A frase “É tão estranho, os bons morrem jovens!” tem conceito sobre as possibilidades escrita por neurocientista

  • Dr. Fabiano de Abreu Agrela vê coerência na frase do poeta e escritor Renato Russo, um dos maiores artistas da história do país

A frase icônica do poeta brasileiro Renato Russo, “É tão estranho, os bons morrem jovens”, ressoa através das gerações, evocando uma perplexidade universal diante da morte prematura de indivíduos altruístas e bondosos. Neste contexto, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós PhD em Neurociências e especialista em genômica, traz um conceito sobre este enigma, combinando os campos da neurociência e genômica em seu projeto Neurogenomic publicado no CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito.

Sob a ótica de Dr. Agrela, a bondade pode ser entendida não apenas como uma virtude moral, mas como um fenômeno intrincado que engloba aspectos biológicos e comportamentais. “Nossa abordagem é buscar entender como características como o altruísmo emergem e se manifestam no organismo humano, tanto do ponto de vista cerebral quanto genético e no organismo além do sistema nervoso”, explica o Dr. Agrela.

“Minha concepção se ancora em elementos subjetivos e em seu contraponto, refletindo que, em situações de doença, a meditação sobre a finitude pode modificar a conduta, inclinando-a para uma maior altruísmo, possivelmente como uma solicitação de auxílio implícita. Além disso, considero a existência de uma inteligência intrínseca ao próprio organismo, ainda que não percebida pela mente consciente, voltada para a procura de estabilidade e homeostase.” Reflete. 

Hipóteses Neurogenômicas sobre a Bondade e a Morte Precoce

1. Genética do Altruísmo: Pesquisas indicam que certos genes podem predispor indivíduos a comportamentos altruístas. Dr. Agrela esclarece: “Há genes que podem tornar as pessoas mais propensas a agir em benefício dos outros, mesmo que isso signifique riscos pessoais”.

2. Neurobiologia do Comportamento Altruísta: Variações nos níveis de neurotransmissores e estruturas cerebrais relacionadas à empatia podem influenciar a propensão ao altruísmo. “A neurociência oferece pormenores valiosos sobre como a estrutura e a química cerebral podem influenciar comportamentos como a empatia e o sacrifício pessoal”, acrescenta Dr. Agrela.

3. Equilíbrio Organismal: Dr. Agrela propõe a ideia de que o altruísmo serve como um mecanismo de equilíbrio para a sobrevivência da espécie. “A bondade pode ser uma estratégia evolutiva, promovendo a coesão social e, por extensão, a sobrevivência da espécie”.

A Complexidade da Bondade e Longevidade

A pesquisa de Dr. Agrela ressalta que não existe uma resposta única para o enigma proposto por Renato Russo. Fatores ambientais, estilo de vida e escolhas pessoais desempenham papéis cruciais na determinação do comportamento humano e da longevidade. “Nosso objetivo é compreender as nuances destas interações complexas”, afirma Dr. Agrela.

Altruísmo em Situações de Doença: Um Fenômeno Multidimensional

Interessantemente, estudos apontam que indivíduos doentes podem demonstrar um aumento no comportamento altruísta. Isso pode ser visto como um mecanismo adaptativo para fortalecer laços sociais em momentos de vulnerabilidade. Dr. Agrela comenta: “A doença pode intensificar a necessidade de conexão e apoio social, levando a um comportamento mais altruísta”.

A jornada de Dr. Fabiano de Abreu Agrela no mundo da neurociência e genômica ilumina as complexidades do comportamento humano. Seu trabalho no projeto Neurogenomic oferece uma perspectiva única sobre a interação entre a mente, o corpo e o comportamento, abrindo novos caminhos para entender a intrigante relação entre bondade e destino. Enquanto o mistério proposto por Renato Russo permanece, o legado dos que partem jovens continua a inspirar e desafiar nossa compreensão do que significa ser verdadeiramente bom.

Créditos – Foto: Divulgação / MF Press Global

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