No novo episódio do podcast Mano a Mano, Mano Brown e Semayat Oliveira recebem Iza — uma das vozes mais potentes e influentes da música brasileira contemporânea. Cantora, compositora e símbolo de representatividade, Iza construiu sua trajetória com talento, consciência e propósito, transformando sua arte em uma ferramenta de expressão, de resistência e empoderamento. O episódio que vai ao ar no Dia da Consciência Negra traz reflexões sobre identidade, maternidade, responsabilidades e outros temas que marcam sua jornada pessoal e profissional.
Desde cedo, Iza tinha certeza sobre sua missão: viver de música e compartilhar sentimentos. Mas sua identidade sempre esteve no centro dessa jornada. “Eu queria viver de música, compartilhar meus sentimentos. Mas sempre soube quem eu era: uma menina preta, letrada racialmente, filha de uma mulher preta acadêmica. Minha mãe me observou muito e reforçava quantas vezes fosse necessária a minha autoestima.” Essa base familiar sólida e politizada moldou não apenas sua visão de mundo, mas também sua postura diante da indústria.
Com o sucesso, vieram novas responsabilidades. Para Iza, ocupar espaços de destaque significa assumir um compromisso com quem a escuta: “A partir de um momento que as coisas começaram a acontecer, me senti lisonjeada. Minha missão não era só cantar e ser feliz. Meu microfone era uma arma, eu não poderia sair por aí falando qualquer coisa. Não só pra se envaidecer, é melhor se responsabilizar do que se envaidecer, é preciso ter responsabilidade.” Essa consciência reflete a dimensão política da arte, especialmente quando se trata de artistas negros em um país marcado por desigualdades.

Durante a conversa, Mano Brown também provoca reflexões sobre autenticidade e pressão da indústria: “Rap que morre gente, todo mundo gosta, é consagrado. Soul cantado em português, tocado na favela, é vendido. Mas quem toca mais? Quem foi que realmente se vendeu?” A pergunta abre espaço para um debate profundo sobre estética, escolhas e sobrevivência no mercado musical — um ambiente que muitas vezes exige concessões para garantir visibilidade.
Iza representa uma geração que entende que música é mais do que entretenimento: é identidade, discurso e transformação social. Sua trajetória inspira não apenas pelo talento, mas pela coragem de usar a voz como instrumento de mudança.
Serviço >> Mano a Mano – 7º Episódio
Episódio: JÁ DISPONÍVEL em vídeo, no Spotify – convidada: Iza.
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