Campanha educativa da ANEEL orienta empresas e toda população a evitarem incêndios próximos a linhas de transmissão

As ocorrências acontecem principalmente de julho a outubro, período de seca na maior parte do país. Estados do Piauí, Maranhão, Bahia, Tocantins e Goiás estão entre os mais afetados

“Ficar sem luz é fogo. Incêndios apagam sua energia”. Esse é o mote da campanha de comunicação lançada nesta segunda-feira (3/6) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), com o objetivo de conscientizar a população brasileira sobre os riscos de desligamentos das redes elétricas devido a incêndios principalmente na época seca do ano, cujo período crítico vai de julho a outubro. Neste ano, a campanha também tem o objetivo de alertar as concessionárias de transmissão de energia elétrica sobre a importância de realizarem as limpezas de faixa (supressões vegetais) em suas linhas de transmissão antes do início do período mais crítico do ano, que é quando ocorre o maior número de queimadas e de desligamentos de linhas de transmissão. Sem a supressão da vegetação localizada embaixo das linhas de transmissão, os riscos de uma queimada passar por baixo das linhas e provocar curtos-circuitos aumenta muito, podendo provocar blecautes que prejudicam todo o país.
 
Além da falta de manutenção das faixas das linhas de transmissão, a ocorrência de queimadas e incêndios florestais é uma grande preocupação. Esses incidentes são verificados principalmente no Piauí, Maranhão, Bahia, Tocantins e Goiás, além de outros estados e regiões do país. Todavia, devido ao fato de o sistema elétrico brasileiro ser quase todo interligado, uma queimada em um local remoto de algum desses estados pode causar desligamentos “em cascata” de linhas de transmissão em todo o país, aumentando o risco de grandes ocorrências de interrupção de energia. Essas ocorrências indesejáveis já foram experimentadas algumas vezes na história do Brasil e os prejuízos para a indústria, o comércio e toda a população brasileira foram incalculáveis.

A campanha da ANEEL de 2024 é composta por vídeos, materiais para redes sociais e spots de rádio que orientam a população a ligar para o número 193, dos Bombeiros, sempre que identificar fogo próximo às torres de transmissão. Além disso, o conteúdo educativo traz medidas preventivas para evitar ocorrências no dia a dia. Os materiais da campanha serão disponibilizados na página da campanha de prevenção de incêndio no site da ANEEL.
 
Realizar queimadas próximas às linhas de transmissão é crime! O Decreto 2.661, de julho de 1998, proíbe atear fogo em uma faixa de 15 metros dos limites de segurança das linhas de transmissão de energia e de 100 metros ao redor das subestações. O calor gerado pelas queimadas, além de provocar curto-circuito, resultando em desligamentos, pode danificar as estruturas metálicas e os cabos condutores, causando interrupções no fornecimento de energia e elevado custo de recomposição, que é repassado para a tarifa de energia elétrica paga por todos os consumidores.

Algumas medidas preventivas são essenciais para evitar as ocorrências, tais como:
Não faça queimadas para limpar pastagem ou plantio agrícola;
Não deixe restos de plantações ou pastagens acumuladas na beira da estrada para que não sejam incendiados;
Faça aceiros ao redor de casas, currais, celeiros e outras construções, e mantenha-os roçados;
Não acenda velas ou fogueiras perto da vegetação;
Não solte balões;
E, se vir algum foco de incêndio perto de linhas de transmissão, avise imediatamente os bombeiros. Ligue 193!
Apague as pontas de cigarro antes de jogá-las fora; 
 
Sistema de Gestão Geoespacializada da Transmissão (GGT)
 
Visando à mitigação dos riscos de reincidência de ocorrências de grandes proporções provocadas por queimadas nas instalações de transmissão de energia elétrica, a ANEEL passou a investir em novas tecnologias para o aprimoramento das técnicas de fiscalização de LTs, resultando no desenvolvimento do Sistema GGT. Atualmente, o Sistema GGT monitora 102 linhas de transmissão em todas as regiões do Brasil, totalizando 43 mil quilômetros e mais de 86 mil vãos monitorados. A tendência de desligamentos por queimadas aumentava, em média, 47% ao ano antes do início do GGT. Após 2017, houve uma redução média de 21% ao ano na tendência das linhas de transmissão monitoradas pelo GGT.

Desde o início da operação do Sistema GGT, foram realizadas diversas interações preventivas junto às transmissoras de energia elétrica visando ao aprimoramento dos processos de gestão das manutenções das faixas de segurança das linhas de transmissão. Foram realizadas também ações fiscalizadoras que resultaram em aplicações de penalidades. Além disso, seminários anuais têm sido realizados com o intuito de compartilhamento, entre os agentes setoriais, dos resultados verificados, das boas práticas e das inovações tecnológicas.

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