Capitais do Centro-Oeste aumentam gastos com saúde em ano de pandemia

O crescimento de 16,6% do gasto com saúde nos municípios a Região Centro-Oeste, em 2020, ano fortemente marcado pelo avanço da pandemia da Covid-19, obteve quase que na mesma intensidade da média do conjunto dos municípios do país, de 15,6%. É o que apontam os dados do anuário Multi Cidades – Finanças dos Municípios do Brasil, iniciativa da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) com patrocínio da Huawei e da Tecno It.

No entanto, o comportamento entre os municípios é bastante diferenciado. Entre as capitais, Cuiabá (MT) registrou o aumento mais expressivo, com R$ 987,2 milhões gastos com saúde em 2020, valor 27,6% maior do que os R$ 773,6 milhões despendidos em 2019. Na capital Goiânia (GO), o total da despesa com saúde foi R$ 1,59 bilhão, valor 15,9% maior do que o R$ 1,37 bilhão registrado no ano anterior. Já Campo Grande (MS) gastou R$ 1,48 bilhão em 2020, incremento de 4,5% na pauta.

Mesmo com a menor expansão entre as capitais da região, Campo Grande ainda detém o maior valor da despesa com saúde por habitante, de R$ 1.642,84, sendo seguida de perto por Cuiabá, com R$ 1.597,09 e Goiânia, mais atrás, com R$ 1.037,47 per capita. A média dos municípios brasileiros é de R$ 934,28.
Outras cidades avaliadas que registraram incrementos em seus gastos com saúde foram Aparecida de Goiânia (GO), que totalizou R$ 508 milhões em 2020, valor 17,8% maior do que o obtido no ano anterior; e Anápolis (GO), com aumento de 16,6% e montante de R$ 419 milhões. 

RANKING – OS MAIORES AUMENTOS NAS DESPESAS COM SAÚDE DAS CIDADES SELECIONADAS DO CENTRO-OESTE

Brasil: gastos com saúde batem recorde nos municípios
A pandemia da Covid-19 impactou fortemente o Sistema Único de Saúde (SUS) e levou à ampliação dos gastos com saúde nos municípios brasileiros. No total, foram R$ 194,98 bilhões investidos na pauta em 2020, um acréscimo de R$ 26,33 bilhões em relação ao ano anterior – o que representou aumento de 15,6%, em valores corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o maior crescimento desde 2003, ano em que se inicia série compilada por Multi Cidades.

O anuário aponta que os incrementos nos gastos com saúde foram mais intensos nos municípios com até 200 mil habitantes, com taxas ainda mais robustas nos que têm até 100 mil habitantes, chegando a 18%. “O resultado desses crescimentos em cidades com população menor se deve aos critérios adotados para o repasse dos recursos financeiros visando o enfrentamento à pandemia”, pontuou Tânia Villela, economista e editora da publicação.
Nos municípios de maior tamanho populacional, com mais de 500 mil habitantes, a injeção de recursos adicionais em saúde também foi bastante intensa: 14,2%. Ascensão semelhante, de 13,9%, foi observada entre as capitais, que destinaram R$ 5,70 bilhões a mais para a pauta em 2020 no comparativo com o ano anterior.
Quando considerado o agregado por região, a publicação aponta que os municípios do Norte (25,2%), do Nordeste (18,5%) e do Centro-Oeste (16,6%) apresentaram as mais elevadas taxas de crescimento no indicador em 2020. Na outra ponta, encontram-se o Sul (11,5%) e o Sudeste (14,3%), com incremento abaixo da média nacional.

RANKING – OS 10 MAIORES GASTOS COM SAÚDE DO PAÍS EM 2020

Fonte: Multi Cidades – Finanças dos Municípios do Brasil, publicação da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

Panorama 2021
O anuário também traz um panorama das despesas com saúde no primeiro semestre de 2021. Por conta da situação pandêmica e da necessidade de assistência para a população, a despesa municipal na área continuou sua trajetória de crescimento, com alta de 4,3% em relação ao mesmo período em 2020.

Para os próximos anos, a publicação da FNP prevê que os gastos com saúde permanecerão em alta nos orçamentos municipais, por conta do envelhecimento da população e da continuidade da retração da participação da União no financiamento da saúde pública. Segundo Villela, o orçamento federal para a saúde para 2022, por exemplo, está 3% abaixo do valor autorizado em 2021, descontados os recursos para o enfrentamento da pandemia. Dessa forma, a Atenção Básica, o nível mais estratégico da saúde pública, cuja gestão está a cargo dos municípios, vem dependendo, cada vez mais, dos recursos próprios destes.  

Foto de Amarildo Castro
C2 Comunicação – Aline Diniz | Laísa Rasseli

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