Evento realizado neste sábado (7), em São Sebastião, mostrou aos pais o resultado de projeto que estimula uma educação antirracista
Catarina Loiola, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger
Dia de festa no Centro de Educação Infantil (CEI) 1 de São Sebastião, conhecido como Centrinho. Neste sábado (7), ocorreu a celebração do XI Projeto de Valorização das Culturas Afro-brasileira e Indígena – iniciativa realizada pela escola desde 2013. O evento foi marcado por brincadeiras, apresentações de capoeira, carimbó, maracatu, percussão, entre outros ritmos, além de exposição das pinturas, desenhos e esculturas feitas pelos estudantes.
Uma das apresentações que emocionou a plateia foi sobre o livro Olelê – Uma antiga cantiga da África, de Fábio Simões. A história conta as aventuras de um velho negro que incentivava seu povo a vencer o mar agitado enquanto entoavam a cantiga Olelê.
Uma das mães que não contiveram as lágrimas foi a auxiliar administrativa Beatriz Tavares, 27. Esta foi a primeira vez que ela viu uma apresentação escolar do filho, o pequeno Murilo, 5 anos. “Mexeu muito comigo. Mostra que ele, e as outras crianças, estão crescendo sabendo da nossa origem, da nossa cultura”, afirmou.
Já a auxiliar de cozinha Mytafa Pierre, 36, conta que se sentiu abraçada com o evento. Mãe da pequena Love Shanaica Casimir, 4, ela é haitiana e veio para o Brasil há sete anos. “Me deixa muito feliz ver que estão ensinando para nossas crianças que todos têm o mesmo valor – o branco, o preto, o amarelo. É muito importante que eles aprendam isso desde cedo”, ressaltou.
O projeto
Com apoio da Secretaria de Educação (SEDF), o projeto visa o cumprimento das leis nº 10.639/03, sobre a obrigatoriedade do estudo da cultura afro-brasileira, e nº 11.645/08, que inclui também os povos indígenas.
“Trabalhamos muito a questão da identidade, da autonomia, do autorreconhecimento, da valorização da cultura e das contribuições da cultura africana e indígena para tentar promover uma educação antirracista”, explica a diretora do Centrinho, Cleyde Cunha. Durante a pandemia do novo coronavírus, o projeto ocorreu de forma remota.
Ao longo de todo o ano, os alunos aprendem histórias sobre heróis negros e indígenas, além de que tem contato amplificado com expressões artísticas dos povos indígenas e de tribos africanas. Além disso, logo no começo do calendário letivo, os professores passam por uma formação sobre o conteúdo antirracista, a fim de que sejam capazes de replicar o conhecimento em sala de aula.
Catarina Loiola, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger
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