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· 46% aprovam e 51% desaprovam o governo Lula depois de dois anos e oito meses. Aprovação cresce no Nordeste, entre mulheres, pobres, menos instruídos e católicos· Percepção de que os preços de alimentos aumentaram recuou de 76% para 60%· Jair Bolsonaro e Eduardo são os mais mal avaliados sobre a forma como estão agindo em relação às medidas de Trump. Governadores de São Paulo, Minas, Goiás e Paraná também têm sua imagem arranhada.· Para 71%, Trump está errado ao impor taxas ao Brasil e 77% temem que tarifaço prejudique suas vidas· Para 48%, Lula e o PT estão fazendo o que é mais certo no caso das tarifas, enquanto 28% consideram que Bolsonaro e seus aliados estão corretos· Para 69% Eduardo Bolsonaro age para defender seus interesses e os de sua família |
A quinta rodada da pesquisa Genial/Quaest de 2025 mostra que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é desaprovado por 51% dos eleitores e aprovado por 46%, ao fim de dois anos e oito meses. Apesar da desaprovação pela maioria, o resultado confirma a tendência de recuperação da avaliação do governo iniciada na pesquisa anterior, de julho, depois de registrar recuos sucessivos de dezembro até maio, quando foi registrado o resultado mais negativo: 57% de desaprovação contra 40% de aprovação. Esta é a maior pesquisa sobre o panorama político já realizada no país. Foram 12.150 entrevistas presenciais, feitas com brasileiros de 16 anos ou mais entre os dias 13 e 17 de agosto, que abrangem, além da avaliação nacional, a opinião dos eleitores de oito estados sobre o São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Bahia e Pernambuco.A melhora na aprovação do governo aconteceu na maior parte dos recortes da pesquisa, principalmente na base de apoio do presidente e entre os eleitores que declaram não ter posição política. Entre as mulheres, a aprovação oscilou positivamente dois pontos percentuais e encostou na desaprovação, de 49%. No Nordeste, a aprovação subiu de 53%, em julho, para 60% – uma diferença de 23 pontos percentuais sobre a desaprovação. Nos dois estados da região incluídos na pesquisa, a aprovação registrou alta significativa. Na Bahia, subiu de 47% para 60%, enquanto a desaprovação caiu de 51% para 39%; em Pernambuco, avançou de 49% para 62%, e a desaprovação recuou de 50% para 37%. Nos dois estados, houve empate técnico na pesquisa anterior. Entre os que têm até o Ensino Fundamental, a aprovação passou de 51% para 56% e a desaprovação oscilou negativamente de 42% para 40%; entre os mais pobres, que ganham até 2 salários mínimos, o governo tem 55% de aprovação e 40% de reprovação – em julho, houve empate técnico nessa faixa: 50% aprovavam e 49% desaprovavam. O governo recuperou a aprovação também entre os católicos (54%) e entre os beneficiários do Bolsa Família. A comparação entre os governos Lula e Bolsonaro voltou a registrar vantagem para o presidente: 43% o consideram melhor, contra 40% em julho; o percentual dos que pensam o recuou de 44% para 38%. Entre os eleitores que informam não ter posicionamento político, a avaliação também se inverteu. Na pesquisa atual, 37% dizem que o governo Lula é melhor, 32% que é igual e 27% que é pior. Alimentos em destaque O grande destaque da pesquisa é a queda na inflação dos alimentos. A percepção de que houve alta no preço da comida recuou de 76% em julho para 60% em agosto. Para 20% os preços ficaram iguais e para 18%, caíram (eram 8% em julho). Essa percepção se repete em todas as regiões. Como consequência, a opinião de que o poder de compra é menor do que há um ano recuou de 80% para 70%, e a expectativa para os próximos meses, que vinha se deteriorando continuamente, agora está dividida ao meio: 40% acham que o panorama vai piorar, 40% que vai melhorar. Para o CEO da Quaest, Felipe Nunes, a melhora na aprovação do governo Lula em agosto resulta da combinação de fatores econômicos e políticos. “A percepção do comportamento do preço dos alimentos trouxe alívio às famílias e reduziu a pressão sobre o custo de vida. Ao mesmo tempo, a postura firme de Lula diante do tarifaço imposto por Donald Trump foi vista como sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais. Menos pressão inflacionária somada à imagem de um presidente que reage a desafios externos ajudam a explicar o avanço de sua aprovação neste momento”, diz Nunes. Tarifaço: O embate entre Trump e o governo brasileiro é de amplo conhecimento do eleitor, constatou a pesquisa. 84% disseram que souberam da carta do presidente americano para Lula, contra 60% em julho, enquanto o percentual de desconhecimento caiu de 33% para 16%. Para 71%, Trump está errado ao impor taxas por acreditar que existe perseguição ao ex-presidente Bolsonaro. Nesse embate, Lula e o PT estão fazendo o que é mais certo para 48% dos entrevistados, enquanto para 28% Bolsonaro e seus aliados é que têm razão. Para 15% ninguém está certo. Ao mesmo tempo, 41% consideram que o presidente está se aproveitando da situação para se promover, contra 49% que avaliam que Lula está agindo em defesa do Brasil. Sobre Eduardo Bolsonaro, a maioria (69%) dizem que o deputado está defendendo os interesses dele e de sua família, enquanto 23% acreditam que está defendendo os interesses do Brasil. Os entrevistados entendem que serão prejudicados pelas altas tarifas (77%), porque elas vão aumentar o preço dos alimentos (64%). A maioria (67%) defende que o Brasil negocie com os EUA, enquanto 28% pensam que deveria reagir taxando os produtos americanos. Sobre a possibilidade de sucesso nas negociações, entretanto, as opiniões se dividem: 48% acreditam que Lula conseguirá um acordo e 45% dizem que não. A margem de erro estimada da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. As margens de erro dos estados e dos grupos sociodemográficos estão informadas no início do relatório. |
Sobre a Genial InvestimentosA Genial é uma plataforma de investimentos que tem como objetivo facilitar o acesso ao mercado financeiro, oferecendo os melhores produtos do mercado. Sempre em busca de excelência e inovação, possui R$ 190 bilhões de ativos sob custódia, mais de um milhão e meio de clientes e mais de 20 anos de história. É uma plataforma que acredita em simplicidade e facilidade na hora de investir, por isso, é 100% digital, mas sempre humana. Sobre a Quaest A Quaest é uma empresa de inteligência de dados que alia rigor científico e tecnologia para gerar insights que levem os clientes a tomar decisões estratégicas informadas. Criada em 2016, acumula experiência em campanhas políticas presidenciais, estaduais e municipais e reúne um time de doutores e mestres das mais diversas áreas do conhecimento. O fundador e presidente da Quaest é Felipe Nunes, Ph.D. em ciência política e mestre em estatística pela Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), professor da UFMG e presidente do Centro de Estudos Legislativos. Ele é o inventor do Índice de Popularidade Digital (IPD) e autor do livro “Biografia do Abismo: como a polarização divide famílias, desafia empresas e compromete o futuro do Brasil” (HarperCollins) escrito em parceria com o jornalista Thomas Traumann. |