Entidades pelos direitos animais mobilizam redes sociais contra vaquejada e rodeios no Brasil

Comissão de Esporte tentará aprovar projetos nesta terça-feira, 18/5 
Mais de 200 entidades de defesa dos direitos animais e comissões de proteção animal da Ordem dos Advogados, tentam impedir a votação de dois projetos de lei na Comissão de Esportes da Câmara dos Deputados. Na pauta desta terça-feira, 18/05, os PL2452 e 7624 provocaram reações nas redes sociais e mobilizam os ativistas em todo o país.Em vídeo produzido coletivamente, as entidades conclamam: “não vamos levar o sangue e a tortura para o esporte”.

Confira: https://youtu.be/ak6YFlNhmvE
“Em pleno século XXI não podemos permitir que sofrimento, dor e crueldade sejam confundidos com esporte”, afirmou Vânia Nunes, diretora-técnica do Fórum Animal, que congrega mais de 180 entidades pelos direitos animais.

Com mais de 130 mil assinaturas, uma petição criada pelo GEDAI – Grupo de Estudos sobre Direitos Animais e Interseccionalidades, da Universidade de Brasília, mostra que a sociedade está evoluindo para abolir práticas cruéis contra animais, mesmo aquelas que antigamente eram vistas como cultura ou esporte. O documento pode ser visto em http://chng.it/28ydfZBmSF 

Segundo a professora Vanessa Negrini, coordenadora do GEDAI-UnB, “determinadas práticas ditas culturais e esportivas, podem e devem ser abolidas, em virtude de concepções atualizadas de direitos”. Ademais, a pesquisadora sustenta que “a crueldade intrínseca a determinada atividade não desaparece pela mera rotulagem de manifestação cultural ou prática desportiva”. Para a secretária adjunta da Comissão Nacional da OAB de Proteção e Defesa Animal, a advogada Ana Paula de Vasconcelos, tortura não é cultura ou esporte. “Prova do laço, vaquejada, prova do tambor, rodeio ou qualquer outra prática que envolva o sofrimento e a exploração animal para entretenimento humano, é algo imoral e inconstitucional”.

Ela é a patrona da ação ADI 5728, que pede que o STF confirme que práticas envolvendo crueldade contra animais sejam declaradas inconstitucionais. O deputado Célio Studart (PV-CE) é uma das vozes da resistência contra os PL2452 e 7624 na Câmara dos Deputados. “No que depender de mim, vaquejada não vai ser considerada esporte e não vai tirar um centavo do que é esporte de verdade! Vaquejada é maus-tratos! Tem esporte de verdade que precisa de incentivo, apoio, ajuda! Vaquejada não!”, dependeu o parlamentar. 

“Se coloque no lugar do boi, da vaca, do bezerro, que nessa tortura acaba tendo seu rabo arrancado, a pata quebrada. Temos que lutar contra os maus-tratos aos animais”, defendeu o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP). Na mesma linha, o deputado federal Ricardo Izar (PP-SP) se posicionou contra os projetos, pois considera que “crueldade não é esporte”. O deputado Fred Costa (Patriota-MG) apresentou na Comissão de Esporte um pedido de adiamento da votação destes projetos e a realização de uma audiência pública para mostrar que vaquejada e rodeio são práticas cruéis que não contam com a aprovação da maioria da população. O Delegado Bruno Lima, que é deputado estadual de São Paulo (PSL-SP), falou para seus mais de 1,8milhões seguidores que “não podemos aceitar o entretenimento com base no sofrimento dos animais”. Em suas redes sociais, com mais de 429 mil seguidores no Instagram, a atriz Anna Lima também defendeu que “vaquejada não é diversão, é violência; não é esporte, é tortura e é crime; diga não a vaquejada”. 

CRUELDADE INTRINSECA: Maus tratos intensos a animais são inerentes às vaquejadas, indissociáveis delas, pois, para derrubar o boi, o vaqueiro deve puxá-lo com força pela cauda, após torcê-la com a mão para maior firmeza. Isso provoca luxação das vértebras que a compõem, lesões musculares, ruptura de ligamentos e vasos sanguíneos e até rompimento da conexão entre a cauda e o tronco (a desinserção da cauda, evento não raro em vaquejadas), comprometendo a medula espinhal. As quedas perseguidas no evento, além de evidente e intensa sensação dolorosa, podem causar traumatismos graves da coluna vertebral dos animais, causadores de patologias variadas, inclusive paralisia, e de outras partes do corpo, a exemplo de fraturas ósseas.

Os corcoveios dos animais exibidos em rodeios também resultam em enorme dor, não só pelas esporas que castigam o pescoço e baixo-ventre, mas também pelo “sédem”, artefato amarrado e retesado ao redor do corpo do animal, na região da virilha, tracionado ao máximo no momento em que ele é solto na arena. Não há possibilidade de realizar vaquejada ou rodeios sem maus-tratos e sofrimento profundo dos animais. Confira a lista das entidades, comissões da OAB e parlamentares que já se manifestaram contra a vaquejada e o rodeio:

 PARLAMENTARES
Celio Studart (PV-CE)Fred Costa (Patriota-MG)Nilto Tatto (PT-SP)Ricardo Izar (PP-SP) 
COMISSÕES DE PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS ANIMAIS DA OAB 
Comissão Nacional de Proteção e Defesa dos Animais – OAB/Conselho Federal  – Presidente: Reynaldo VellosoAraraquara/SP – Presidente: Carol Mattos GalvãoBelém/PA – Presidente: Cláudio Bordalo Campina Grande/PB – Presidente: Anne FormigaCeará – Presidente: Lucíola CabralFranca/SP – Presidente: Maysa KalufGoiás – Presidente: Pauliane RodriguesMarília/SP – Presidente: Giovana PokerMogi das Cruzes/SP – Presidente: Ana Carolina Arantes de Souza FariaPiauí – Presidente (em exercício): Larissa MarquesPraia Grande/SP – Presidente: Daniela FreitasRibeirão Preto/SP – Presidente: Fernanda SicaRio de Janeiro – Presidente: Reynaldo VellosoSanta Maria/RS – Presidente: Karen WolfSão Paulo – Presidente: Maíra VelezSergipe – Presidente: Danielle FerreiraTaguatinga/DF – Presidente: Arthur RegisTucurui/PA – Presidente: Rafael Titan 

ENTIDADES DE DIREITOS ANIMAIS 
Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA) – Representante: Silvana Andrade
Associação Bichos Gerais – Representante: Helenice Machado Mendes Rutkowski
Associação de Mulheres Protetoras dos Animais Rejeitados e Abandonados (AMPARA Animal) – Representante: Juliana Camargo de Oliveira
Associação de Veterinários Veganos e Vegetarianos (VEGVETS) – Representante: Renato Pulz
Associação MUDE – Mudando Destinos – Representante: Marlice D. Parizzi
Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais (APIPA) – Representante: Juliana Paz
Associação Protetora dos Animais do DF (ProAnima) – Representante: Mara Moscoso
Banda Herbivoria– Representante: Sérgio Augusto
Brasil Sem Tração Animal – Representante: Fernanda Braga
Federação das Associações, Sociedades Protetoras dos Animais, ONGs e Sindicatos de Profissionais da Proteção Animal do Estado de SP (FAOS-SP) – Representante: Alexandre Terrerri
Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal – Representante: Ana Paula de VasconcelosFrente de Ações pela Libertação Animal (FALA) – Representante: Bruno PinheiroGrupo de Ação, Resgate e Reabilitação Animal (GARRA) – Representante: Renata Prieto
Grupo de Estudos sobre Direitos Animais e Interseccionalidades (GEDAI) – Representante: Vanessa Negrini
Nação Vegana Brasil – Representante: Kazveg
Observatório de Direitos Animais e Ecológicos (ODAE) – Representante: Arthur RegisRede de Mobilização pela Causa Animal (REMCA) – Representante: Ludmila dos Prazeres Costa
Santuário das Fadas – Representante: Patrícia Fittipaldi
SVB Brasília – Representante: Anna Michaella
SVB Teresina – Representante: Juliana Paz
União Defensora dos Animais-Bicho Feliz – Representante:  Gislane Brandão
 Valle da Mídia Assessoria de Imprensa

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