Problemas vão desde a falta de investimentos por parte de consórcio que administra a BR até obras incompletas às suas margens
Por Amarildo Castro – O que já era precário antes da privatização, que ocorreu há pouco mais de cinco anos, em praticamente nada melhorou na BR 040, no trecho que corta a cidade de Valparaíso de Goiás. Antes, se haviam problemas, como alagamentos, buracos e falta de equipamentos de segurança, em alguns locais da via esses problemas até aumentaram em função e obras incompletas e aumento de erosões provocadas por fortes chuvas. Assim, estamos falando da via mais movimentada que atravessa a cidade, e segue em direção a Luziânia-GO, passando por Cristalina, no mesmo Estado, e com final em Juiz de Fora-MG. Mas aqui, trataremos apenas o trecho de Valparaíso.
Para quem mora ou frequenta a cidade, é fácil entender que as melhorias feitas pela Via 40, o consórcio vencedor da licitação há quase seis anos, pouco mudaram a situação dos motoristas. Fora alguns pardais, a manutenção dos buracos – que diminuíram – e duas passarelas, de resto, os riscos para os motoristas continuam.
Um deles, e talvez o maior, está na região que margeia os bairros Jardim Oriente até o Parque Rio Branco e proximidades dos atacadistas Assaí e Costa, locais onde passa um canal para escoação de águas pluviais. O túnel tem cerca de 2 metros de largura por 1,5 de altura, e em dias de chuva forte, é transformado em um duto com água muito veloz.
O túnel não tem qualquer proteção lateral ou mesmo sinalização. Na parada de ônibus perto da ‘passarela azul’, o duto está há 7 metros desta parada, quem ali passar e se descuidar por um segundo, pode cair em queda livre dentro do duto, sendo arrastado pela água em caso de dias chuvosos. Mesmo que não haja água, com o túnel seco, a queda pode também matar uma pessoa, e não precisa ser especialista para afirmar isso porque o túnel no local tem quase dois metros de profundidade, sem nenhuma proteção lateral ou mesmo aviso de perigo.
Para piorar o quadro, uma obra recente feita pela prefeitura local criou três bolsões para contenção da água, mas não resolveu o problema e as enchentes continuam. Às margens dos bolsões, não há qualquer sinalização ou proteção lateral. Na prática um pequeno acidente pode levar veículos diretamente para dentro das lagoas, que estão a 7 ou 10 metros na lateral da via. Para aumentar o risco, meios fios estão rebaixados na BR 040 depois de recapeamentos, aumentado o perigo para que carros desgovernados possam cair dentro das lagoas.
Mais abaixo, o túnel segue trazendo os mesmos riscos, sem proteção lateral na BR 040, e em caso de dias chuvosos, com o duto cheio, um carro que porventura ali cair, passageiros teriam poucas chances de sobreviverem, como fotografou a reportagem neste domingo, 14.
Os problemas na BR 040 seguem com blocos de concreto colocados pela Via 040 em locais inadequados. Num desses casos, eles estão em ângulo de 90 graus fechando um antigo retorno que dava acesso ao bairro Parque Rio Branco. Se um carro ali bater em um desses blocos, que não pesam menos de mil quilos, também seus ocupantes poderiam ter sérios problemas, incluindo risco de morte.
Em recente publicação, o Governo Federal determinou um novo chamamento para licitação da BR 040, já que a Investimentos e Participações em Infraestrutura S. A. demonstrou mais de uma vez ter interesse em devolver a administração da via. Mas a licitação ainda não ocorreu.
Já a Prefeitura de Valparaíso, por meio do secretário de Infraestrutura, Dr. Marcus Vinícius disse que o Executivo local está buscando corrigir as falhas nas obras do balão de entrada do bairro Parque Rio Branco. Mesmo assim, comerciantes reclamam de vários problemas na obra, como falta de canalização das águas pluviais, que atrapalham o comércio local e um processo de engenharia no balão que não resolveu, ainda, os problemas para o acesso ao bairro.
Assim, temos em Valparaíso de Goiás uma via que corta a cidade, com mais 100 mil carros passando pelo local diariamente e constantes riscos de morte às suas margens, especialmente.
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