Empresário que nasceu na Cracolândia montou uma grande rede de franquias com apenas 300 reais 

Igor Morais criou a Kings Sneakers, que tem quase 200 lojas 

Foco, persistência e saber enxergar uma oportunidade são características que todo empreendedor deve ter. Igor Morais, dono da Kings Sneakers, tem tudo isto, e precisou de apenas um empréstimo de R $300 para montar, o que hoje se transformou em uma grande rede de vestuário, que não para de crescer. 


“A Kings conta a história do Brasil que persiste, tem atitude, que faz acontecer independentemente do universo que existe ao seu redor”, disse o empresário. 


Nascido na região central de São Paulo, conhecida como Cracolândia, em São Paulo, Morais viu muitos de seus amigos de infância entrando para o mundo do crime e precisou se desvencilhar de tudo isto. Ele saiu de todo este cenário de desigualdade enxergando uma oportunidade onde parecia não existir nenhuma.


“Quem sabia da minha história me perguntava como eu, nascido numa quitinete de vinte metros quadrados, numa região conhecida como Cracolândia, em São Paulo, tinha conseguido ficar imune a tantas influências negativas que tinham transformado em criminosos a maior parte dos colegas com quem cresci”, relembra Igor.


Entre as ruas do centro da cidade e os corredores da Galeria do Rock, Igor vivenciou as dificuldades enfrentadas pelo pai no comércio e não queria repetir o caminho do pai. Foi através de um empréstimo e amor por música, moda e arte que ele encontrou uma oportunidade de trabalhar com aquilo que gostava e criar algo para o jovem que ainda não tinha referências. 


“Minha vida foi feita em cima de feedback. Sendo assim, eu pegava os feedbacks que eu achava que era “fora da curva” e seguia, construindo meu caminho. Eu encontrei ali, dentro da minha própria história, olhando a periferia de São Paulo, um nicho de mercado que fazia com que eu sonhasse grande”, pontua o Morais. 


O CEO da Kings Sneakers, rede que tem quase 200 lojas e um e-commerce, revela que, diante das dificuldades, se inspirava na força da mãe:


“Todas as vezes que me levantava da cama, mesmo com medo, com sono, com probabilidade de derrota, sentia que o sangue da minha mãe corria nas minhas veias. Não era justo desonrar uma mulher que me levava debaixo do braço para trabalhar todas as manhãs antes de o sol nascer. Com essa força, eu tentava observar aquilo que me parecia uma nova realidade como um sonho possível”, finaliza.
Texto e foto: Thiago Martins de Freitas

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