nas pernas até úlceras; 20 a 35% dos pacientes desenvolverão doença moderada a grave”, explica o cirurgião vascular. Os sinais mais comuns que indicam trombose e exigem busca imediata por atendimento são dores na perna (especialmente na panturrilha), inchaço, vermelhidão ou alteração da coloração do membro, calor local e endurecimento da pele. O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagem. “Gestantes, idosos, pessoas acamadas, pacientes oncológicos, indivíduos portadores de trombofilias, histórico familiar e pessoal de trombose, uso de anticoncepcional e reposição hormonal fazem parte do grupo de maior risco. Além de pacientes hospitalizados e em pós cirúrgicos”, afirma Thiago Osawa. A hidratação e a prática regular de exercício físico e o fortalecimento muscular, por meio de caminhadas e atividades aeróbicas, melhoram a circulação e contribuem para prevenir e reduzir o risco de trombose. “Algumas atitudes práticas podem reduzir o risco da trombose como, por exemplo, manter-se fisicamente ativo, evitar longos períodos na posição sentada ou deitada, não fumar, controlar o peso, usar meias de compressão em situações de risco e realizar acompanhamento médico vascular, quando indicado”, explica o cirurgião vascular. Apesar da população ter cada vez mais acesso à informação, segundo Thiago Osawa, ainda há alguns mitos que circulam quando o assunto é a doença. “Mitos como: trombose é doença de idoso; trombose só acontece nas veias das pernas; quem teve trombose nunca mais pode viajar de avião; os anticoncepcionais sempre causam trombose, roupas apertadas causam trombose; ou trombose é uma doença exclusivamente genética, são afirmações errôneas. A trombose pode acometer pessoas de qualquer idade, porém o risco aumenta com a idade. Pacientes que já tiveram trombose podem sim realizar viagens de avião, mas devem seguir recomendações de um especialista. Sabe-se que o uso de anticoncepcionais é fator de risco para trombose, porém nem todas as mulheres que usam irão desenvolver a doença. Os anticoncepcionais são medicações seguras, mas a sua combinação com outros fatores de risco ou condições individuais de cada paciente podem elevar o risco de um evento trombótico. Roupas muito apertadas podem prejudicar o retorno venoso, mas não são um fator de risco para o desenvolvimento de varizes ou trombose. E, por último, mas não menos importante, embora a herança familiar seja um fator de risco relacionado, diversas outras causas, como tabagismo, sobrepeso e obesidade, insuficiência cardíaca, uso de medicações, hormônios e sedentarismo, contribuem para o desenvolvimento da trombose”, afirma o cirurgião vascular, Thiago Osawa. |