
- Órgão conta com milhares de documentos relativos ao equipamento público, como plantas baixas, registros fotográficos, cartazes, gravações em vídeo e películas; entre os tesouros estão fotos de Fernanda Montenegro em atuação no teatro e desenhos originais de Oscar Niemeyer
Por Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader
Grande parte da história do Teatro Nacional Claudio Santoro está reunida no Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF). O órgão reúne milhares de documentos relativos ao equipamento público. O acervo é composto por plantas originais do projeto arquitetônico, registros fotográficos da construção e de eventos, cartazes dos espetáculos, gravações em vídeo e películas.
Entre as preciosidades estão fotos de Fernanda Montenegro atuando na Sala Martins Pena, que será reaberta pelo GDF após a restauração, as plantas baixas originais desenhadas pelo arquiteto e urbanista Oscar Niemeyer, e o cartaz de espetáculo do Balé de Bolshoi.
“Temos aqui um acervo muito rico sobre o Teatro Nacional porque foram anos de acúmulo de documentação. Tudo o que aconteceu dentro do teatro – como espetáculos, reformas e a própria construção – foi registrado de alguma forma. Nós temos a missão institucional de guardar e custodiar essa história, tornando disponível para a sociedade”, revela Hélio de Alencar Júnior, arquivista do ArPDF.
Hélio de Alencar Júnior: “Tudo o que aconteceu dentro do teatro – como espetáculos, reformas e a própria construção – foi registrado de alguma forma” | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília
O conteúdo é proveniente da reunião dos acervos dos fundos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), da Fundação Cultural do Distrito Federal, da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e da Secretaria de Comunicação (Secom-DF) do Governo do Distrito Federal.
Para a historiadora do ArPDF Cecilia Mombelli, o acervo disponível no Arquivo Público demonstra a importância do Teatro Nacional. “Olhamos o teatro às vezes como uma coisa muito fechada só para peças. Quando vamos olhar os tipos de apresentação [por meio das imagens do acervo] percebemos que ele é muito mais amplo que isso. A gente vê que esse espaço é ocupado pela população de uma forma que vai além só do palco, ela está sempre presente ali na plateia em diferentes tipos de cultura que podem ter abrigo na sua construção”, defende.
Diferentes formatos
Cartazes, como o do espetáculo ‘O caso Greta’, logo serão digitalizados e disponibilizados ao público | Foto: Divulgação/Arquivo Público
Há documentos em mídias diferentes e todos estão acessíveis à população e aos pesquisadores de forma gratuita, com a maior parte em formato digital. “Pensando em guardar a história por mais anos possíveis, sempre estamos fazendo a digitalização desse material. Para que a gente possa guardar o documento físico sem que seja preciso manusear tanto, para poder conservar a originalidade e os aspectos históricos”, acrescenta Júnior.
No caso das plantas originais, o ArPDF conta com 1.029 digitalizadas que foram cedidas para a Secec e a Novacap, pastas do Governo do Distrito Federal (GDF) responsáveis pela obra, para servir de base ao novo projeto. Na ocasião foram disponibilizadas as plantas de edificação de autoria do arquiteto e urbanista Oscar Niemeyer, do painel de Athos Bulcão O Sol faz a Festa, localizado na fachada do prédio e dos jardins do paisagista Burle Marx.
Os próximos itens a serem digitalizados são as películas da construção do Teatro Nacional que estão guardadas no acervo do Arquivo Público. “Nós nos orgulhamos de sermos os guardiões desse tesouro. Reunimos 22 suportes de mídias diferentes. O Arquivo Público está se empenhando na digitalização das películas e, em breve, a população vai poder ver cenas do Teatro Nacional nunca vistas sobre a construção e as apresentações”, anuncia o superintendente do ArPDF, Adalberto Scigliano.
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