Guará/Vicente Pires – QE 60 e Setor Jóquei Clube são apostas para habitação na região em futuro próximo

  • Governo aposta em planejamento para reduzir déficit habitacional

Enquanto muitos falam sobre a chegada de grandes edifícios no Guará, dois novos bairros previstos na região, um dentro do próprio Guará, a QE 60, e outro na Região Administrativa de Vicente Pires, o Setor Habitacional Jóquei Clube, devem ser em futuro breve uma espécie de ‘escape’ para o déficit habitacional para a chamada classe média emergente na região. Até agora, não se sabe se o governo pretende reservar nesses setores, algum terreno para as classes sociais mais necessitadas para construção de residências mais populares, como o sistema feito por cooperativas. Na prática mesmo, o que se sabe é que os projetos estão em andamento.

Os dois projetos já foram apresentados à Seduh, e está em fase de análises e conclusão de estudos.

Área onde será construída a nova QE 60, que fica atrás da QE 46, no Guará II (Foto de Graciliano Cândido)

Nova QE 60, no Guará

Recentemente a Terracap, que detém um imenso terreno, que fica atrás da QE 46 (Antiga área da Tasa), chegou a colocar um lote de terrenos em licitação, mas segundo informação da própria Terracap, não houve uma proposta formulada por parte de interessados. O órgão informou em 2024 à reportagem do Blog do Amarildo que havia um único item da QE 60 do Guará, com seis lotes mistos, 7,1 mil m² de área, no conjunto “E” da quadra, mas não houve proposta para o item. Porém, o projeto da QE 60, por enquanto, é mantido aos mesmos moldes.

Lotes na QE 60 serão mistos, entre residenciais e comerciais. Em princípio, projeto contempla duas avenidas principais

No caso da QE 60, a Terracap tem até três anos para concluir a infraestrutura do local, no entanto, não entrou em detalhes sobre os itens dessa referida infraestrutura.

O projeto urbanístico de criação da QE 60 do Guará, segundo a Novacap, já foi aprovado pelo Conselho de Planejamento Urbano e Territorial do Distrito Federal (Conplan). A nova quadra da região administrativa terá 107 lotes. De acordo com o projeto da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), 92 unidades são de uso misto, o que permitirá a atração de novos empreendimentos imobiliários e a criação de empregos para a população. Uma vez pronta, poderá abrigar pouco mais de 8 mil habitantes. São, ao todo, 28,24 ha de área.

Área da QE 60 fica atrás da QE 46, antiga área da Tasa

O projeto conta com duas avenidas comerciais, onde se concentrará o comércio do bairro, permitindo que os moradores acessem os serviços cotidianos a pé. A proposta é integrar novas unidades residenciais a uma variedade de comércios, serviços e opções de lazer, promovendo a vitalidade urbana. Esse tipo de empreendimento é projetado para atender às necessidades dos seus moradores, privilegiando os deslocamentos a pé. 

Os lotes onde o uso residencial é permitido, por exemplo, ficam a menos de 200 m de uma praça, ou seja, os moradores terão uma área pública a no máximo de três minutos de caminhada. Além disso, a quadra terá ciclovias em todas as ruas que circundam a área, garantindo a boa mobilidade por ciclistas.

Outra peculiaridade da QE 60 que trará qualidade de vida aos moradores é a localização: muito próximo à Epia, o que facilita o acesso da população ao local, assim como a proximidade ao Parque Ecológico Ezechias Heringer.

Próximos passos

O projeto está em fase de aprovação por Decreto Governamental. Uma vez emitida a Licença Ambiental para o empreendimento, poderá ser encaminhado para registro cartorial pela Terracap. No entanto, após tentativas de licitação não concluída, a reportagem do Blog do Amarildo apurou que haveria possibilidade de algum ajuste no projeto, mas nada é oficial.

Setor Jóquei Clube

A criação do novo bairro chamado Setor Jóquei Clube (SJC), na Região Administrativa de Vicente Pires, também já foi aprovada pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan). O novo bairro será erguido no antigo terreno do Jóquei Clube, que hoje pertence a região administrativa de Vicente Pires. A previsão é que 51,9 mil moradores ocupem até 17,3 mil apartamentos a serem construídos na região, conforme estimativa da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), proprietária do terreno e responsável pelo projeto de parcelamento do solo.

O Setor Jóquei Clube tem a área total de 2.277.233,172m², localizada entre a Estrada Parque Taguatinga (EPTG) e a Via Estrutural. O objetivo do parcelamento é promover a oferta de novas áreas habitacionais com a criação de 261 lotes para moradia, comércio, serviços, indústria e uso institucional, além de dois parques urbanos, espaços para áreas verdes e equipamentos públicos, como escolas e uma nova subestação de energia.

Terreno do antigo Jóquei Clube, onde será erguido o Setor Habitacional Jóquei Clube: local hoje pertence à Região Administrativa de Vicente Pires (Foto de Amarildo Castro)

No local, serão oferecidos imóveis para diversos perfis da população. São propostos lotes de uso misto, ou seja, destinados à implantação de prédios residenciais nos andares superiores com áreas comerciais e de serviços nos andares inferiores, oferecendo atividades econômicas de abrangência tanto local quanto regional.

Consultado para o projeto, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) avaliou que seria adequado ter na região edificações com variedade de alturas, mantendo como regra a altura máxima fixada em 21 metros (seis andares).

O relato sobre o Setor Jóquei Clube foi dividido entre o Instituto de Arquitetos do Brasil no Distrito Federal (IAB-DF) e a Secretaria de Governo (Segov-DF). Como houve divergência entre os relatos, cada um deles foi apresentado separadamente ao colegiado. Na votação, houve 30 votos favoráveis ao projeto, três contrários e uma ausência.

Próximos passos

Após a aprovação no Conplan, a Terracap deverá apresentar o projeto urbanístico à Seduh para análise técnica. Depois, ele será submetido à aprovação por decreto governamental. Após a conclusão desse trâmite, os lotes poderão ser registrados em cartório.

Histórico

A área já era considerada urbana desde o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot) de 2009, que estabeleceu as primeiras diretrizes para o parcelamento do solo. A pedido da Terracap, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-DF) elaborou o Estudo Territorial Urbanístico (ETU) aplicável ao local. Esse documento era necessário para viabilizar o início do processo de parcelamento do solo urbano.

Além disso, em 2021 foi assinado um termo de cooperação técnica entre o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Terracap, e a Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF). Pelo acordo, a associação elaborou o projeto urbanístico da região. Em contrapartida, o GDF realizará o processo de licitação pública, além de providenciar a infraestrutura e o licenciamento ambiental necessários para a construção na área.

*Com informações da Terracap

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