Com restrição de celulares, escolas reinventam hora do recreio para estimular interação

Novas atividades no intervalo fortalecem laços entre alunos e reduzem impactos do uso excessivo de telas

Com a implementação da lei que restringe o uso de celulares nas escolas, as instituições de ensino estão buscando formas criativas para transformar o recreio em um momento de interação e aprendizado. A medida, que visa combater a dispersão dos estudantes e os impactos negativos do uso excessivo de telas, tem sido acompanhada de um movimento de reestruturação das atividades oferecidas durante o intervalo.

De acordo com Cleyton Costa, diretor geral da educação Adventista das unidades da região ABCDM e Litoral de São Paulo, pesquisas relatam que, nos últimos anos, a presença constante dos smartphones impactou diretamente na concentração dos alunos, prejudicando a memorização e a capacidade de resolver problemas. “Os professores também enfrentavam dificuldades em manter a disciplina em sala de aula, tendo que intervir constantemente para que os estudantes guardassem seus dispositivos. Além disso, o mau uso dos celulares gerava situações de exposição indesejada, como fotos e vídeos compartilhados sem consentimento, muitas vezes resultando em bullying e outros conflitos”, afirma.

Para substituir o tempo antes dedicado às telas, as unidades do Colégio Adventista têm incentivado atividades que estimulam a socialização e o desenvolvimento cognitivo. Jogos de tabuleiro, mesa de pebolim e, na quadra, atividades como vôlei, queimada, handebol e basquete estão entre as opções. Além disso, clubes de leitura e até mesmo ensaios teatrais passaram a fazer parte da rotina dos estudantes nos intervalos. Uma das iniciativas mais engajadoras tem sido a preparação de uma apresentação teatral especial para a Semana Santa.

“Nós estamos observando uma evolução incrível nos nossos alunos desde que começamos a incentivar atividades como jogos de tabuleiro, esportes, clubes de leitura e ensaios teatrais”, conta o diretor. “A preparação para a apresentação teatral especial da Semana Santa, por exemplo, tem sido uma excelente oportunidade para que nossos estudantes se conectem de forma mais profunda com a arte, desenvolvam a expressão coletiva e fortaleçam o trabalho em equipe”.

O corpo docente também notou que a restrição ao uso de celulares nas escolas contribuiu para a melhoria do desempenho acadêmico dos alunos. Com menos distrações digitais, os estudantes demonstram maior interesse nas atividades pedagógicas e desenvolvem habilidades como a criatividade, a argumentação e o pensamento crítico. 

Além disso, a retomada do contato direto entre os colegas fortalece o senso de pertencimento e reduz índices de isolamento, um fator cada vez mais preocupante entre crianças e adolescentes na era digital. “A escola é um espaço de convívio e aprendizado. Ao afastarmos os celulares do cotidiano escolar, estamos criando oportunidades valiosas para que os alunos interajam entre si, fortaleçam laços e desenvolvam habilidades essenciais para a vida”, conclui o diretor.

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