Brasil possui o 3º maior banco de medula óssea do mundo

by Amarildo Castro
  • Centro de Referência em Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Santa Lúcia está entre as poucas unidades do DF que executam todas as etapas do transplante autólogo. Veja a importância do procedimento e quando é recomendada

Brasília, dezembro de 2025 – O Brasil realizou 3.821 transplantes de medula óssea em 2024, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (ABTO). No Distrito Federal, foram 145 procedimentos realizados em 2024. Em termos de doação, o país tem o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, atrás apenas da Alemanha e dos Estados Unidos. São cerca de 6 milhões de brasileiros cadastrados e dispostos, de forma voluntária, a salvar uma vida, de acordo com o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).

Em um cenário de alta demanda por terapias para doenças hematológicas graves, o Centro de Referência em Transplante de Medula Óssea do Hospital Santa Lúcia consolida o transplante de medula óssea autólogo como uma estratégia terapêutica fundamental para ampliar as chances de controle da doença. O procedimento, que utiliza as próprias células do paciente, permite a realização de tratamentos mais intensivos com maior segurança clínica, dentro de protocolos rigorosos e acompanhamento especializado. “O transplante de medula óssea autólogo representa um avanço importante no tratamento de doenças hematológicas, especialmente alguns tipos de linfomas e mieloma múltiplo, ao possibilitar terapias mais eficazes e personalizadas para cada paciente”, explica o médico hematologista Dr. Rodolfo Kameo, coordenador de Transplante de Medula Óssea do Hospital Santa Lúcia.

A mobilização pública em torno do tema ganha reforço com a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, que começou no dia 14 e vai até o dia 21 de dezembro, período que tradicionalmente concentra as principais ações de conscientização e esclarecimento sobre cadastro e doação.

O que é TMO e por que ele é decisivo em algumas doenças?

O transplante de medula óssea é um procedimento no qual o paciente recebe células-tronco hematopoéticas — capazes de reconstruir a produção de sangue na medula — após um preparo clínico (condicionamento) que varia conforme cada indicação. Na prática, existem duas modalidades principais:

• Autólogo: as células são do próprio paciente, coletadas previamente, processadas e armazenadas para reinfusão.

• Alogênico: as células vêm de um doador (aparentado ou não aparentado), exigindo compatibilidade e logística integrada entre bancos de dados, hemocentros e centros transplantadores.

Para o Dr. Rodolfo Kameo, conhecer a diferença ajuda a reduzir ruídos e interpretações equivocadas. “O transplante autólogo é, em geral, indicado para pacientes com mieloma múltiplo em primeira linha e, em segunda linha, para alguns linfomas. Nem sempre ele é curativo — a indicação precisa ser individualizada, considerando custo-benefício e características do paciente”, afirma.

No caso do transplante alogênico, a lista de doenças potencialmente tratáveis é mais ampla e inclui condições benignas e malignas. “Anemia aplástica, anemia falciforme, talassemia maior e algumas imunodeficiências graves podem ser curadas com o transplante. Entre as neoplasias, destacam-se leucemias agudas, mielodisplasias, mielofibrose e leucemia mieloide crônica — mas não são todos os casos que precisam ser transplantados”, completa o especialista.

Diferencial: todas as etapas do autólogo no mesmo centro

Além de orientar e tratar pacientes que podem precisar de transplante, o Hospital Santa Lúcia destaca que seu Centro de Referência em TMO está entre as poucas unidades do Distrito Federal que realizam todas as etapas do transplante autólogo na própria unidade — incluindo coleta da medula/células-tronco, congelamento, armazenamento, processamento e reinfusão, com protocolos e fluxos assistenciais integrados.

Segundo o Dr. Kameo, a estrutura completa não é apenas detalhe técnico: ela impacta diretamente na segurança e no resultado do paciente. “O transplante de medula óssea é um procedimento que pode ter riscos. Por isso, é fundamental termos uma estrutura hospitalar de ponta e equipe multiprofissional treinada e especializada para mitigarmos os riscos. O Hospital Santa Lúcia tem uma das melhores estruturas do DF para realizar esse tipo de procedimento”, afirma.

Doação: mitos, segurança e como se cadastrar

Apesar de ser um tema recorrente em campanhas, a doação de medula ainda é cercada de medo e desinformação. O coordenador do Centro de Referência de TMO do Hospital Santa Lúcia ressalta que a segurança do doador é premissa do processo. “Antes da doação, são feitos vários exames para avaliar viabilidade. Se o médico transplantador considerar risco relevante, a doação não é feita. A recuperação é rápida, não há sequelas e a doação pode, inclusive, ser realizada mais de uma vez”, afirma.

No Distrito Federal, o caminho para se tornar doador passa pelo Hemocentro, com cadastro e coleta de amostra de sangue para testes de compatibilidade, que entram no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Caso exista compatibilidade com algum paciente que precise de transplante, o doador é convidado para prosseguir — e tem liberdade para desistir.

Outro ponto fundamental é a compatibilidade genética, que torna a doação de medula óssea um processo complexo e altamente específico. “A chance de encontrar um doador compatível fora da família, por exemplo, é considerada baixa, pois depende de características genéticas herdadas, especialmente relacionadas ao sistema HLA (antígenos leucocitários humanos), que precisam ser muito semelhantes entre o doador e o receptor”, explica Dr. Rodolfo.

Por isso, quanto maior e mais diverso o número de pessoas cadastradas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, maiores são as possibilidades de localizar um doador compatível para pacientes que aguardam por um transplante.

SERVIÇO GRUPO SANTA (UNIDADES DISTRITO FEDERAL):

HOSPITAL SANTA LÚCIA SUL
Endereço: SHLS Quadra 716 Conjunto C, Setor Hospitalar Sul – Brasília/DF
Telefone: (61) 3445-0000

HOSPITAL SANTA LÚCIA NORTE
Endereço: SHLN Quadra 516 Conjunto G, Lote 7, Asa Norte – Brasília/DF
Telefone: (61) 3448-9100

HOSPITAL SANTA LÚCIA GAMA
Endereço: Qd 16, Área Especial 16, Lado Oeste, Setor Central – Gama/DF
Telefone: (61) 3203-9400

Postagens relacionadas

Deixe um comentário