Como ajudar os adolescentes a superar o “E se..?” na hora de escolher o curso?

  • Pesquisa revela que 20% das empresas relatam a presença dos pais nas entrevistas de emprego de jovens recém-formados

De acordo com uma pesquisa realizada pela Intelligent, revista on-line universitária, em dezembro do ano passado, os jovens recém-formados da geração Z nos Estados Unidos estão levando os pais em suas entrevistas de emprego. Segundo o estudo, cerca de 20% das empresas consultadas relataram essa prática. O estudo envolveu a participação de 800 gestores, diretores e executivos responsáveis pela contratação de pessoal.

Esse resultado pode ser analisado desde o momento em que os jovens encaram o término do ensino médio e se deparam com uma das decisões mais significativas de suas vidas: a escolha do curso universitário. Esse momento, repleto de expectativas e ansiedades, é marcado por questionamentos comuns, como “e se eu escolher errado?” ou principalmente “e se meus pais não aprovarem minha escolha?”.

De acordo com Marizane Piergentille, pedagoga e diretora de educação das unidades do ABCDM e Litoral do Colégio Adventista, é natural se sentir sobrecarregado diante dessa dúvida, porém, é importante reconhecer que essa jornada de decisão é uma oportunidade de crescimento e autoconhecimento.

“Antes de tomar uma decisão tão importante, é essencial que os jovens se dediquem a um processo de autoconhecimento. Isso inclui refletir sobre seus interesses, habilidades, valores e aspirações. Perguntas como ‘o que me motiva?’ ou ‘quais são minhas áreas de interesse?’ podem ser úteis nesse processo. Explorar diferentes campos por meio de estágios, cursos extracurriculares ou conversas com profissionais também podem ajudar”, destaca Marizane.

A pressão familiar, na maioria das vezes, pode adicionar um peso extra às preocupações. “O que mais observamos nesses jovens é a dificuldade de estabelecer um diálogo aberto e sincero com os pais e explicar os motivos por trás das escolhas e das expectativas em relação ao futuro. Por isso, o papel dos responsáveis aqui é fundamental. É necessário enxergar o filho como um ser humano com suas próprias individualidades e aspirações e não como uma extensão de si. Isso conta na hora de ganhar autoconfiança para o mercado de trabalho”, aponta.

Mas nem sempre a primeira escolha acaba sendo a mais adequada, e isso é normal. Diferente de alguns anos atrás, a nova geração está aprendendo a enxergar os erros e as decisões equivocadas como uma forma de aprendizado. Para a diretora, incentivar os jovens a explorar diversas opções e permanecer abertos a novas oportunidades pode ser fundamental para encontrarem um caminho que dialogue com suas paixões e objetivos.

“Não existe destino escrito em pedra e conforme os anos passam, os interesses mudam e acabamos descobrindo novas habilidades, hobbies e vontades que jamais imaginaríamos quando mais novos. É importante pautar essas decisões sempre com um passo de cada vez”, finaliza Piergentille.

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