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Com juros baixos, estabilidade e alta procura estrangeira, Portugal se consolida como destino estratégico para investidores, e brasileiros lideram a nova onda de compradores Portugal voltou a ser destaque no cenário internacional, desta vez pela força do seu mercado imobiliário. Em 2025, o país registrou um crescimento de 15,5% nas vendas de imóveis e uma valorização média de 17,2% nos preços, segundo dados do Economic News Brasil. O desempenho coloca o setor entre os mais dinâmicos da Europa, superando inclusive mercados tradicionais como Espanha e França. De acordo com Thiago Cardoso, especialista no mercado imobiliário e consultor de investimentos internacionais, a alta não é pontual, ela trata-se de um movimento sustentado por três vetores principais — o aumento da procura internacional, os baixos juros europeus e o aquecimento do turismo e do segmento de luxo. “Existe uma grande procura pelos grandes centros urbanos e regiões de alta demanda turística, como Lisboa e Algarve, além de zonas de desenvolvimento do público do luxo, como Comporta e Cascais. Até cidades periféricas, como Mafra, Ericeira, Évora e Setúbal, vêm sofrendo uma valorização positiva, porque estão a poucos minutos de Lisboa e oferecem custo de vida menor, com qualidade de infraestrutura e fácil acesso a tudo.” Embora a valorização não seja totalmente uniforme, os dados mostram que o aumento nos preços vem se espalhando das capitais para o interior e o litoral. Lisboa, Porto e Algarve seguem liderando as transações, mas o crescimento chega com força também a regiões periféricas e de veraneio. Locais como Costa da Caparica, Sintra, Oeiras, Mafra e Évora estão em plena expansão. Essas áreas oferecem imóveis mais acessíveis, com potencial de valorização e boa infraestrutura, o que tem atraído tanto investidores quanto famílias estrangeiras em busca de moradia permanente. “Quem está fora do radar de Lisboa consegue comprar imóveis com custo até 30% menor, mas com o mesmo padrão de acesso e qualidade de vida. É um movimento semelhante ao que se vê na Grande São Paulo ou na Região Metropolitana de Goiânia: as áreas adjacentes acabam ganhando com o crescimento da capital”, analisa Cardoso. Financiamento barato e juros atrativos O cenário financeiro europeu é outro combustível para o boom imobiliário. Enquanto no Brasil a taxa Selic permanece em níveis elevados garantindo rendimento de 15% a 17% ao ano em aplicações conservadoras, em Portugal a taxa Euribor (equivalente à Selic europeia) está em torno de 2,75% ao ano. Isso significa que o investidor pode financiar um imóvel com juros de 3% a 3,5% ao ano, mantendo seu capital aplicado no Brasil e rendendo muito acima da taxa de financiamento. “É uma equação que faz muito sentido: o investidor dá uma entrada de 30% ou 40%, financia o restante a juros europeus baixos e continua fazendo o dinheiro render em aplicações brasileiras. O ganho é duplo”, explica Cardoso. A modalidade de compra na planta também vem crescendo, especialmente entre brasileiros que desejam planejar a mudança ou o investimento a médio prazo. Além de prazos flexíveis, o comprador paga de forma parcelada durante a obra, e o imóvel tende a valorizar entre 10% e 20% até a entrega. Além de indicadores econômicos, há fatores qualitativos que sustentam o apelo do mercado português. O país é reconhecido internacionalmente como um dos mais seguros da Europa, com baixo índice de criminalidade, sistema de transporte eficiente e políticas públicas consistentes em educação e saúde. “Portugal é considerado o melhor lugar do mundo para os aposentados viverem. Além da segurança, há cultura, gastronomia, natureza, praias e qualidade de vida — tudo isso com custo mais acessível que outros destinos europeus”, destaca Thiago Cardoso. O país também mantém incentivos fiscais e acordos bilaterais, como o Tratado de Amizade Brasil–Portugal, que simplifica processos de residência e investimento para cidadãos brasileiros. Perspectivas para 2026: estabilidade e consolidação Para os próximos meses, analistas projetam manutenção do ritmo de crescimento, com valorização média entre 6% e 10% ao ano, impulsionada por novos empreendimentos e pela chegada de mais investidores estrangeiros. A tendência é que Portugal consolide sua posição como porto seguro do investimento imobiliário europeu, especialmente para brasileiros que buscam diversificação, segurança patrimonial e rentabilidade em euro. “Portugal oferece o equilíbrio perfeito entre tradição e modernidade. É um país com história, qualidade de vida e um mercado imobiliário em plena expansão — o que o torna uma das melhores oportunidades de investimento internacional da atualidade”, conclui Thiago Cardoso. |