Lagoa do Parado, em foto de Edgar Fernandez
- Com recursos do Biodiversidade Litoral do Paraná (BLP), projetos fortalecem fiscalização, combate ao desmatamento e ações educativas em áreas de preservação como o Parque Natural Municipal Lagoa do Parado
Com 97% do território coberto por áreas naturais, Guaratuba, no litoral do Paraná, tem ampliado as políticas públicas voltadas à conservação ambiental com o apoio do Programa Biodiversidade Litoral do Paraná (BLP), iniciativa que fortalece Unidades de Conservação (UCs) da região e tem o gerenciamento operacional e financeiro feito pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). Por meio de investimento do Programa, a Prefeitura de Guaratuba está adquirindo equipamentos, promovendo capacitação de equipes e fortalecendo a conservação da biodiversidade.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente conduz, atualmente, quatro projetos com recursos do BLP, que já possibilitaram a aquisição de embarcação, drones, veículos e outros equipamentos para o monitoramento, especialmente em áreas de difícil acesso. “Guaratuba tem 97% do território formado por áreas naturais, matas e rios. Nosso desafio é grande, mas estamos conseguindo mostrar que com vontade, equipe técnica e apoio dos editais certos, é possível fazer a conservação acontecer de verdade”, afirma Edgar Fernandez, biólogo e diretor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura de Guaratuba.
A atuação da equipe técnica, formada por biólogo, engenheiro florestal, analista e agentes de fiscalização tem sido reforçada por parcerias com universidades, órgãos estaduais e a Polícia Ambiental. Juntos, são realizadas ações de combate à caça e pesca predatórias, resgate de fauna e resposta a eventos climáticos extremos.
Foco é na Lagoa do Parado
Um dos principais focos das ações da Prefeitura de Guaratuba com os recursos do BLP é o Parque Natural Municipal Lagoa do Parado, criado por decreto municipal em 2004. Com 3.600 hectares de manguezais, áreas alagadas e floresta ombrófila densa, a UC é considerada um verdadeiro santuário ecológico da Baía de Guaratuba, com presença de espécies ameaçadas como o bicudinho-do-brejo (Formicivora acutirostris).
Além das ações de fiscalização e monitoramento, a Prefeitura também aposta na educação ambiental e no fortalecimento da identidade do território. Um dos eixos de trabalho envolve o uso de imagens captadas na própria UC para produzir e estimular o sentimento de pertencimento entre moradores da cidade e a natureza ao redor. O trabalho no Parque inclui etapas estruturantes como a revisão de limites da unidade, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a criação de um Conselho Gestor e a elaboração do plano de manejo.

Bicudinho do Brejo está entre as espécies nativas da região (Bicudinho do Brejo
Edgar Fernandez)
“Estamos usando imagens da nossa biodiversidade, da fauna e flora locais, para mostrar à população o quanto esse espaço é valioso. Isso cria vínculo e faz com que a comunidade se sinta parte da preservação”, explica Edgar. A expectativa é de que, ao fim de dois anos, a Lagoa do Parado esteja formalmente consolidada como UC, com gestão participativa e monitoramento contínuo.
Reconhecida como parte da Grande Reserva Mata Atlântica, o maior remanescente contínuo de floresta do bioma no Brasil, a Lagoa do Parado também integra o Sítio Ramsar — título internacional concedido a áreas úmidas de importância ecológica. Junto de outras unidades, como a APA Estadual de Guaratuba, o Parque Estadual do Boguaçu e os parques nacionais Saint-Hilaire/Lange e Guaricana, compõem um mosaico de grande importância à preservação da fauna, flora e dos recursos hídricos da região.
Para consultar os projetos em andamento da Prefeitura de Guaratuba e de outras iniciativas apoiadas pelo BLP, clique aqui.
Sobre o Programa Biodiversidade Litoral do Paraná
Criado em 2021, o Programa Biodiversidade Litoral do Paraná promove a conservação, a pesquisa e o uso responsável dos recursos naturais, fortalecendo Unidades de Conservação e impulsionando o desenvolvimento sustentável do litoral paranaense. Financiado pelo Termo de Acordo Judicial (TAJ) firmado após o vazamento de óleo ocorrido em 2001, o Programa investirá mais de R$ 110 milhões em iniciativas estratégicas ao longo de dez anos.
A governança do programa é compartilhada entre organizações da sociedade civil, instituições de ensino superior e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), supervisionados pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Paraná. A gestão financeira e operacional do Programa é realizada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). Para saber mais, acesse www.biodiversidadelitoralpr.com.br.