Todos os municípios de Goiás aderem ao segundo ciclo da lei Aldir Blanc

by Amarildo Castro

Fachada da Prefeitura de Nova Aurora, em foto de Maria Lucia Oliveira, ao Sudeste do Estado: cidade está entre os mais de 240 municípios que se aderiram à lei

  • No primeiro ciclo, que também teve 100% de adesão, Goiás recebeu R$ 102,16 milhões para o período 2023-2024, com R$ 50,83 milhões para o estado e R$ 51,33 milhões aos municípios

O estado de Goiás e seus 246 municípios aderiram ao segundo ciclo da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (2025-2029). Eles enviaram os Planos de Ação e se somam à maior política pública contínua de fomento cultural já implementada no país. No primeiro ciclo, entre 2023 e 2024, Goiás também teve adesão total, e recebeu repasse de R$ 102,16 milhões, sendo R$ 50,83 milhões para o estado e R$ 51,33 milhões para os municípios. 

Do total, R$ 85,21 milhões já foram investidos pelo estado e os municípios nas ações previstas, o que corresponde a 83,41% do montante disponível. O estado já utilizou 100% dos recursos e os municípios utilizaram R$ 34,30 milhões (66,83%). 

Independente do tamanho do município, todas as cidades de Goiás se aderiram à lei, como a pequena Nova Aurora, ao Sudeste do Estado, onde há pessoas fazendo bom uso do benefício, como a escritora Regiane Paulo Borges.

A escritora Regiane Paulo Borges, em foto de arquivo pessoal: “Lei facilita trabalhos culturais e auxilia publicações, é muito importante”

“A lei Aldir Blanc é um marco nas políticas públicas do setor cultural e objetiva retomar e aquecer à cultura brasileira  no pós-pandemia, proporcionando  que os artistas goianos executem seus projetos e ainda, favorece que o população tenha acesso a espetáculos, filmes, livros e teatros e outras formas culturais a preços mais acessíveis”, diz a autora.

No estado goiano, mais de R$ 27,2 milhões foram destinados a ações de fomento cultural, de acordo com o Plano de Ação apresentado no primeiro ciclo. Outros R$ 12 milhões devem ser empregados em subsídio e manutenção de espaços e organizações culturais; R$ 5,4 milhões em Pontos de Cultura; R$ 3 milhões em obras, reformas e aquisição de bens culturais; e R$ 1 milhão em Pontões de Cultura.

Infográfico 1 | Principais números da Lei Aldir Blanc no estado no ciclo 2023 / 2024

A capital, Goiânia, executou 105,44% do montante recebido por meio da Aldir Blanc. A cidade recebeu R$ 9,61 milhões e usou R$ 10,13 em ações culturais – valor utilizado acima de 100% inclui o rendimento do período. 

EXEMPLOS – Dois projetos contemplados com recursos da lei Aldir Blanc no estado são o Bug no Sistema: Repensando a Cultura Digital e o Coletivo Alfa Centauro Ponto de Cultura. 

O Bug no Sistema propõe uma reflexão crítica sobre a cultura digital e seus impactos na sociedade contemporânea. A ação será realizada em uma escola pública municipal com alcance de 400 alunos do 5º ao 9º ano, com o objetivo conscientizar crianças e adolescentes sobre o uso responsável da tecnologia. 

O Coletivo Alfa Centauro, movimento dedicado à valorização dos artistas regionais, foi fundado em 2015 e se consolidou como um espaço de criação, expressão e resistência, promovendo eventos que fortalecem a arte, a diversidade e a identidade cultural. Em 2025, tornou-se Ponto de Cultura por meio da lei Aldir Blanc. 

NACIONAL – Em todo o país, dos R$ 3 bilhões disponíveis para o primeiro ciclo, R$ 1,81 bilhão já foram gastos, ou 60,41% do total. Os municípios já utilizaram R$ 954 milhões dos R$ 1,49 bilhão disponíveis, e os estados empregaram R$ 858,38 milhões, o equivalente a 56,84% dos R$ 1,51 bilhão recebidos. 

REGIÕES – A região Sul foi a que mais executou recursos da lei Aldir Blanc no primeiro ciclo. Dos R$ 413,68 milhões recebidos por estado e municípios, R$ 299,39 milhões (72,37%) foram empregados em ações culturais. Na sequência aparecem a região Sudeste (R$ 1,13 bilhão e 61,05% executados); a Norte (R$ 324,37 milhões e 60,29%); a Nordeste (R$ 902 milhões e 56,80%) e a Centro-Oeste (R$ 232,28 milhões e 50,25%). 

Infográfico 2 | Raio-x do primeiro ciclo da lei Aldir Blanc: R$ 3 bilhões distribuídos para todos os entes da Federação

SEGUNDO CICLO – Todas as unidades da Federação e 5.568 municípios aderiram ao segundo ciclo da Aldir Blanc, que prevê o repasse de R$ 12 bilhões para todo o país até 2029. São recursos federais anuais de até R$ 3 bilhões a cada ciclo, disponíveis para investimentos em ações como fomento direto, apoio a Pontos e Pontões de Cultura, manutenção de espaços culturais e obras de infraestrutura.

Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, os números reafirmam o compromisso da pasta com a nacionalização dos recursos e a democratização do acesso às políticas culturais. “É uma adesão histórica. Cultura é direito e também um pilar estratégico do desenvolvimento social e econômico. Estamos vivendo a maior mobilização cultural da história do Brasil. Isso mostra que a cultura é prioridade para os governos federal, estaduais e municipais e que estamos construindo, juntos, uma política sólida, estruturante e transformadora para todo o país.”
 

AÇÕES – Com os recursos da Aldir Blanc, os entes federativos podem implementar ações públicas por meio de editais e chamamentos de fomento direto, beneficiando diretamente os trabalhadores da cultura, entidades, pessoas físicas e jurídicas que atuam na produção, difusão, promoção, preservação e aquisição de bens, produtos ou serviços artísticos e culturais, incluindo o patrimônio cultural material e imaterial.
 

Um exemplo de aplicação desses recursos é a execução de ações voltadas para construção, manutenção e ampliação de espaços culturais, bem como aquisição de bens culturais. O ente pode direcionar esses recursos para aprimorar espaços como cinema, teatro, museu e biblioteca do município. Dessa forma, terá a flexibilidade de utilizar os recursos para fomentar ações culturais nesses locais, ou até mesmo realizar diretamente obras, promover reformas e adquirir itens que contribuam para a melhoria e desenvolvimento desses locais culturais. 

CULTURA VIVA – Municípios que recebem valores iguais ou superiores a R$ 360 mil devem investir, no mínimo, 25% dos recursos na implementação da Política Nacional de Cultura Viva, uma iniciativa que busca reconhecer e apoiar atividades culturais já existentes, incentivando a participação social, a colaboração e a gestão compartilhada de políticas públicas culturais. Para aqueles com valores inferiores, não há percentuais vinculantes. Estados e o Distrito Federal devem destinar até 25% para a construção de CEUs da Cultura, que são centros culturais comunitários que promovem expressão corporal, educação cidadã, arte, educação, trabalho, renda e sustentabilidade ambiental.

Saiba mais sobre a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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