43
| Organização brasileira assume frente nacional da campanha Ponto Final (END.IT), que pede um Acordo Global da ONU para substituir a criação industrial de animais por sistemas alimentares justos, regenerativos e sustentáveis |
| Faltando poucos meses para a realização da COP30, que acontecerá em Belém do Pará, o Fórum Animal assume a liderança da fase brasileira da campanha global END.IT — chamada no país de Ponto Final. A mobilização, coordenada mundialmente pela organização Compassion in World Farming (CIWF), já reuniu mais de 900 mil assinaturas de apoio de cidadãos de todo o mundo. A campanha Ponto Final – End.it, promovida internacionalmente pela CIWF, já mobiliza centenas de organizações na Europa, América do Norte, Oceania e outras regiões com o objetivo de colocar um fim definitivo à exploração dos animais criados para consumo e aos impactos devastadores da pecuária industrial. Desde o ano passado, o Fórum Animal atua como uma das principais vozes nacionais da iniciativa, convidando ONGs de todo o país a se unirem em uma ação coordenada para exigir mudanças estruturais no sistema alimentar global. A proposta é levar à ONU um Acordo Global sobre Alimentação e Agricultura, que promova o bem-estar animal, a justiça alimentar e a preservação ambiental como pilares essenciais no enfrentamento da crise climática. A proposta central da campanha é clara: pressionar os chefes de Estado, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e ministros, a apoiarem um Acordo Global da ONU que transforme o atual modelo agroalimentar, eliminando gradualmente a criação industrial de animais e promovendo sistemas agrícolas que respeitem o meio ambiente, os direitos humanos e o bem-estar animal. Ao liderar a iniciativa no Brasil, o Fórum Animal reforça a urgência de colocar a alimentação sustentável e o fim da pecuária industrial no centro das discussões climáticas e ambientais da COP30. “Não podemos mais ignorar a contribuição brutal da agropecuária industrial para o colapso ambiental. O Brasil, anfitrião da COP30 e detentor da maior biodiversidade do planeta, precisa assumir uma posição de liderança nessa transição. A campanha Ponto Final quer justamente colocar essa urgência no centro do debate global”, afirma Taylison Santos, diretor-executivo do Fórum Animal. O movimento se baseia em evidências preocupantes. Segundo o CEO da CIWF, Philip Lymbery, 36% de toda a colheita de grãos do mundo é desviada para alimentar animais confinados, em vez de pessoas — o que, segundo ele, seria suficiente para alimentar 4 bilhões de pessoas. Além disso, 37% das emissões globais de gases de efeito estufa estão diretamente relacionadas à forma como produzimos alimentos. A campanha propõe que o Acordo Global inclua:Uma transição para sistemas agrícolas que regenerem a natureza e ajudem a conter o aquecimento global;A redução do consumo excessivo de proteína animal em países de alto consumo;A garantia de acesso justo a alimentos nutritivos;A proteção dos direitos de povos indígenas, comunidades vulneráveis e pequenos agricultores;E o respeito aos mais altos padrões de bem-estar animal. “Não basta zerar desmatamento se continuarmos alimentando um sistema global baseado na exploração animal e na devastação ambiental. O Brasil pode — e deve — usar a COP30 para propor uma nova visão de futuro. Mais compassiva, mais equilibrada, mais humana”, conclui Taylison. Sobre a organização: O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (Fórum Animal) é uma organização sem fins lucrativos, fundada há 25 anos, formada por uma equipe multidisciplinar que inclui médicos-veterinários, advogados, biólogos, profissionais de comunicação e marketing, geógrafos e pesquisadores de diversas áreas. Nossa missão é sensibilizar e transformar a sociedade, buscando erradicar o sofrimento, a crueldade e as piores práticas contra os animais. Nossa equipe dá suporte ao desenvolvimento de várias ações de proteção e defesa animal. Estamos comprometidos com a promoção de um mundo onde os direitos e o bem-estar dos animais sejam respeitados, intervindo ativamente, advogando por políticas públicas, promovendo educação e conscientização para transformar a relação entre humanos, animais e ambiente. |
