TRAGÉDIA DE VALPARAÍSO – Direção do Parque das Árvores dá exemplo ao lidar com responsabilidade no pós incêndio

by Amarildo Castro

Não há absolutamente nada que possa trazer vidas de volta após uma tragédia como foi o incêndio na última terça-feira,27, no Condomínio Parque das Árvores, um dos maiores residenciais do Entorno do DF, e que fica em Valparaíso de Goiás. Mas ao menos um fato no pós tragédia chama atenção: a dedicação da direção do condomínio às vítimas do incêndio, especialmente as pessoas que foram desalojadas devido aos estragos provocados em seis unidades habitacionais.

Na tarde da última quarta-feira, 28, no próprio salão de festas do residencial, o síndico Anderson Oliveira, ao lado de autoridades, incluindo o prefeito local, Pábio Mossoró, o delegado da Polícia Científica de Goiás, Fernando Lerbach, além de representantes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da Polícia Civil, Oliveira explicou a dinâmica do incidente, e também falou sobre a morte do casal.

Direção retirou de dentro das unidades o Bloco E vários equipamentos danificados e com gambiarras no sistema de gás. Na prática, esse serviço (na parte interna das unidades) seria de responsabilidade do moradores, mas direção fez troca para garantir a segurança dos moradores

“Eles (marido e mulher) tentavam respirar ar puro. O bebê, então, escapou da mão da mãe; a mãe tentou buscar o bebê; o pai tentou buscar a mãe; e os três foram projetados para fora do apartamento”, detalhou o síndico do condomínio, Anderson Oliveira. “Não houve suicídio. Ninguém se jogou no desespero, embora a situação fosse desesperadora. Foi um ato da mãe tentando salvar o pequeno.”

A reportagem do Blog do Amarildo, no entanto, apurou que foi tudo muito rápido, e que para salvar o casal e o bebê, somente uma ação no tempo, a partir da explosão e do inicio do incêndio, de no máximo três ou quatro minutos seria possível salvar as vidas perdidas. O corpo de Bombeiros só começou a chegar a partir do minuto 15 contados a partir do início da tragédia. Sobre a morte das três pessoas, após a explosão, seria muito difícil o salvamento caso não chegasse um socorro praticamente de imediato, porque o fogo se alastrou pelo apartamento todo em questão de segundos.

Ao chegar, os Bombeiros salvaram outras vidas, de pessoas que estavam presas em outros apartamentos, mas a demora inicial no combate ao fogo contribuiu para destruir outras unidades habitacionais, nesse caso, não é necessário respaldo técnico para afirmar isso, porque cada minuto de fogo conta muito para a destruição.

Incêndio de grandes proporções destruiu seis unidades habitacionais e matou um casal e um bebê de 19 dias

Anderson explicou que a parte que cabe ao condomínio, sobre segurança está tudo certo e colaborou para que a tragédia não fosse ainda maior, mas que foram encontradas diversas ‘gambiarras’ dentro das unidades habitacionais do Bloco E, e tomou a decisão de bancar por conta própria (do condomínio), a troca de todos os registros do sistema de gás de dentro das unidades no bloco que sofreu com o fogo. “Fizemos isso para a segurança dos moradores, e vamos fazer em todas as torres” explicou. No entanto, esse serviço de praxe, dentro dos imóveis é de responsabilidade do morador.

Oliveira disse ainda que seis famílias foram alojadas em hotéis próximos com custos bancados pelo condomínio, e que o condomínio só não custeou o funeral das vítimas porque as famílias tinham um plano funerário, mas que buscou dar a assistência necessária.

Já o prefeito local, Pábio Mossoró disse que o Executivio local está dando assistência psicológica e social às vítimas, além de priorizar o atendimento nas unidades de saúde da cidade.

Foco do incêndio

Em avaliação preliminar, a Polícia Científica de Goiás já identificou que o fogo começou no espaço que compreende a sala e a cozinha do apartamento que pegou fogo, no caso, o 702. Há indícios de que uma manutenção em um sofá, supostamente usando um produto químico inflamável pode ter contribuído para o incêndio, mas somente o laudo final poderá comprovar o que aconteceu.

Duas pessoas sobreviveram e estão internadas no Hospital HRAN, em Brasília. Eles serão ouvidos pela polícia quando a saúde deles permitir. Os sobreviventes são o prestador de serviço, Renan Vieira, e a mãe de Graciane (uma das vítimas), Maria das Graças Oliveira, 

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