
- O Salão Nobre da Câmara dos Deputados receberá na quarta (11) o 2º Fórum de Conscientização do Câncer Ginecológico e Busca por Mudança de Políticas Públicas, organizado pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) e pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Saúde das Mulheres. Ao final, haverá a Projeção da campanha “Setembro em Flor” na fachada do Congresso Nacional
Mais de 32 mil brasileiras recebem, ao ano, o diagnóstico de um dos três tipos mais comuns de câncer ginecológico: colo do útero (17 mil novos casos previstos para 2024), endométrio/corpo do útero (7,8 mil) e ovário (7,3 mil). Juntos, eles respondem por 13,2% de todos os cânceres que acometem as mulheres do país. A alta incidência amplia a necessidade de adoção de políticas públicas que promovam equidade de acesso à toda a população, a começar pelas estratégias de prevenção primária e secundária (medidas que, respectivamente, buscam evitar que a doença ocorra e aumentar as chances de diagnóstico em fase precoce), passando pela equidade de acesso ao tratamento, até a melhor qualidade de vida da paciente em toda a sua jornada.
Com o propósito de discutir essas abordagens para o controle do câncer ginecológico, assim como propor medidas mais eficazes, o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) e a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Saúde das Mulheres realizam na próxima quarta (11), das 14h às 19h, o 2º Fórum de Conscientização do Câncer Ginecológico e Busca por Mudanças de Políticas Públicas, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília. Em pauta, a realidade e desafios do câncer ginecológico no Brasil, o Movimento Brasil sem Câncer de Colo do Útero (incluindo o rastreio com teste HPV DNA e a efetivação da vacina contra HPV nas escolas) e os Novos Horizontes e Perspectivas na Linha de Cuidado dos Cânceres Ginecológicos em 2024/2025.
A abertura solene será feita pelo cirurgião oncoginecológico Glauco Baiocchi Neto, presidente do EVA e Líder do Centro de Referência em Tumores Ginecológicos do A.C.Camargo Cancer Center e por membros da Frente Parlamentar, dentre eles a deputada federal Renilce Nicodemos. Haverá também a participação do Ministério da Saúde, sociedade médicas e de ONGs que representam o direito das pacientes. Ao final do evento, haverá a projeção da campanha Setembro em Flor na fachada da Câmara Federal.
Realidade e desafios
Na primeira mesa do Fórum, Baiocchi Neto falará sobre a atual realidade do câncer ginecológico no Brasil e, em seguida, a expectativa ficará por conta da apresentação, por parte do Ministério da Saúde, de como a pasta atua diante dos desafios para estruturação da linha de cuidado em câncer ginecológico. Nesse painel, sociedades médicas vão compartilhar suas experiências e como estão ajudando a otimizar essas linhas de cuidado. A moderação da mesa será feita pela oncologista clínica Andréa Paiva Gadêlha Guimarães, coordenadora de Advocacy e Apoio ao paciente do Grupo EVA e oncologista clinica líder do Centro de Referência em Tumores Ginecológicos do A.C.Camargo.
Teste de HPV DNA e vacina nas escolas
Na segunda mesa do Fórum, com a moderação da oncologista clínica Angélica Nogueira Rodrigues, diretora de Planejamento do Grupo EVA, estarão em pauta importantes temas que visam um Brasil sem câncer de colo do útero. Entre as medidas efetivas mais recentes, está a incorporação do teste molecular para o HPV no SUS como meio de detecção do papilomavírus humano (HPV) para rastreamento do câncer do colo do útero.
O rastreamento com testes moleculares permite identificar grupos de maior risco de desenvolver câncer e a existência de lesões precursoras do câncer do colo do útero. Consequentemente, contribui para a redução de novos casos e da mortalidade pela doença. Além disso, a identificação precoce do câncer e das lesões pré-malignas permite o uso de tratamentos menos invasivos, a melhora da qualidade de vida durante o tratamento e o aumento da possibilidade de cura.
Apesar de o teste molecular ser um exame com maior custo, quando comparado ao Papanicolau, observa-se que ele é custo efetivo. “Esse benefício se mostra mais evidente quando vemos que o tratamento do câncer de colo uterino envolve alta complexidade e custos, além de impacto pessoal e social”, destaca Andréa Gadêlha.
Destaque na programação também para o debate referente aos 10 anos da vacina contra HPV no SUS, completados em 2024. A médica pediatra, Ana Goretti Kalume Maranhão, do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, abordará a volta da vacinação às escolas públicas brasileiras.
Porém, o melhor resultado foi obtido justamente em 2014, quando foram aplicadas quase 8 milhões de doses da vacina contra HPV nas meninas brasileiras. Naquele ano, a imunização foi levada para dentro das escolas públicas. O número caiu para abaixo de 6 milhões de doses no ano seguinte. E, entre 2016 e 2022, o total não superou a marca de 2 milhões de doses. A boa notícia é que em 2023, segundo o Ministério da Saúde, foram aplicadas 5,8 milhões de doses, aproximando-se da marca registrada em 2015.
A vacina quadrivalente, que protege contra o vírus HPV dos tipos 6, 11, 16 e 18 e que está disponível no SUS, é recomendada para as crianças e adolescentes de 9 a 14 anos; pessoas de 9 a 45 anos vivendo com HIV/Aids, em tratamento de câncer, submetidas a transplantes, com imunodeficiência primária ou erro inato da imunidade e pessoas imunocompetentes de 9 a 45 anos vítimas de violência sexual.
HÁ VIDA ALÉM DO CÂNCER
A campanha “Setembro em Flor”, criada pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), que traz a atriz Marieta Severo como madrinha pelo segundo ano consecutivo, apresenta o tema “Há vida além do câncer”. A campanha foi criada em 2021 e é voltada para a conscientização sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero, ovário, endométrio, vulva, vagina, entre outros cânceres do aparelho reprodutor feminino. O símbolo da campanha é uma flor, com pétalas de diferentes cores, sendo que cada cor representa um dos cinco tumores ginecológicos. A flor é um símbolo de vida, pureza, feminilidade, fertilidade, o que representa bem a mulher.
Sobre o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA)
O EVA é uma associação sem fins lucrativos, atualmente presidida pelo ginecologista oncológico Glauco Baiocchi Neto, gestão de 2022-2024, composta em sua maioria por médicos, com missão de combate ao câncer ginecológico, com foco na educação, pesquisa e prevenção, promovendo apoio e acolhimento às pacientes e aos familiares.
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