Estúdio Social da Candangolândia oferece estrutura gratuita para artistas do DF

by Amarildo Castro
  • Instalado no salão comunitário da cidade, projeto contemplou mais de 500 músicos e bandas em cinco anos; interessados devem agendar horário com a administração regional da cidade

Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Ígor Silveira

Criado em 2020, o Estúdio Social da Candangolândia surgiu como suporte para músicos que ficaram impedidos de trabalhar e produzir durante a pandemia. Em cinco anos de atividade, o projeto 100% gratuito cumpriu a missão de fomentar a cultura do Distrito Federal com atendimento a mais de 500 talentos locais, nacionais e até internacionais. O espaço fica no salão comunitário da cidade e oferece equipamentos de ponta para ensaios e gravações, de segunda a segunda.

A iniciativa é mantida com apoio da Administração Regional da Candangolândia, recursos de emendas parlamentares do deputado distrital Hermeto e contribuição voluntária dos cantores e bandas. “O Estúdio Social ajuda não só os artistas daqui, mas de fora também, que podem vir desenvolver seus projetos. A vinda dessas bandas aquece a economia da nossa cidade, traz movimento e é de grande importância para nós”, salienta o chefe de Gabinete da região administrativa, Jorge Rabelo.

Foi o gerente de cultura Marcos Júnior que teve a ideia de criar um espaço para fortalecimento dos artistas do DF. Ele conta que, durante a pandemia, viu vários profissionais vendendo instrumentos, tendo problemas de saúde mental, entre outros cenários desfavoráveis, devido à falta de estrutura para trabalhar. “Os poucos estúdios que ficaram abertos triplicaram o preço. Então, se a pessoa já não tinha renda para custear um estúdio, imagina com preço superfaturado”, relembra.

Inicialmente, a estrutura foi montada dentro da administração regional da cidade, até conseguir uma área maior no salão comunitário. Atualmente, ocorrem, em média, 120 atendimentos por mês. “Começamos de forma bem simples, sem nenhum tratamento acústico, e hoje, graças às emendas parlamentares e a administração, conseguimos comprar equipamentos que são triviais, como mesas de edição digital, subwoofers, caixas acústicas, monitor de gravação”, comenta o gerente de cultura.

O projeto foi fundamental para as bandas Só pra Xamegar e Encosta Neu, conhecidas por embalar os brasilienses com o melhor do forró e do piseiro há mais de 20 anos. “Conheci o estúdio por meio das redes sociais quando tudo estava fechado e a gente precisava ensaiar, mas não tínhamos condição. Chegou em uma boa hora e ajudou muito os músicos independentes a sobreviverem o período pandêmico”, conta o cantor Bruno Rios, integrante do grupo Só pra Xamegar.

O cantor Luciano Rios, da banda Encosta Neu, salienta que o espaço auxilia na pré-produção das apresentações. “Preparamos os shows que levamos para todo o Brasil”, comenta. “Aqui tivemos a oportunidade de continuar o nosso trabalho. Somos abraçados pelo GDF com essa iniciativa maravilhosa.”

A criação do estúdio alavancou a carreira do cantor Thiago Freessom. “Me deu todos os pontos para que eu pudesse gravar o jingle Xotezin em 2021, que, graças a Deus, fez um sucesso bacana. Fomos parar em Paracatu, em Unaí e em Buritis”, relata ele, citando os municípios mineiros em que se apresentou. “Para gravar um single como o Xotezin, com certeza teria desembolsado de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil, ainda mais na pandemia, em que tudo estava mais caro.”

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