Garoto é ex-atleta e ‘cria’ da Escolinha Bom de Bola, comandada por Edi Carlos, no Guará
POR AMARILDO CASTRO
Os sonhos da garotada para jogar futebol em uma equipe profissional muitas vezes extrapola fronteiras, seja do próprio atleta, ou o que pode incluir ainda os pais e até irmãos. Esse é o caso do garoto João Pedro,13, um goleiro de destaque na categoria de base que deu seus primeiros passos na Escolinha Bom de Bola, quando ainda frequentava o Guará, em meados de 2018. Em 2019, se destacando nas competições locais, passou em um teste no Goiás Esporte Clube, equipe da Série A do Brasileirão. Assim, foi integrado à equipe de base Verdão da Serrinha, à época, com apenas 10 anos. E desde então, viu sua rotina de treinos ficar cada dia mais pesada.
Dessa forma, passou a precisar ainda muito mais da família para manter a forma e o sonho de ser um atleta profissional. Sem opção de alojar diretamente no clube, por questões de idade e por não ter parentes próximos em Goiânia, a solução ficou a cargo do pai, Sr. Jopys José Botelho dos Santos, em ajudar o garoto na jornada dos treinos. Assim, o genitor ficou responsável por levar o atleta ao clube goiano para todos os treinos. Como não tinha opção de morar na capital de Goiás, a solução foi ir do DF para Goiânia nos dias dos treinos, que ocorrem de três a quatros vezes por semana, além das competições, uma verdadeira maratona. A família mora no Gama-DF.
O pai conta que a rotina começa muito cedo. Depois do café da manhã, quase de madrugada, por volta das 7h, o garoto precisa estar em um colégio do Gama, onde estuda. Ao sair da escola, mal dá tempo de almoçar, e logo em seguida, começa a viagem para a capital goiana, que dura cerca de duas horas.
Por volta das 15h, o garoto se une à equipe para uma sessão de treino que dura em média 2 horas. Assim, no início da noite, está de volta ao DF. As tarefas da escola ficam no intervalo entre a chegada em casa e a hora de dormir. Uma verdadeira maratona.
Para dar conta do recado, o pai conta que precisou durante muito tempo, antes de se aposentar, de trocar plantões, folgas e fazer um verdadeiro malabarismo para acompanhar João Pedro nos treinos. Ele conta que a pandemia pegou a família de surpresa e deixou todos apreensivos, mas ao final, a equipe do Goiás chamou o garoto de volta e o sonho pôde continuar.
Além de treinar no Goiás, também faz aulas com o professor de goleiros, Alberto, no Gama nos dias de folga.
“É um ótimo atleta, tem futuro, joga bem com os pés e com as mãos, tem muita gente de Brasília de olho nele, mas por horas, vou deixa-lo lá, porque tem mais chances para crescer”, acredita Sr. Jopys, que é militar. Ele não faz questão de somar os gastos com os treinos, para não desanimar. “É pesado, mas vale a pena”, destaca.
A mãe, Sra Rosana Keli, que é professora em Valparaíso, assim como as duas irmãs do garoto, Ana Maria e Mariana também dão o maior apoio.
E assim João Pedro quer fazer história no Goiás, e quando ganhar experiência, quer chegar às equipes maiores.
Fotos de Amarildo Castro e arquivo pessoal
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