Estado de Minas Gerais vence regional de Brasília das Paralimpíadas Escolares 2023 

Competição no DF reuniu 530 atletas em disputas de atletismo, bocha e natação desde quarta-feira, 30 de agosto, até esta sexta-feira, 1º de setembro; terceira fase regional acontecerá na próxima semana, no CT Paralímpico, em São Paulo, local que também receberá a etapa nacional em novembro e dezembro

Fotos: Flickr CPB

O Estado de Minas Gerais foi o campeão da segunda etapa regional das Paralimpíadas Escolares 2023, em Brasília. O anúncio foi realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) na noite desta sexta-feira, 1º , no encerramento do evento, que começou na quarta-feira, 30 de agosto. A terceira e última regional será em São Paulo, entre 6 e 8 de setembro.

Com 37 pontos, os mineiros ficaram à frente do Mato Grosso do Sul, segundo colocado (32 pontos), e de Goiás (27 pontos). De acordo com o regulamento oficial do torneio, a classificação geral das etapas regionais é definida pela soma das colocações dos Estados obtidas nas três modalidades, que obedece a uma pontuação pré-estabelecida para cada posição na tabela.

Ramon Pereira, diretor de Desenvolvimento Esportivo do CPB, encerrou o evento e se orgulhou do desempenho dos 530 atletas presentes em Brasília. “O CPB vem inovando a cada ano e a nossa meta do desenvolvimento esportivo é exatamente aumentar o número de atletas. Neste ano, nós vamos ter cerca de 1.800 crianças participando. Isso mostra que o Comitê está no caminho certo, identificando e dando oportunidade para os jovens”, declarou.

Ao todo, o evento reuniu representantes de 11 estados (AC, AM, BA, GO, MG, MS, MT, PI, RO, RR e TO) e do Distrito Federal, que disputaram provas de atletismo, bocha e natação. 

A delegação campeã contou com Matheus Henrique Oliveira, 13, que viralizou por causa de um vídeo em que aparece comemorando um gol do Atlético Mineiro, no último domingo, 27, durante a inauguração do novo estádio do clube de Belo Horizonte. Durante a etapa das Paralimpíadas Escolares, ele disputou três provas: arremesso de disco, peso e a corrida de cadeira de rodas (75m), sendo medalhista de ouro nas três. 

“Em 2019, o Bill, meu professor Walter Junior me viu na rua e me convidou para treinar, mas eu não quis. No ano passado, minha mãe [Luciene Oliveira] me incentivou e eu topei. Quando competi nos Jogos Escolares de Minas Gerais [JEMG], conheci outros atletas paralímpicos e entendi que sou capaz e posso ser livre”, afirmou Matheus, que nasceu com artrogripose, condição clínica caracterizada por múltiplas contraturas articulares que limitam os movimentos. 

Outro destaque da competição foi a nadadora Iandra Ribeiro, 15, do Rio Branco, Acre. Ela ficou cega há cerca de um ano, em decorrência de uma hidrocefalia, e entrou para o esporte há apenas três meses. Após a sua primeira competição, a atleta volta para casa com uma medalha de ouro conquistada nos 50m livre. “Meu objetivo é aprender outros tipos de nado, além do crawl. Quero continuar na natação porque faz sentido na minha vida. Eu me sinto mais útil”, concluiu a jovem. 

Já na bocha, Rondônia contou com duas representantes homônimas: Gabrielly Nascimento, 15, campeã na classe BC2 (não contam com auxílio de ajudantes), e Gabrielly Onofrio, 11, medalhista de ouro na BC1 (atletas que têm opção de auxílio). A mais velha é de Espigão D’Oeste e está na modalidade há dois anos, enquanto a mais nova começou há três meses, no município de Cacoal. Ambas faturaram medalhas de ouro.

Organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2006, com exceção de 2008 e 2020, as Paralimpíadas Escolares são o maior evento esportivo para crianças e jovens com deficiência em idade escolar do mundo. Pelo segundo ano consecutivo, a competição é composta por três fases regionais e uma nacional.

Talentos do paradesporto brasileiro já passaram pelas Escolares, como Petrúcio Ferreira, recordista mundial nos 100m (classe T47), bicampeão paralímpico e tri mundial; o jogador de goalball Leomon Moreno, prata nos Jogos de Londres 2012, bronze no Rio 2016 e ouro em Tóquio 2020; a mesatenista Bruna Alexandre, bronze nos Jogos do Rio 2016 e prata nos Jogos de Tóquio 2020, entre outros.

A primeira etapa regional de 2023 foi realizada em Belém, Pará, de 9 a 11 deste mês. O evento reuniu cerca de 500 participantes de 10 estados na capital paraense e terminou com o título dos anfitriões. A terceira e última fase regional das Paralimpíadas Escolares ocorrerá no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, entre os dias 6 e 8 de setembro. O local também receberá a etapa nacional, de 28 de novembro a 1º de dezembro. Os três primeiros colocados nas regionais de atletismo e natação se classificam automaticamente para a nacional. Já na bocha, os dois primeiros, por gênero, conquistam a vaga.

No ano passado, o Estado de São Paulo terminou como o campeão das Paralimpíadas Escolares. Foi o 10º título do estado desde 2006, ano em que o CPB organizou a primeira edição dos Paralímpicos do Futuro, evento que ocorreu até 2007 e antecedeu as Paralimpíadas Escolares, nome adotado a partir de 2009.

Confira a classificação final da regional Brasília das Paralimpíadas Escolares 2023:
1º Minas Gerais
2º Mato Grosso do Sul
3º Goiás
4º Distrito Federal
5º Rondônia
6º Mato Grosso
7º Amazonas
8º Tocantins
9º Roraima
10º Bahia
11º Acre
12º Piauí

Fotos e texto: colaboração da Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

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