Assembleia Legislativa de Goiás promove ações contra a cegueira no Dia Mundial da Saúde Ocular

Estudos da Organização Mundial da Saúde apontam que mais de 2,2 bilhões, no planeta, têm deficiência visual. Dessas, pelo menos 1 bilhão de pessoas têm algum tipo de deficiência que poderia ter sido evitada ou que ainda não foi tratada. Por conta disso foi criado o Dia da Saúde Ocular, celebrado anualmente sempre em 10 de julho, para alertar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico de doenças oculares que, se não forem cuidadas, podem levar à perda da visão.

O objetivo principal da data é promover a prevenção da cegueira. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Internacional para Prevenção da Cegueira (IAPB) trabalham juntas para conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção e dos tratamentos que podem ser aplicados para evitar a perda parcial ou total da visão.

Segundo dados da OMS, existem mais de 285 milhões de pessoas com deficiência visual em todo o mundo, sendo que 39 milhões são cegas. Estima-se que 80% desses casos poderiam ter sido evitados ou curados se houvesse acesso adequado aos cuidados com a saúde ocular.

A eliminação da cegueira evitável e/ou curável é uma questão social de grande importância, uma vez que essa condição tem impactos significativos em todos os aspectos do desenvolvimento humano, social, econômico e na qualidade de vida.

Principais doenças

Uma das principais doenças oculares é a conjuntivite, tanto viral quanto bacteriana. A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, que é a membrana que reveste a parte externa do globo ocular. Os sintomas incluem ardência, coceira, embaçamento da visão, inchaço nas pálpebras, olhos vermelhos, lacrimejamento e secreções. O tratamento depende do diagnóstico correto feito por um profissional e pode incluir o uso de compressas frias, colírios lubrificantes e analgésicos.

Já a catarata é a opacificação do cristalino, resultando na diminuição progressiva da visão, podendo levar à cegueira. Os sintomas mais comuns são embaçamento da visão, sensibilidade à luz e dificuldade de enxergar, especialmente em ambientes com pouca ou muita luz. O único tratamento para a catarata é a cirurgia, após o diagnóstico feito por um oftalmologista. Não existem colírios ou óculos que possam resolver o problema.

O glaucoma é causado pelo aumento da pressão ocular, o que resulta em lesões no nervo óptico e pode levar à perda da visão de forma irreversível. Muitas vezes, o glaucoma é uma doença silenciosa e não apresenta sintomas claros. A pressão ocular aumenta de forma progressiva, e os pacientes podem não sentir dor ou qualquer outro sintoma. Como afeta inicialmente a visão periférica, a perda de visão pode ser difícil de ser percebida. O tratamento inclui o uso de colírios para reduzir a pressão ocular e prevenir a lesão do nervo óptico.

O presidente da Comissão de Saúde, deputado Gustavo Sebba (PSDB), que também é médico, já afirmou em entrevista que é importante buscar informações sobre essa doença que tem efeitos progressivos. “O glaucoma é um problema que altera a pressão do globo ocular, o que pode gerar lesões que, se não tratadas, podem levar à cegueira. Ele é mais frequente em pessoas com mais de 40 anos, mas é sempre bom estar atento aos sinais. O mais comum é a perda progressiva da visão periférica. Esteja atento e leve essa preocupação ao seu oftalmologista”, aconselha Sebba.

Por outro lado, o parlamentar também ressalta que, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, há altos índices de casos bem sucedidos. “Com tratamento, são bem pequenas as chances de o quadro clínico chegar à cegueira. É preciso levar a sério o assunto, mas o tratamento, à base de colírios ou cirurgia, costuma ser eficaz. Portanto, não há o que temer”, pondera o deputado.

Recém-nascidos

Em 2020, a então deputada estadual (hoje deputada federal) Lêda Borges (PDSB) apresentou o projeto de lei de nº 4027/20, que obriga os hospitais públicos da rede estadual de saúde a realizarem exame clínico para diagnóstico de catarata e glaucoma congênitos em recém-nascidos, através da técnica conhecida como reflexo vermelho. A propositura chegou a ser aprovada em primeira votação mas foi arquivada com o fim do mandato dela, podendo ser reapresentada por qualquer parlamentar em atividade.

De acordo com o texto, a iniciativa atende a um desejo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Com o exame, o Estado de Goiás, utilizando os meios técnicos já disponíveis, com o chamado “Teste do Reflexo Vermelho”, vai avançar no diagnóstico de doenças oftalmológicas, tais como: catarata congênita, glaucoma congênito e retinoblastoma (tumor maligno intra-ocular), possibilitando, assim, o seu tratamento precoce e a consequente reabilitação visual.

Dados obtidos por especialistas, conforme a deputada, indicam que o teste do reflexo vermelho é um exame simples que pode ser feito rotineiramente pelos pediatras das maternidades do estado, bastando a Secretaria de Saúde proceder ao devido treinamento aos profissionais de saúde para a realização do exame clínico.

Ceratocone

Com nome pouco conhecido popularmente, o ceratocone é caracterizado pelo encurvamento e afinamento progressivo da córnea, o que pode resultar em altos graus de astigmatismo e miopia, comprometendo a visão. Os sintomas incluem o surgimento de miopia ou astigmatismo, visão borrada, embaçada, com halos de luz ou distorcida, além de alta sensibilidade à luz. O tratamento varia de acordo com a fase da doença. Na fase inicial, óculos podem corrigir a visão, mas à medida que a doença avança, podem ser necessárias lentes de contato específicas para ceratocone ou o implante de anel intracorneano. Em casos mais avançados, o transplante de córnea pode ser necessário.

Outro problema comum é o olho seco. Ele ocorre quando a superfície dos olhos não é adequadamente lubrificada devido à má qualidade ou quantidade insuficiente de lágrimas. Os sintomas mais comuns incluem embaçamento da visão, ardência, queimação, sensação de secura e vermelhidão. O tratamento pode envolver o uso de colírios lubrificantes e, em casos mais graves, outras medicações em forma de colírios, via oral ou procedimentos cirúrgicos.

Ambliopia

Foi apresentado em junho o projeto de lei nº 1272/23, de autoria da deputada estadual Bia de Lima (PT), que determina a obrigatoriedade da realização do teste de acuidade visual nas escolas de ensino fundamental públicas e privadas de Goiás, visando a prevenção da ambliopia. O teste deve ser realizado anualmente, em todas as crianças matriculadas, e poderá ser realizado pelos professores, médico oftalmologista ou ainda por uma empresa especializada em triagem oftalmológica, a depender do critério adotado pela direção da instituição.

A ambliopia é uma alteração da visão central que ocorre pela falta de estimulação das células cerebrais relacionadas com o olho e que se desenvolvem na infância. São muitas as causas que podem produzir a disfunção, que acontece quando, por alguma razão, o olho não consegue melhorar a visão mesmo usando a correção (óculos). A ambliopia é detectada quando se identifica uma diferença de visão entre os dois olhos.

A situação mais perigosa ocorre quando um dos olhos tem visão normal e o outro não. Neste caso, a criança não vai mostrar dificuldade visual no seu dia a dia e somente um teste de acuidade vai detectar o problema.

Para reverter essa situação, a criança necessita de um diagnóstico precoce e do tratamento com tampão o mais rápido possível. “Para que a ambliopia não ocorra, é necessário eliminar a competição entre os olhos, mas é tão importante quanto a prevenção desta alteração. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor será o resultado alcançado. É fundamental que os pais e educadores saibam a importância de se prevenir a ambliopia o mais rápido possível, pois, após os seis ou sete anos de idade, é perdida a oportunidade de cura”, aponta a deputada.

Mutirão

O presidente da Frente Parlamentar em Apoio aos Consórcios Públicos na Assembleia Legislativa de Goiás (FPCP-GO), deputado estadual Karlos Cabral (PSB), esteve em 2022 na Cidade de Goiás, realizando um mutirão de cirurgias de catarata. O recurso, no valor de 200 mil reais, destinado pelo parlamentar, atendeu mais de 50 pacientes dos municípios que compõem o Consórcio Público Intermunicipal de Saúde Rio Vermelho (Cisriva), que é parceiro da iniciativa. Entre eles, Cidade de Goiás, Itapuranga e Itapirapuã. No total, foram realizadas mais de 150 cirurgias para a população de toda a região.

Com o resultado, a iniciativa permitiu maior agilidade na execução das cirurgias, o que reduziu o tempo de espera dos pacientes que aguardavam há anos na fila de espera pelo atendimento. Karlos Cabral comemorou a realização desse mutirão e destacou a importância da ação conjunta dos municípios em prol das pacientes da região do Rio Vermelho. “Fico muito grato em contribuir e levar esses benefícios para as pessoas. A união que os consórcios públicos promovem tem mudado a realidade de quem vive nos municípios onde esse modelo de gestão compartilhada é feito”, destacou.Agência Assembleia de Notícias

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