- Isis Dantas, que tem vasta experiência em fotografias e cotidiano que envolve a chamada violência de gênero traz trabalho de imagens em exposição na Câmara Legislativa
O clima de violência contra as mulheres na chamada violência de gênero, que acomete esse público país afora passou a chamar atenção nos últimos anos da jornalista e escritora Isis Dantas, moradora do Guará, no Distrito Federal. Em 2019, ela criou o Projeto Marias da Penha, a iniciativa utiliza a fotografia como instrumento terapêutico para auxiliar mulheres que já romperam o ciclo de violência a se enxergarem e se perceberem em potência.
Com base nesse projeto, o ‘Marias da Penha’, Isis lança no Espaço Cultural Athos Bulcão, na Câmara Legislativa, em 21 de outubro, a Exposição Marias, e também lança o livro que leva o mesmo nome.
Isis explica que a exposição e o livro ‘Marias’ relata cotidiano e o rompimento com o ciclo da violência contra 10 mulheres, que ao logo de um determinado tempo, sofreram muito com a chamada violência de gênero, o que inclui cotidiano de sofrimento, inclusive dentro de casa.
A ideia é utilizar a fotografia para, através do meu olhar, uma mulher, que também já foi vítima de violência psicológica e sexual, registrar essas mulheres, sem julgamentos e permitir a criação de um espaço de refazimento e de elevação de autoestima. Além disso, abrir um canal de fala para que elas pudessem relatar suas histórias e, assim, incentivar outras mulheres a também romperem o ciclo da violência.
Isis Dantas: experiência com o público que sofre a chamada violência de gênero

“Sou comunicadora, mas meu trabalho tem uma forte carga terapêutica, e, aqui, quero me valer de um conceito desenvolvido por Carl Jung, o do “curador ferido”, que se refere a uma figura, que, apesar de ser um curador ou terapeuta, também carrega consigo feridas que podem influenciar sua prática e a relação com os ‘pacientes'”, relata.
E continua: “Nesse projeto, vejo-me um pouco como essa ‘curadora ferida’, ainda preciso curar minhas próprias feridas, mas, ao longo desse período, ao ajudar mulheres a superarem suas dores, venho tentando cicatrizar minha própria ferida. Me vali da fotografia não só como meu instrumento terapêutico, mas também como a minha grande salvação”.

A exposição começa em 21 de outubro, no Espaço Cultural Athos Bulcão, na Câmara Legislativa. Abaixo, os detalhes do evento:

21 de outubro, às 14h30

Espaço Cultural Athos Bulcão – foyer do plenário da CLDF
A obra retrata mulheres que romperam o ciclo da violência de gênero, reunindo imagens e relatos potentes de sobreviventes.
A exposição segue até 14 de novembro, de segunda a sexta, das 9h às 19h.