O amor está entre os segredos de vida de homem centenário, morador do Guará, a RA X do DF

  • Pedro Xavier de Andrade, que neste mês de julho chega a 100 anos e seis meses de vida, sempre gostou de namorar (mas teve na prática, duas mulheres em sua vida), e encontrou no Guará, no Distrito Federal, mais uma fase importante, ao lado da atual companheira, Maria do Socorro Rodrigues, que conheceu na cidade, em um grupo da melhor idade

POR AMARILDO CASTRO

Chegar aos 100 anos é um privilégio de poucos, um dádiva para muito rara para a maioria das pessoas. E fazer aniversário de dez décadas com saúde, dançando e bem ao lado da esposa, é coisa mais rara ainda. Mas essa (graças a Deus) é a realidade do morador do Guará, a RA X do Distrito Federal, Pedro Xavier de Andrade, que neste mês de julho, na verdade, já passou e bem dos 100 anos, ele está com dez décadas e seis meses de vida, e hoje, feliz ainda ao lado da atual companheira, Maria do Socorro Rodrigues, de 84 anos, que depois de uma longa vida, com outras histórias, a conheceu e deu início ao namoro em 1992.

Nascido na pequena cidade de Abaeté-MG, ele conta que a vida não foi assim tão fácil para ele, mas também nunca fez drama com seus desafios, entre eles, perder o pai e a mãe logo cedo, tendo sido adotado por um casal de fazendeiros da cidade aos seis anos. A partir dali, diz ter contribuído também com o casal, ajudando em tudo na fazenda, fazendo comida e levando para os peões na roça, ajudando a cuidar dos filhos pequenos do casal; também ajudava a cuidar de gado, entre outros afazeres.

Pedro Xavier diz que antes de tudo, agradece a Deus por tê-lo ‘deixado’ viver tantos anos e com saúde, mas ensina que é preciso viver uma vida simples e sem rancor

O homem, hoje centenário, deixou a pequena Abaeté já adulto, para servir ao Exército em Unaí-MG, por onde permaneceu por 10 anos. Lá, também conheceu a arte do comércio, onde teve uma pequena loja.

Já com a maioria dos dez filhos nascidos e alguns já quase criados, mandou a família para morar no Distrito Federal nos anos 70, diretamente para o Guará. Mais tarde, em 1982, ele veio se juntar à então esposa Madalena e os filhos. Desde então, nunca mais saiu da cidade.

O centenário com a atual companheira, Maria do Socorro: história de 30 anos

Na vida, já com uma certa idade, um dia e então esposa Madalena se cansou do cotidiano, e foi morar no Vale do Amanhecer, para uma vida mais espiritual, e assim, concordaram que estariam não se separando no papel, mas fisicamente, sim, dando ao Sr. Pedro, com o aval dos filhos, para tocar a vida em frente. E foi assim que em 1990, conheceu sua atual companheira, Maria do Socorro. O primeiro contato entre eles foi no Grupo da Melhor Idade que tinha um projeto de saúde na hoje UBS 2 do Guará, o antigo Posto de Saúde, ao lado do Hospital do Guará.

Assim, amigos, eles começaram um relacionamento em 1992, com o aval dos filhos. Também tinha o respeito da própria ex-esposa, de Xavier, que vez ou outra vinha ao Guará. Mais tarde, Madalena veio a falecer.

Socorro conta que Pedro Xavier é uma pessoa dócil, honesta e divertida. Juntos eles viajaram nos últimos anos por vários lugares do Brasil, e idosos, eles fazem parte das atividades para esse grupo no Guará há 30 anos. Apesar do longo relacionamento, eles vivem uma relação moderna, ele mora na QE 32, ela na QE 19, em casas separadas, mas isso nunca foi problema para o casal, que se respeita muito e se dá muitíssimo bem.

Longevidade do Sr. Pedro, assim como Dona Socorro já foi tema de reportagens no DF

Perguntado pela reportagem qual seria o segredo para viver tantos anos, Sr. Pedro Xavier não pensou muito para responder: “Primeiro porque Deus quis assim, e segundo, não guardo mágoas de ninguém, nunca frequentei noitadas e sempre acreditei em min”, resume. Ele ainda ensina que um relacionamento com amor e sem ‘trampos’ ajuda a viver bem.

O homem centenário ainda destaca a vida simples que viveu em Abaeté-MG. “Lá eu fazia comida para os peões, levava almoço para a roça, cuidava de crianças, tirava leite, cuidava de gado, fazia de tudo um pouco”, conta.

No Guará, disse que sua atividade hoje é mais social, colaborando com os grupos da melhor idade.

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