A idade média de pacientes internados é de 45 anos e a de óbitos é de 54 anos
O perfil das vítimas da Covid-19 está mudando drasticamente nos últimos meses. Em 2021, os casos mais graves e os números de óbitos de pacientes jovens e adultos dispararam no país. De acordo com o último boletim do Observatório Covid-19, da Fiocruz, pela primeira vez desde o início da pandemia a média de casos e internações em UTI esteve abaixo dos 60 anos.
Em relação aos óbitos, embora a média ainda seja superior a essa faixa etária, caiu em um patamar de 10 anos de idade nos últimos cinco meses. No HCamp de Luziânia, um dos maiores do entorno de Brasília, o cenário não é diferente.
A unidade de saúde pública administrada pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento – IMED – registrou um aumento no número de pacientes jovens e adultos. Em janeiro, a média da idade dos internados era de 60 anos, já nos primeiros 20 dias de maio, a média baixou para 45 anos.
O diretor técnico do Hospital Regional de Luziânia, dr. Daniel Wanderley, explica que essa mudança de perfil está relacionada a alguns fatores, dentre eles a nova variante identificada no país e o processo de imunização que está sendo realizado em grupos prioritários. “A mutação do vírus faz com que ele amplie a capacidade de transmissão e resistência. Como os jovens estão mais expostos, eles acabam contraindo a doença e, consequentemente, transmitindo para um número maior de pessoas”, afirma.
A agressividade da doença é outro fator importante neste novo perfil. De acordo com Wanderley, o processo inflamatório da Covid-19, dependendo do caso, torna-se muito mais grave em pacientes entre 20 e 60 anos – o que influencia diretamente no número de óbitos. Em fevereiro de 2021, a média da idade das vítimas da Covid-19 no Hospital Regional de Luziânia era de 68 anos, em maio baixou para 54.
“Os jovens tendem a postergar mais a busca por auxílio médico e quando chegam ao hospital apresentam um estado clínico mais grave. Atualmente, temos pacientes entre 27 e 59 anos que estão em tratamento intensivo há mais dias, mas já tivemos casos de permanência na UTI que ultrapassaram a marca de 20 dias”, explica o diretor.
“É um cenário preocupante, que requer muita atenção e colaboração de toda a população, por isso as medidas básicas de segurança devem ser seguidas à risca”, complementa Wanderley.
“Temos que reiterar sempre a necessidade do distanciamento social. Quando não for possível ficar em casa, as pessoas devem sempre utilizar máscara de proteção, preferencialmente a PFF2 que tem um bom custo-benefício, e higienizar as mãos corretamente com frequência”, finaliza o médico.
Colaboração: Assessoria do HRL
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