Levantamento da Multi Cidades – Finanças dos Municípios do Brasil traz comparativo de despesas de cidades selecionadas com 2019 Todos os municípios avaliados na região Centro-Oeste diminuíram as despesas com educação em 2020, ano em que começou a pandemia e o país teve que se adaptar ao distanciamento social. Os dados foram publicados no anuário Multi Cidades – Finanças dos Municípios do Brasil, lançado no último mês de novembro de 2021 pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) com patrocínio da Huawei e da Tecno It. Entre as cidades selecionadas na região, as piores quedas em investimento com a educação foram Cuiabá (MT), com 5,2% a menos que em 2019; Anápolis (GO), com 3,3% a menos; e Goiânia (GO), que diminuiu 2,5%. Os valores são atualizados pelo IPCA médio de 2020. A suspensão de aulas presenciais como medida de enfrentamento à Covid-19 impactou nas despesas com o custeio da área da educação, o que fez com que os gastos com a pasta caíssem. Esta mudança de rotina nas redes de ensinos ocasionou a revisão ou corte de algumas despesas, especialmente os gastos com limpeza, transporte escolar, água, luz, telefone, alimentação dos alunos e segurança, entre outros, bem como os contratos temporários de professores. Já entre as cidades avaliadas que menos sofreram impactos de redução nas despesas com educação podemos citar Dourados (MT), que diminuiu 0,6%; Campo Grande (MT), com menos 1,2%; e Aparecida de Goiânia (GO), que investiu 2% a menos que em 2019. DESPESAS COM EDUCAÇÃO DAS CIDADES SELECIONADAS DO CENTRO-OESTE1 |
Fonte: Multi Cidades – Finanças dos Municípios do Brasil, publicação da Frente Nacional de Prefeitos (FNP)Nota: 1não inclui Brasília. Brasil: aplicação no ensino é desafio para 2021 Como resultado das modificações das despesas em função da pandemia no Brasil, o desembolso com educação teve uma redução de 5,3%, a maior já registrada em toda a série histórica iniciada em 2002, passando de R$ 182,56 bilhões em 2019 para R$ 172,83 bilhões em 2020. Sob a ótica regional, os municípios do Sul foram os que assinalaram as maiores baixas na despesa com a função, em média -7%. Nas cidades do Norte, a taxa ficou em -3,4%. Nas demais regiões, o desempenho situou-se próximo à média nacional. Tânia Villela, economista e editora do anuário, explica que é estabelecido no artigo 212 da Carta Magna que estados e municípios são obrigados a aplicar, no mínimo, 25% de toda a receita bruta proveniente das arrecadações de seus respectivos impostos e de transferências com origem tributária em ações de manutenção e desenvolvimento da educação (MDE). Em 2020, milhares de municípios tiveram dificuldades para cumprir tal determinação, expondo vários prefeitos ao risco de receberem pareceres ressalvados ou negativos dos Tribunais de Contas em razão de eventuais irregularidades. “Dessa forma, 2021 trouxe para as gestões locais uma situação paradoxal, na qual as administrações não têm condições para realizarem os gastos necessários a fim de empregarem os 25%, ao mesmo tempo em que as receitas se recuperaram de modo significativo”, analisa Tânia. Por essa razão, a FNP apoia a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 13/2021, em tramitação no Congresso Nacional, que procura dar uma solução temporária para uma questão excepcional decorrente do enfrentamento à pandemia. A entidade tem desempenhado um trabalho de articulação e mobilização para aprovação do texto, que prevê 2023 como prazo final para que estados, Distrito Federal e municípios possam cumprir o mínimo estabelecido pela Constituição. RANKING – AS 10 MAIORES DESPESAS COM EDUCAÇÃO DO PAÍS EM 2020 |
Primeiro semestre de 2021 O anuário traz, ainda, uma análise prévia do primeiro semestre de 2021, que teve o desempenho da despesa com educação marcado pela redução real de 8,9% no comparativo com os primeiros seis meses de 2020. Entre os municípios com menos de 200 mil habitantes, o impacto foi mais severo, com quedas acima de 10% na comparação do primeiro semestre de 2021 com os mesmos períodos de 2020 e 2019. Já nos municípios com mais de 200 mil e menos de 500 mil residentes, o declínio do gasto foi um pouco mais brando. Ressalta-se a menor retração constatada entre as grandes cidades, aquelas com mais de 500 mil habitantes, de 3,2%, devido ao aumento significativo de 7,2% da cidade de São Paulo. Caso fossem desconsiderados os gastos da capital paulista, a despesa com educação do grupo teria sofrido uma diminuição real de 7,9%. |
C2 Comunicação – Laísa Rasseli |
Deixe uma resposta