LUZIÂNIA-GO / Ana Lúcia: “Não preciso de máquina da prefeitura para vencer eleições, preciso do povo”

  • Vice-prefeita, que rompeu com o atual mandatário, Diego Sorgatto ainda no início do mandato diz que está pronta para derrotá-lo nas urnas, e pontua que não está preocupada com o poder da máquina, e sim, o foco é o povo e trabalho

POR AMARILDO CASTRO

Personagem marcante na política da Região Metropolitana Sul do Distrito Federal, a vice-prefeita de Luziânia-GO, Ana Lúcia, que nas eleições passadas defendia o atual prefeito Diego Sorgatto com unhas e dentes, mas uma parceria que durou menos de quatro meses após o pleito, diz que nunca se arrependeu de ter rompido com o mandatário, porque ele nunca a deixou trabalhar, e não dava a menor chance para que ela pudesse cuidar de seu bairro, o Jardim Ingá, onde foi designada à época como administradora. Desde então, a história de Ana Lúcia se mistura com as constantes ‘alfinetadas’ no atual prefeito, e com seu trabalho, que continua firme e forte, mesmo com os desafios de não frequentar a prefeitura local, não tem gabinete, lá, não entra lá.

No último sábado, 25 de maio, Ana Lúcia recebeu a reportagem do Blog do Amarildo em uma situação peculiar, no meio da rua no bairro onde mora, uma rua esburacada, e que ela acredita que na atual gestão nunca será consertada por causa de seu rompimento com o prefeito, mas ela não liga para isso, apenas se diz triste pelos moradores que ‘pagam o pato’ pela falta de ação do prefeito para resolver os problemas naquela região e mesmo de toda a cidade, e aproveita: “Não é só aqui, a cidade toda está esburacada, tem problemas de todo tipo, de toda origem”. comenta.

Ana Lúcia, que nasceu no Gama-DF, diz que sua história em Luziânia, onde chegou em 1993, se mistura com seu trabalho na política e na Educação, sua profissão de origem, foi oito anos diretora de escola. Além do cargo de vice-prefeita, nunca teve outro cargo na prefeitura, e tem orgulho de ter sido a vereadora mais votada na cidade antes de entrar para prefeitura como vice-prefeita em 2021.

A seguir, veja a entrevista:

BLOG DO AMAIRLDO – Porque de fato a senhora rompeu com o prefeito Sorgatto, o tema é antigo, mas está atual em ano de eleição...

ANA LÚCIA – Formei uma chapa com ele para trabalhar. Mas em menos de quatro meses, tive a ingrata surpresa de perceber que eu não conseguiria trabalhar ao lado dele, eu não conseguia cuidar nem do meio bairro, não tive alternativa, ele nunca me apoiou.

O ano é eleitoral, dá para vencer as eleições sem a máquina na mão, no seu caso?

Eu não preciso de máquina, preciso do povo. Em 2022 eu venci o candidato dele para deputado, fui mais votada até que a deputada Dra Zeli, de Valparaíso, mas não fui eleita por questão de legenda. Hoje, o candidato dele, que não chegou a ser eleito está rompido com ele, mostra que ele não cativa os amigos, os parceiros na política.

O Eliel Júnior, ex-candidato a deputado com apoio do prefeito é pré-candidato a prefeito, a senhora tem alguma relação com ele?

Sim, estamos conversando, tem boas possibilidades da gente se unir. O que aconteceu comigo, a traição do prefeito, também aconteceu com o Eliel.

Ana Lúcia diz que quem define eleição é o povo, e não o dinheiro do atual prefeito

Alguns dizem que o prefeito (Sorgatto) teria formado um grande grupo, e tirado a sua chance, acredita nisso?

Nunca. Aqui em Luziânia tem poucos políticos que representam o povo, o resto sai distribuindo fake news. Política não é comprar votos, não é o oba oba de já ganhou, o povo está vendo a falta de respeito com a cidade. As urnas trarão a resposta.

A gente acompanha de perto o Jardim Ingá, houve um grande problema ali na Avenida Lucena Roriz, um buraco enorme, tem uma obra lá, resolve?

A obra deveria ter sido feita antes do rompimento da via, muitas lojas fecharam lá, vai lá para você ver…

O que o Jardim Ingá precisa, assim como Luziânia?

O principal é tirar as pessoas da dependência política, sem a dependência de um político para fazer uma consulta, dependência para de um político para fazer um exame, para matricular um filho na escola, e infelizmente, em Luziânia, isso funciona assim.

VEJA O QUE DISSE A VICE-PREFEITA EM VÍDEO

Você consegue trabalhar sem ajuda do prefeito?

Eu abri dois gabinetes populares, sem dinheiro público, sem ajuda da prefeitura. Lá eu tento ajudar as pessoas nas demandas que elas não têm acesso aos serviços que deveriam ter, da prefeitura.

O prefeito Sorgatto vem falando sobre a emancipação do Jardim Ingá, a senhora acredita?

Não, isso vai acontecer mais na frente, no momento é apenas projeto eleitoreiro dele, é mentiroso.

Qual o seu sentimento como moradora do Jardim Ingá e Luziânia?

Fico desiludida, a cidade está cheia de lixo, mato, falta iluminação, não tem critério para nada, não tem um cronograma, não tem resultado, mas como pré-candidata (e quero ser eleita), acredito que podemos mudar tudo isso, e não existe ninguém com vitória ainda, é só as urnas dirão, e hoje tentam enfraquecer meu nome, mas o povo sabe o que está acontecendo, e eu estou tranquila. No entanto, como disse antes, o atual prefeito não me deixa trabalhar, o que faço é na raça. Antes de romper com ele, ele já não me deixava trabalhar e foi por isso que tive que me afastar dele.

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