De braços abertos batendo “asas” depois do voo. É assim que a velocista Hakelly de Souza Maximiano da Silva, de 16 anos, celebra as suas inúmeras conquistas no atletismo e não foi diferente em João Pessoa, na Paraíba, quando a jovem conquistou sua segunda medalha de ouro na prova dos 100m, com tempo de 11s87, nos Jogos da Juventude, se consagrando bicampeã da competição. O objetivo, agora, é repetir o feito nos 200m, quebrando o recorde nacional, nesta segunda-feira (25).
“Eu quero bater o recorde dos 200m. Eu já fiz 23s71 e o recorde é de 23s35. Estou nessa expectativa de bater, mesmo sabendo que não é uma tarefa fácil para uma jovem de 16 anos, já que a marca é de uma profissional de 21 anos. Eu fiz esse tempo no Brasileiro Sub-23, competindo com meninas que estavam indo para as Olimpíadas e quero repetir aqui”, projetou.
No ano passado, na edição dos Jogos da Juventude, a adolescente subiu no degrau mais alto do pódio nos 100m, com 11s95, e nos 200m, com o tempo de 24s64, registrando a melhor marca da modalidade na categoria sub-18 em todo o país.
Apesar da pouca idade, Hakelly tem se consolidado no cenário nacional e internacional como um dos principais nomes do Brasil para o futuro do atletismo. Competindo desde maio sem descanso, a atleta já foi campeã do Brasileiro de Atletismo Sub-18, nos 100m; do Sub-20, nos 100m e 200m; e no Sub-23, nos 200m. Com as classificações, ela agora se prepara para o Campeonato Sul Americano de Atletismo, que acontece em dezembro, na Argentina.
“Todas as competições deste ano estão me preparando para o Campeonato Sul Americano e todas elas são importantes para chegar lá com cabeça no que tem que fazer e muito foco porque hoje o que vence não é só talento, você tem que ter foco e determinação, pensando sempre maior. Vamos brigar por medalha na Argentina”, declarou Hakelly.
Considerada um fenômeno do atletismo, Hakelly é de Macaé, no Rio de Janeiro, e foi descoberta pelo professor de educação física Hiller Franco Entringer, que sempre a acompanha, na escola em que estuda. Inicialmente, a jovem começou nas provas de salto em altura, mas logo foi descoberta nas provas de velocidade e começou a representar a escola, o estado e o país.
“As pessoas me chamam de fenômeno pela forma como eu fui descoberta, na escola. É um nome grande, mas carrego essa responsabilidade. A pressão psicológica também é algo maior. Então o sentimento que tenho é de orgulho porque a gente batalha, a gente treina na minha escola na dificuldade, mas a gente luta e consegue”, afirmou a velocista.
Para o futuro, o objetivo é descrito sempre de forma clara e objetiva: estar nas Olímpiadas de 2028 para representar o Brasil e trazer o ouro inédito para a modalidade. “Eu sempre falo que uma meta é um sonho com um prazo porque você tem que buscar o que você quer. Não adianta você só ter o talento, é preciso trabalhar e ir atrás. Tem que batalhar para estar cada vez melhor porque eu quero estar nas Olimpíadas de Los Angeles, em 2028. É um sonho que eu coloco no topo e é como o brilho que eu tenho no escuro. E quando chegar lá, eu vou buscar mais”, finalizou a velocista.