
Bactérias, vírus, parasitas e toxinas podem estar presentes nos alimentos — mesmo quando parecem frescos, limpos e saborosos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 250 tipos de doenças são transmitidas por alimentos contaminados, variando de desconfortos gastrointestinais leves até quadros graves que desativam a internação. Essas doenças, chamadas DTAs (doenças transmitidas por alimentos), são, na maioria das vezes, causadas por falhas evitáveis: má higienização, armazenamento incorreto, manipulação inadequada ou falta de cuidados básicos no preparo. “A segurança dos alimentos começa muito antes do prato ser servido. É uma cadeia de cuidados que precisa funcionar bem em cada etapa”, afirma Paula Eloize, especialista em segurança dos alimentos e idealizadora da Food Smart, empresa voltada à consultoria e à formação de profissionais da área. Do campo ao garfo: onde está o perigo A contaminação pode acontecer em qualquer ponto da cadeia alimentar, do cultivo ao consumo final. No transporte, no armazenamento, na manipulação dos ingredientes ou no momento do serviço, um descoberto pode ser suficiente para colocar a saúde das pessoas em risco. As chamadas DTAs (doenças transmitidas por alimentos) vão desde diarreias leves até infecções intestinais graves, que podem levar à hospitalização e, em casos extremos, à morte. Entre os agentes mais comuns estão Salmonella, Escherichia coli, Listeria monocytogenes, Norovírus e Toxoplasma gondii. Esses microrganismos são encontrados com mais frequência em carnes cruas ou mal cozidas, ovos, leite não pasteurizado, frutas e verduras mal higienizadas e alimentos que sofreram contaminação cruzada. A prevenção está nas mãos de todos Paula Eloize destaca que a prevenção é possível e deve ser prioridade em qualquer estabelecimento que manipule alimentos, como restaurantes, cozinhas industriais, escolas, hospitais e serviços de restauração. “Capacitação da equipe, protocolos de limpeza e controle de temperatura são fundamentais. A segurança dos alimentos não é luxo, é responsabilidade social”, reforça. O especialista também alerta para a importância da educação alimentar no dia a dia. Mesmo em casa, cuidados como lavar bem os alimentos, armazenar na temperatura correta e evitar a contaminação cruzada fazem toda a diferença. “ Algumas ações simples fazem toda a diferença. Lavar bem frutas, verduras e legumes antes de consumir, higienizar móveis e superfícies com frequência, principalmente após o contato com alimentos crus e cozinhar bem carnes, ovos e peixes são dicas essenciais”, aconselha. Além disso, Paula Eloize alerta para os cuidados com o armazenamento dos alimentos. “Alimentos perecíveis também precisam de temperatura adequada (abaixo de 5°C). Outro ponto essencial é verificar os prazos de validade e observar mudanças de cheiro, textura ou cor”, acrescenta. Outro cuidado que a maioria dos consumidores não se atenta é quanto ao descongelamento dos ingredientes ou mesmo da comida pronta. “Opte por armazenar na geladeira os alimentos que você precisa descongelar para consumo, independente se estiverem crus ou cozidos. Isso porque a temperatura ambiente é ideal para a proteção de bactérias”, explica. Para ela, quanto mais conhecimento for compartilhado, maiores são as chances de conscientizar a sociedade sobre os riscos reais dos alimentos contaminados. “Estamos falando de dados alarmantes, afinal, cerca de 420 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência de infecções alimentares no mundo”, conclui. Clique aqui para baixar imagens. |
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