- Levantamento realizado pelo Observatório de Negócios mostra locais com escassez na oferta de comércio e serviços, apresenta tendências de consumo e traça perfil do consumidor
Bairros reclamam da falta de lotéricas, distritos pedem agências bancárias; 78% dos chapecoenses mantêm o hábito de comer fora de casa; 61% usam PIX; 51% dos lares têm animais de estimação; para 86% o atendimento é fator mais relevante na decisão de compra. Essas são algumas das revelações do Retrato do Consumidor de Chapecó, pesquisa inédita realizada pelo Observatório de Negócios do Sebrae/SC, cujos resultados são agora divulgados ao público.
O estudo foi realizado em cinco cidades catarinenses – Florianópolis, Joinville, Blumenau, Criciúma e Chapecó -, sendo ouvidas presencialmente 3,6 mil pessoas acima de 16 anos, com margem de erro que varia de 3,5% a 4%.
Cinco pontos orientaram o levantamento: perfil do consumidor (gênero, idade, renda individual, renda familiar, escolaridade, ocupação, lazer, residência e hábitos bancários); comportamento dos consumidores (onde compram, com qual frequência, formas de pagamento, valores gastos e fatores de decisão); tendências de consumo (uso de moedas digitais, ampliação do e-commerce e a importância de políticas de sustentabilidade e de inclusão e diversidade, além da preferência pelos pequenos negócios locais); hábitos e mercado potencial (nos ramos de moda, bares e restaurantes, saúde e higiene, alimentos e mercados) e escassez de oferta no comércio e serviço.
A base de dados permite uma série de pesquisas por meio de filtros, como as seleções exclusivas de dados conforme o recorte de interesse (como gênero, classe social ou hábitos de lazer) e a identificação de perfis com maior potencial de consumo, gerando oportunidades de negócio. Também possibilita a identificação de diferenças entre públicos conforme gênero, idade, renda e escolaridade, com personalização ao público de interesse, além da orientação a segmentação de mercados permitindo a melhoria das estratégias de planejamento e marketing.
“A nossa intenção, com o estudo, é fornecer dados confiáveis para fortalecer a cultura de tomadas decisões entre os empreendedores catarinenses”, afirma o gerente de Gestão Estratégica do Sebrae/SC, Roberto Philippi Fullgraf.
Para o gerente regional do Sebrae/SC no oeste, Udo Martim Trennepohl, “essa é uma das pesquisas mais amplas e reveladoras dos hábitos de vida e consumo dos chapecoenses, cujas informações e análises poderão nortear planos de investimentos privados e políticas públicas”.
“Com esse arsenal de informações, e um painel de dados inédito que permite várias segmentações, os empreendedores – do micro aos grandes – têm melhores condições de avaliar cenários para definir estratégias de investimento, seja no próprio negócio ou em potenciais novos negócios, com maiores condições de ter iniciativas bem-sucedidas”, argumenta o coordenador do Observatório de Negócios do Sebrae/SC, Cláudio Ferreira.
RETRATOS
A pesquisa Retrato do Consumidor de Chapecó ouviu 600 pessoas de 16 a 60 anos ou mais do centro, de 16 bairros e de quatro distritos, sendo 50,7% mulheres e 49,3% homens com predominância da faixa etária entre 30 e 49 anos. As entrevistas foram pessoais em locais de fluxo e a margem de erro é de 4%. No tocante à escolaridade, 28% têm ensino fundamental completo, 44% têm ensino médio e 27% tem ensino superior ou pós-graduação. Pertencem às classes A/B 29,7% das pessoas ouvidas, à classe C, 45,8% e às classes D/E, 24,5%.
O perfil econômico-financeiro revela que 50% são assalariados, 15,7% são autônomos, 11,8% são aposentados, 6,2% são empresários, 4,2% são donas de casa e 12,1% enquadram-se em outras categorias. A metade das famílias chapecoenses tem poupança ou investimentos em Bancos. O PIX lidera com folga (61%) como forma habitual de pagamentos, seguido de cartão de débito (46%), cartão de crédito (43%) e dinheiro (38%). Apenas 4,8% dos consumidores usam ou já usaram moedas digitais para pagamento.
Na identificação dos hábitos de compra fica evidente a importância da capacitação de recursos humanos. O atendimento (86%) é fator relevante para a decisão de compra, seguido de preço (71,5%), promoções (64%), descontos (61%) e parcelamento (19%). Outros fatores determinantes são garantia (30%) e tempo de entrega (19,5%). Ainda predomina a pesquisa de preços presencial (62%), enquanto 57% buscam a internet e 13,2% nunca pesquisaram preços.
Apesar disso as compras online vem crescendo: 68% já compraram pela internet e 38,1% recorrem mensalmente a esse canal. A menor adesão às compras online situa-se entre as pessoas de baixa renda (52%) e com mais de 60 anos (71%). No geral, 32% não compram pela internet.
A pesquisa também identificou oportunidades de negócios em comércio e serviços, perguntando “o que está faltando no seu bairro?”. Supermercado é o que pedem moradores dos bairros Jardim América, Esplanada, Jardim Itália, Alvorada, Parque das Palmeiras e região, além dos Distritos. Farmácia é necessária nos Distritos e nos bairros Alvorada, Parque das Palmeiras e região, Santo antônio, Esplanada, Jardim Itália, Presidente Médice e região.
Os moradores dos Distritos e dos bairros Alvorada, Parque das Palmeiras, Santo Antônio, Esplanada, Jardim Itália, Passos dos Fortes e Líder clamam por lojas de roupas e vestuário.
No segmento de serviços, entre 17 opções indicadas, os Distritos reportaram a necessidade de Bancos e seis bairros (Alvorada, Parque das Palmeiras, Jardim América, Esplanada, Jardim Itália e Presidente Médice) pediram Casas Lotéricas.
- Outra prospecção da pesquisa foi o consumo de alimentos e bebidas. A frequência de consumo todas as semanas é de 63%, com predominância nessa prática nas classes A/B (74%). As classes D/E fazem a compra do mês (“rancho”). O valor médio do gasto mensal por domicílio é de R$ 1.225,58, o que representa um mercado mensal de R$ 113,9 milhões. Os atacarejos estão dominando, concentrando 75% da preferência dos consumidores como locais de compra, acima, portanto, dos supermercados (68%) e dos minimercados de bairro.
No quesito moda/vestuário a pesquisa apurou a frequência com que o consumidor compra roupas, calçados e acessórios: 33% compram todos os meses, conduta predominante nas mulheres (36%) e nos jovens de 16 a 19 anos (55%). Homens acima dos 60 anos são os que menos consomem. A média de gasto por pessoa está em R$ 344,90 o que representa um mercado local de R$ 69,2 milhões. Na escolha do local onde comprar, 83% preferem as lojas do centro, 23% internet e aplicativos, 21% lojas de bairros e 18,5% shopping.
Comer fora do lar em restaurantes e lanchonetes é um hábito consolidado para 78% dos chapecoenses. Fazem isso todas as semanas 26,8% dos entrevistados (nas classes A/B chega a 43%). O valor médio por gasto mensal é R$ 288,81, constituindo um mercado mensal de R$ 58 milhões. As preferências de onde comer ou pedir comida estão equilibradamente distribuídas em restaurantes de comida caseira (48%), aplicativos (43%), lanchonetes (32%), padarias e confeitarias (24%).
O mercado de produtos de higiene, cosméticos e perfumaria anda aquecido em Chapecó: 92% das pessoas compram todos os meses. O valor médio de gasto mensal é de R$ 239,01, o que representa um mercado local de R$ 48 milhões. As compras são habitualmente feitas em supermercados (73%), farmácias (60%) com pouca procura por internet e aplicativos (8%).
Os pets estão instalados na vida e na rotina de 51% das residências – 39% tem cães e 20,5% tem gatos. O número estimado de animais domésticos é de 100.086, sendo 61.912 cães, 32.376 gatos e cerca de 6.000 de outras espécies. Rações e outros produtos são adquiridos em pet shops (49,5%), supermercados (46,5%) e em atacarejos (12%). A média mensal de gastos é de R$ 229,32 por domicílio e o mercado local é estimado em R$ 17,1 milhões.
O perfil da saúde é outro indicador da qualidade de vida do chapecoense. Metade da população tem plano de saúde, índice que sobe para 60% nas classes A/B. Sobre a prática regular de atividade física: 62% praticam esportes regularmente, 53% das classes A/B frequentam academia, 60% das classes D/E fazem caminhadas.
Em recreação e lazer, apenas 34% vão ao cinema, 37,5% vão a shows, 25% lêem livros semanalmente e só 11% vão ao teatro. Em compensação, 59% tem o hábito de viajar a turismo.
SOBRE O OBSERVATÓRIO DE NEGÓCIOS
O Observatório de Negócios do Sebrae/SC tem como propósito compartilhar e disseminar conhecimento sobre o ambiente competitivo dos pequenos negócios, promovendo a inteligência de dados em diversas áreas. Os estudos produzidos são estratégicos para orientar o trabalho do Sebrae/SC e subsidiar as ações de empreendedores em todo o estado. A pesquisa completa está disponível no site: www.sebrae-sc.com.br/observatorio.
SOBRE O SEBRAE/SC
O Sebrae/SC comemora, em 2025, 53 anos de dedicação ao fortalecimento dos pequenos negócios e ao fomento do empreendedorismo em Santa Catarina. Com presença em todas as regiões do Estado, a instituição oferece soluções que impulsionam o desenvolvimento econômico e social, apoiando milhões de empreendedores ao longo de sua trajetória. Reconhecido nacionalmente, o Sebrae é hoje a 4ª marca mais valiosa do país, com um ativo de R$ 33,9 bilhões, reflexo de sua credibilidade, impacto e compromisso com a transformação dos territórios onde atua. Em Santa Catarina, o Sebrae é parceiro estratégico de quem faz o estado crescer.