SOS Pantanal, um dos criadores da rede responsável pelo estudo, destaca a diferença entre números do desmatamento no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso Um dos grandes patrimônios naturais do Brasil segue em constante risco. Infelizmente, mesmo diante do crescente engajamento pela proteção do Pantanal, a maior planície alagável do planeta registra números assustadores quanto ao desmatamento nos últimos anos. De acordo com novo relatório do MapBiomas, divulgado hoje (12/6), entre 2019 e 2022 mais de 101 mil hectares – uma área próxima ao tamanho da cidade de São Paulo – foram desmatados no bioma. O ano passado registrou os piores números do triênio, com 31.211 hectares devastados entre florestas úmidas, campos naturais e formações savânicas. Entre os dados do estudo chama atenção o fato de o Pantanal ter sido o bioma mais agredido entre os ecossistemas brasileiros em área média desmatada. Choca também a concentração de 90% do fenômeno no Mato Grosso do Sul, com metade das ocorrências alocadas em propriedades do município de Corumbá. Parte disso pode ser explicado por lacunas grandes na legislação do Estado, além da ausência de uma legislação federal para o bioma, de acordo com o diretor executivo do SOS Pantanal, Leonardo Gomes. “Recebemos com enorme preocupação os dados apresentados hoje pelo MapBiomas, visto que eles revelam um processo de intensificação do desmatamento no Pantanal, principalmente no MS, e possivelmente um processo irreversível do ponto de vista da integridade ecológica e dos serviços ecossistêmicos de suporte e regulação. A legislação do Mato Grosso do Sul para o bioma não apresenta embasamento científico suficiente para os limites de desmatamento estabelecidos, tampouco prevê um processo de licenciamento ambiental adequado para as características de sua flora. Faz-se urgente a promulgação de Lei Federal, conforme previsto pela Constituição Federal, que contemple todo o bioma e sua diversidade de hábitats, com base em evidências científicas e participação dos diversos setores da sociedade impactados.”Ainda na seara comparativa entre os Estados citados no relatório do Mapbiomas, entre 2019 e 2022 o estado de Mato Grosso desmatou 9.500 hectares, sendo 4 mil hectares só no último ano. No Mato Grosso do Sul foram 91 mil hectares desmatados, sendo 26 mil hectares no ano passado. Com média de 85 hectares desmatados por dia em 2022, o Pantanal, neste mesmo período, registrou 266 alertas de ação ilegal contra a flora e fauna locais. Gustavo Figuerôa, diretor de comunicação do SOS Pantanal, reflete sobre a triste realidade ao alertar o papel do bioma. “Trata-se de um refúgio que abriga as maiores concentrações de espécies ameaçadas, como onça-pintada, ariranha e arara-azul. Essa supressão acelerada da vegetação nativa coloca em risco essas populações, que encontram no Pantanal um de seus últimos refúgios. Essa é mais uma ameaça que se soma as outras que o Pantanal enfrenta e, se não conseguirmos puxar esse freio logo, esse bioma tão imponente – mas tão frágil ao mesmo tempo -, pode deixar de existir do jeito que é hoje em pouco tempo”. Saiba mais sobre o estudo no site https://mapbiomas.org/. Sobre o Instituto SOS Pantanal Fundado em 2009, o Instituto SOS Pantanal é uma instituição sem fins lucrativos que promove a conservação e o desenvolvimento sustentável do bioma Pantanal por meio da gestão do conhecimento e da disseminação de informações sobre o ecossistema para governos, formadores de opinião, comunidades, fazendeiros e pequenos proprietários de terra da região, assim como à população em geral. Tem por missão, ainda, atuar permanentemente em prol da conservação da biodiversidade e dos recursos naturais. Site: https://www.sospantanal.org.br Instagram: @sospantanal Facebook: institutosos.pantanal Foto e texto: colaboração de Relatório do MapBiomas |
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