
- Formação continuada e uso de abordagens adaptativas como pilares podem auxiliar no processo de inclusão e desenvolvimento de alunos com desafios cognitivos
identificar e acompanhar alunos com dificuldades de aprendizagem deixaram de ser apenas uma tarefa da psicopedagogia e passaram a integrar a forma ativa o cotidiano escolar. Diante de um número crescente de crianças com transtornos como dislexia, TDAH ou simplesmente dificuldades pedagógicas temporárias, a atuação do professor na linha de frente tornou-se decisiva para o sucesso da inclusão.
A avaliação é de Mara Duarte da Costa , neuropedagoga e diretora da Rhema Neuroeducação , que alerta: “Sem formação adequada, os professores não conseguem diferenciar uma dificuldade de um transtorno — e isso afeta diretamente a qualidade da intervenção”.
A classificação da CID-11 (Classificação Internacional de Doenças) estabelece critérios claros para distinguir dificuldades pontuais de transtornos persistentes. Enquanto dificuldades podem surgir de fatores externos — como pouca estimulação em casa ou métodos pedagógicos inadequados — e tendem a ser superadas com configurações, os transtornos desativam disciplinas especializadas. “Dislexia, discalculia e TDAH são condições que comprometem habilidades cognitivas essenciais e precisam ser identificadas o quanto antes”, explica Mara.
Relatórios pedagógicos bem estruturados, com registros diários de desempenho e comportamento, são um dos principais instrumentos para dar início ao acompanhamento. Esses documentos, além de orientar a escola, subsidiam o encaminhamento clínico e ajudam a família a compreender melhor as necessidades da criança.
Aos 4 ou 5 anos, sinais de desatenção frequentes, dificuldade em considerar formas e núcleos ou problemas motores finos já indicam a necessidade de atenção redobrada. Nessa faixa etária, uma intervenção precoce pode fazer toda a diferença. “Quanto mais cedo para feita a intervenção, maiores são as chances de o aluno se desenvolver plenamente, sem que isso impacte sua autoestima ou trajetória acadêmica”, destaca Mara.
Para lidar com as dificuldades da forma prática, um especialista destaca um conjunto de sete estratégias voltadas à alfabetização e à matemática:
1.Desenvolvimento de consciência fonológica : Incentivo ao reconhecimento e manipulação dos sons das palavras por meio de atividades de rimas, segmentação de fonemas e formação de palavras. Ou seja,essas práticas fortalecem a base para a leitura e escrita.
2.Incorporação de jogos sensoriais e lúdicos : Utilize materiais como massinha, areia e letras em alto-relevo para tornar o aprendizado mais concreto e interativo. Portanto, isso facilita a fixação de conceitos e estimula diferentes canais de aprendizagem.
3.Leitura guiada e compartilhada: Realizar leituras conjuntas, utilizando livros adequados à faixa etária. Por isso, durante a leitura, promova a divulgação, faça perguntas e estimule a identificação de sons e letras.
4.Reforço positivo e celebração de conquistas : Valorizar cada progresso, por menor que seja. Sendo assim, o reconhecimento constante das conquistas fortalece a autoconfiança e motivação para o aprendizado.
5.Uso de materiais concretos na matemática: Explorar recursos visuais e táteis, como blocos, fichas e jogos, para ensinar conceitos matemáticos básicos. Dessa forma, o aprendizado concreto facilita a compreensão e retenção do conhecimento.
6.Divisão de tarefas em menores etapas: Que tarefas complexas em partes simples e gerenciáveis. Ou seja, isso ajuda a criança a compreender cada etapa do processo e avançar gradualmente.
7.Utilização de reforços visuais e tecnologias assistivas: Implemente o uso de gráficos, tabelas, desenhos e ferramentas tecnológicas para facilitar a compreensão de conceitos abstratos. Saiba que dessa forma, esses recursos auxiliam na visualização e organização do pensamento.
A função do professor ultrapassa a aplicação de conteúdos. Segundo Mara, ele deve atuar como um observador contínuo, comunicador com as famílias e adaptador de estratégias para garantir que todos os alunos participem efetivamente da vida escolar. Isso inclui adaptar tarefas, utilizar diferentes formas de linguagem e flexibilizar o tempo de execução das atividades. “Inclusão não é fazer o mesmo para todos, é garantir que cada um tenha acesso ao que precisa para aprender”, afirma.
A formação continuada, especialmente nas áreas de neuroeducação, psicopedagogia e metodologias ativas, é considerada pela Rhema como peça-chave para preparar educadores frente à diversidade cognitiva presente em sala de aula. A própria instituição oferece cursos de pós-graduação e capacitação para professores, com especialização na atuação clínica e educacional.
O especialista defende que a inclusão não pode se limitar ao discurso. “Formar professores preparados é a única forma de transformar o cotidiano escolar em um espaço verdadeiramente inclusivo”, conclui Mara.
Sobre Mara Duarte da Costa
Mara Duarte da Costa é neuropedagoga, psicopedagoga, diretora pedagógica da Rhema Neuroeducação. Além disso, atua como mentora, empresária, diretora geral da Fatec e diretora pedagógica e executiva da Rhema Neuroeducação. As instituições já formaram mais de 80 mil alunos de pós-graduação, capacitação on-line e graduação em todo o Brasil. Para mais informações, acesse instagram.com/maraduartedacosta .
Sobre a Rhema Neuroeducação
A Rhema Neuroeducação foi criada por Fábio da Costa e Mara Duarte da Costa há mais de 15 anos com o objetivo de oferecer conhecimento para profissionais da educação e pessoas envolvidas no processo de desenvolvimento infantil, tanto nas áreas cognitivas e comportamentais, quanto nas áreas afetivas, sociais e familiares. A empresa atua em todo o Brasil e em mais de 20 países, impactando a vida de milhões de pessoas pelo mundo com cursos de graduação, pós-graduação, cursos de capacitação e eventos gratuitos. Para mais informações, acesse o site https://rhemaneuroeducacao.com.br/ .
Leave a Reply