Fundo multimercado é boa alternativa de investimento?

by Amarildo Castro

Saiba mais sobre as características e a diversidade de ofertas desse tipo de fundo

Quem deseja manter uma carteira de investimentos em renda fixa e, ao mesmo tempo, ingressar na renda variável pode optar pelos fundos multimercados. Este tipo de produto financeiro tem características próprias que facilitam a estratégia de diversificação. Conhecê-las é o primeiro passo para o investidor analisar se é uma alternativa compatível com seus interesses.

Como o nome já diz, um fundo multimercado é aquele que direciona os recursos do investidor para diferentes mercados. Na prática, significa que não há concentração dos investimentos em uma única aplicação ou modalidade. O mesmo produto pode investir em títulos públicos, Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), ações e câmbio, por exemplo.

De acordo com informações da Bolsa de Valores (B3), outra propriedade inerente aos fundos multimercados é a possibilidade do uso de derivativos para alavancagem e proteção da carteira.

Como explica a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por meio do seu projeto Portal do Investidor, o derivativo é um tipo de contrato financeiro em que são acordadas condições prévias sobre o investimento. Já a alavancagem pode ser compreendida como uma técnica para maximizar o retorno financeiro.

Os fundos multimercados são listados na B3 com um código individual de quatro letras maiúsculas, que representam o nome do fundo, acompanhadas do número 11.

Tipos de fundos multimercados

Por conta da diversidade dos fundos multimercados disponíveis ao investidor, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capital (Anbima) realizou uma classificação em categorias de acordo com as características principais.

Eles podem ser divididos em três grandes grupos: alocação, estratégia e investimento no exterior. O primeiro agrupa os fundos multimercado que priorizam o retorno no longo prazo. O segundo reúne aqueles que adotam medidas de acordo com as oportunidades avaliadas pelo gestor, possibilitando, inclusive, a alavancagem.

Já os fundos de investimento no exterior seguem as regras estabelecidas pelo artigo 101 da Instrução nº 555 da CVM. Dessa forma, pelo menos 40% do patrimônio líquido é direcionado para investimentos em outros países.

Categorias

Além da divisão em grupos, a Anbima realiza uma classificação de acordo com a liberdade da carteira de investimentos. Nessa perspectiva, os fundos multimercados podem ser classificados em balanceados, dinâmicos, macro, trading, long and short – direcional, long and short – neutro, juros e moedas, capital protegido, estratégia específica e livre.

Os fundos balanceados são aqueles que não admitem alavancagem e adotam uma estratégia de informar previamente sobre direcionamento dos recursos, investimentos escolhidos e políticas de rebalanceamento.

Outra categoria é a de fundos multimercados dinâmicos. Eles têm maior flexibilidade em comparação com os balanceados, pois admitem alavancagem e não se comprometem com ativos preestabelecidos. Portanto, contam com maior liberdade para reagir às oscilações do mercado.

Os fundos multimercados livres não apresentam uma estratégia específica e têm maior autonomia que os dinâmicos. Contrapondo a este modelo estão os fundos de estratégia específica, que adotam um parâmetro na hora de investir em produtos com riscos determinados, como commodities e futuro de índice.

Ainda segundo a Anbima, há os fundos multimercados macro. A nomeação se dá pelo fato de a estratégia de investimento ser criada com base nas projeções do cenário macroeconômico, no médio e longo prazos.

Por outro lado, aqueles que adotam estratégias de curto prazo são denominados pela Anbima de fundos multimercados trading. Há, ainda, os fundos de juros e moedas que investem em ativos de renda fixa em busca de um retorno no longo prazo.

Outras categorias são os fundos multimercados long and short – direcional e neutro. A primeira nomenclatura é referente àqueles que realizam operações de ativos e derivativos através de posições compradas e vendidas. O retorno financeiro é o resultado da diferença entre estas posições. O segundo funciona de forma semelhante, porém tem a limitação da exposição financeira líquida, que não pode ultrapassar 5%.

De acordo com a Anbima, a classificação dos fundos em categorias permite ao investidor a comparação entre os próprios produtos e, também, com outros tipos de investimentos.

Vantagens e riscos

Na avaliação da B3, uma das principais vantagens dos fundos multimercados é a gestão profissional, que tem autonomia para buscar estratégias que ofereçam maior rentabilidade ao investidor. Em geral, há a prioridade de potencializar o retorno financeiro de aplicações consideradas conservadoras.

Pela propriedade de reunir diferentes ativos no mesmo fundo, outra vantagem é a capacidade de diversificar a carteira do investidor. A B3 destaca, ainda, que alguns fundos distribuem rendimentos periódicos, o que configura mais um tipo de remuneração além da valorização das cotas.

Já a CVM ressalta que esse tipo de fundo não tem a obrigatoriedade de atender aos limites de concentração por emissor para investir em determinados ativos, reforçando a autonomia da gestão.

Na avaliação da CVM, o fundo multimercado é considerado mais arriscado em comparação com fundos de investimentos imobiliários (FIIs) ou fundos de índice (ETFs). Por isso, é recomendado para investidores que querem não só diversificar a carteira, mas também estão dispostos a correr riscos em prol de um maior retorno financeiro.

Para começar a investir, é preciso ter conta em uma plataforma de investimentos que dê acesso ao home broker da Bolsa de Valores. O sistema de compra e a venda de cotas é feito on-line.

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