Dengue em Valparaíso mostra quadro assustador e requer esforços de todos

POR AMARILDO CASTRO

Na tarde desta segunda-feira, dia 19, pela primeira vez, visitei pessoalmente a tenda montada no estacionamento do Centro de Atendimento Integrado à Saúde (CAIS), em Valparaíso de Goiás e logo a tarde, postei uma reportagem sobre o tema. Não deu tempo para colher depoimentos dos principais órgãos ligados à pasta da Saúde na cidade. Mas vi de perto a situação que se mostra catastrófica.

Na tenda montada ao lado do CAIS, não me lembro de ter visto nada parecido, nem mesmo no final de 2020, em plena pandemia coronavírus.

No estacionamento lotado, gente e mais gente chegando, todos passando mal, em busca de atendimento. Confesso que fiquei desconcertado e não quis entrevistar nenhum paciente, porque achei um momento de dor para as pessoas e famílias. Assim, apenas colhi o depoimento da enfermeira administrativa, Sra Daiane Oliveira, que por sinal, me atendeu muito bem.

As poucas explicações sobre o avanço da doença na cidade partiu dela, que garantiu que a tenda passou atender diariamente, das 7h às 0h0, 400 pessoas em média por dia, praticamente todos com sintomas de dengue.

Larvas que parecem ser do tal mosquito da dengue, em praça na Etapa A: crianças brincando ao lado..

Ali, gente tomando soro, gente muito franca, gente vomitando, gente mostrando todo o desespero frente a uma epidemia que se desdenha cruel em quase todo o Estado de Goiás, e um pouco pior ainda no Distrito Federal.

Há seis meses, ao lado da BR 040, em um canal a céu aberto onde derramava água vinda não sei de onde, encontrei (pelo que a gente sabe), milhares de larvas quase prontas para deixar a água. E acredito, era do tal mosquito Aedes Aegypti, e achei um horror, porque sabia que aquilo viraria um mosquito e picaria centenas de pessoas. Pensei em comprar um saco de cal virgem e jogar lá naquela poça, para matar as malditas larvas. Corre daqui, dali, acabei não o fazendo, e me arrependo.

Tenda fica lotada dia e noite de pacientes em busca de atendimento

A gente sabe do esforço da prefeitura, dos órgãos sanitários, mas é preciso ir além. Há vários dias ali na praça da Etapa A, ao lado de um parquinho infantil fotografei essa imagem, que mostra o que também parece ser a tal larva do monstruoso mosquito…

Assim, a gente percebe que o cuidado precisa partir de todos, da prefeitura, dos moradores, dos comerciantes, porque esse mosquito é o caos, o horror e pode acabar com vidas que antes eram sonhos. E todos sabem que a tal água acumulada em uma lata, em um pneu, ou até mesmo em um copo descartável jogado de qualquer jeito na rua pode ser o ‘ninho’ para a reprodução do Aedes. Então todos precisam colaborar.

Tentei algum dado atualizado sobre a dengue na Região Metropolitana, mas confesso que a cena que vi hoje, nem precisa de muitos números, e nos faz refletir a necessidade da colaboração de todos.

  • Nota 1 – Fui informado ainda que moradores de outras cidades de Goiás e até do DF estão procurando a tenda, e isso mostra bem o desespero de todos.
  • Nota 2 – Na quarta-feira, 21, está agendada uma entrevista com o prefeito local, Pábio Mossoró, onde abordarei melhor o tema

Vacina disponível para crianças de 10 a 11 anos

A prefeitura local anunciou nesta segunda-feira, 19, que a vacinação contra a dengue está disponível nas Unidades Básicas de Saúde para crianças de 10 a 11 anos, e pede para que todas as famílias que têm crianças nessa faixa etária, levem os pequenos para tomar a primeira dose.

Ações contra a dengue

O Executivo local iniciou há dez dias um grande mutirão para retirada de lixo da cidade, assim como combater pontos de possíveis criadouros do mosquito Aedes Aegypti, o vetor do vírus da dengue.

Em outra ação, a prefeitura faz fumacê pelas avenidas da cidade em dias intercalados.

O prefeito local, Pábio Mossoró ainda pede para que moradores evitem descartar lixo se forma irregular pelas ruas da cidade.

Amarildo Castro é jornalista, editor do Blog do Amarildo

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