Calendário de rotina infantil agora tem vacina contra a covid-19 no DF

Inclusão da vacina contra a covid-19 no calendário infantil passou a incluir crianças de 6 meses a 4 anos | Foto: Divulgação/Agência Saúde-DF

Inclusão visa proteger crianças de casos graves da doença. Esquema é composto por três doses

Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

O calendário de vacinação infantil deste ano traz uma recente adesão: desde janeiro, crianças entre 6 meses e 4 anos recebem doses da Pfizer contra a covid-19. O esquema é composto por três doses. A medida foi tomada com base em evidências científicas mundiais e dados epidemiológicos de casos e óbitos pela doença no país.

Arte: Agência Saúde-DF

De acordo com dados do Ministério de Saúde (MS), somente em 2023, o Brasil registrou 3.379 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por covid-19 em menores de 1 ano; e 1.707 na faixa de 1 a 4 anos. A inclusão, portanto, busca proteger as crianças de versões mais graves da doença, além de complicações a longo prazo, como a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) e a própria SRAG.

Gerente da Rede de Frio da Secretaria de Saúde (SES-DF), Tereza Pereira explica que a vacinação cria uma barreira de proteção coletiva – conhecida como imunidade de rebanho – e salvaguarda aqueles que não podem ser imunizados. “Vacinar crianças ajuda a reduzir a disseminação do vírus na comunidade. Não incomum, elas podem ser portadoras assintomáticas e transmitir a doença a outras pessoas, incluindo adultos vulneráveis.”

Com a inclusão no Programa Nacional de Imunização (PNI), o imunizante da “Pfizer” será aplicado em crianças entre 6 meses e 4 anos. O esquema vacinal será composto por três doses (D1, D2 e D3). Entre a D1 e a D2, a aplicação deve ocorrer com intervalo de quatro semanas. Entre a D2 e a D3, o espaço será de oito semanas. Após os 5 anos de idade, apenas as crianças que integram os grupos prioritários receberão uma dose de reforço.

De forma geral, as vacinas contribuem para a eliminação de diversas doenças infecciosas, pois atuam no sistema imunológico produzindo células de defesa contra um micro-organismo. Uma vez na corrente sanguínea, o imunizante se apresenta como algo parecido a um agente causador da enfermidade correspondente. Nesse momento, o corpo reage com uma resposta imune e fica pronto para se defender, sem adoecer. Caso isso ocorra, os sintomas apareceram de forma mais amena.

O mecanismo assegura não só a proteção, mas se mostra essencial, principalmente, ao desenvolvimento infantil, permitindo que as crianças participem plenamente da sociedade. A gerente da Rede de Frio lembra que a vacinação é uma medida segura, eficaz e uma ação de responsabilidade social.

A prevenção de doenças por meio da imunização, segundo a profissional, reduz a carga sobre os sistemas de saúde, evitando hospitalizações, tratamentos intensivos e custos associados ao tratamento de doenças evitáveis.

Cobertura infantil abaixo

A cobertura, especialmente no âmbito infantil, ainda não alcançou as metas estipuladas pelo MS. As quatro principais vacinas, com meta de cobertura de 95% para menores de um ano, estão com adesão abaixo do esperado. São elas: pentavalente (cobertura de 81,6%), poliomielite (81,5%), pneumo 10 (82,3%) e tríplice viral (89,5%). A vacina rotavírus também apresenta um número inferior: 78,5%.

Com níveis ainda mais baixos, a cobertura de influenza infantil está em 56,8%. Já contra a covid-19, na faixa etária de 6 meses a 2 anos, a cobertura da D1 é de 27,7%, D2, 17,8% e de D3 9,2%. Já entre os 3 e 4 anos, a cobertura da D1 é de 35,7%, D2 22,4% e de D3 8,9%. Dos 5 até os 11 anos, a taxa de cobertura para D1 é de 74,4%, da D2 é de 57,7%; e da dose de reforço é de 14,6%.

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